No século XVIII, um grupo de intelectuais, os iluministas, se organizou a fim de lutar por liberdade econômica e intelectual, e para pôr fim ao Antigo Regime que vigorava na Europa. Ao longo do século XVI, a classe burguesa se desenvolveu, em consequência do desenvolvimento do comércio e das explorações das colônias. Mas a intromissão estatal cerceava a liberdade econômica, gerando um acúmulo de riquezas nas mãos do Estado e a exploração do trabalhador. Os iluministas se opunham ao absolutismo monárquico, ao mercantilismo e ao poder da Igreja, que defendia a fé em detrimento da razão.
O Iluminismo, ou “Século das Luzes”, teve seu apogeu no século XVIII, mas as teorias que lhe inspiraram surgiram no século anterior, nas reflexões de intelectuais, entre eles, Descartes. René Descartes (1596 – 1650) acreditava que para se chegar a uma verdade, todas as teorias deveriam ser questionadas. Racionalista, Descartes, considerado o fundador da filosofia moderna, afirmava que para se chegar à verdade era preciso, primeiramente, partir de axiomas (verdades inquestionáveis), para depois se chegar ao objetivo, através da dedução matemática.
Outro pensador iluminista que se destacou foi o inglês John Locke (1632 – 1704). Considerado o pai do liberalismo político, Locke defendia que o homem nasce com certos direitos naturais, como a vida, a liberdade, a propriedade privada e a resistência contra governos ditatoriais. Discordou de Descartes quanto à doutrina das ideias inatas: para Locke, as ideias são oriundas das sensações e da própria mente. Descartes defendia que o homem vem ao mundo sem nenhuma ideia preconcebida.
A maior contribuição iluminista, a enciclopédia, partiu de dois pensadores: Denis Diderot (1713 – 1784) e Jean D’Alembert (1717 – 1783). Resumiram os principais conhecimentos da época, oriundos do pensamento de vários autores, e organizaram uma publicação em 33 volumes. Esta obra exerceu grande influência sobre o pensamento político da Europa e, mais tarde, no mundo todo.