Hórus foi uma importante divindade egípcia, sendo considerado o deus dos céus. Tinha uma grande relação com a realeza, e os faraós consideravam-se encarnações desse deus. Seu símbolo era um falcão, cuja forma era comumente utilizada para representá-lo na arte egípcia. Havia templos a esse deus espalhados pelo território egípcio.
Hórus foi filho de Osíris e Ísis, e foi perseguido por Set, seu tio e divindade que tinha inveja de seu pai, Osíris, assassinando-o. Set perseguiu Hórus, forçando-o a se esconder durante sua infância. Hórus confrontou o tio em um tribunal de deuses, disputando inúmeras batalhas e retomando o trono que havia pertencido a seu pai.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Hórus
- 2 - Quem foi Hórus na mitologia?
- 3 - Como Hórus surgiu?
- 4 - Batalhas de Hórus contra Set
- 5 - Culto a Hórus na religiosidade egípcia
Resumo sobre Hórus
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Hórus foi o deus dos céus para os egípcios na Antiguidade.
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Era representado como um falcão e tinha uma grande relação com a realeza egípcia.
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Os faraós consideravam a si próprios como encarnações desse deus.
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Foi filho de Osíris e Ísis e um grande inimigo de Set, seu tio.
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O culto a Hórus chegou à Grécia, sendo lá relacionado com Harpócrates.
Quem foi Hórus na mitologia?
Hórus foi uma divindade presente no panteão de deuses dos egípcios na Antiguidade. Era o deus dos céus e o responsável pela proteção da realeza, sendo, na lógica egípcia, portanto, o protetor de todos. Esse deus tinha forte associação com o falcão, era representado como um falcão integralmente ou também com forma humana e cabeça de falcão.
Conhecemos esse deus por seu nome no idioma latino, mas os egípcios o chamavam de Hor, que faz menção ao atributo dele como deus dos céus. Por ser o protetor da realeza, Hórus tinha uma enorme relação com os faraós, sendo que estes consideravam a si próprios como encarnações de Hórus na Terra.
Além disso, Hórus mantinha a ordem na Terra por ser considerado pelos egípcios quem unia dois reinos (uma referência à unificação do Alto e do Baixo Egito). Era relacionado com a guerra, devido ao grande histórico de batalhas entre ele e seu tio, Set.
O Sol e a Lua eram considerados pelos egípcios seus olhos, por meio dos quais ele observava os acontecimentos da Terra. Ele tinha uma relação maior com o Sol, e por isso foi muito associado com Rá, fazendo com que uma nova divindade surgisse da fusão de Rá e Hórus — Rá-Harakhte.
Acredita-se que Hórus tenha surgido na religiosidade egípcia por volta do período Pré-Dinástico, e, no período seguinte — Dinástico —, ele já era uma figura tradicional e bastante cultuada. Por ser associado com o falcão, os egípcios acreditavam que Hórus poderia voar por longas distâncias no céu.
Por ser visto como um deus protetor da humanidade, Hórus cuidaria sempre do sofrimento humano, e esse atributo se relacionava diretamente com sua história de sofrimento pessoal.
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Como Hórus surgiu?
O nascimento de Hórus está em um dos mitos mais populares da religiosidade egípcia, e acredita-se que a associação de Hórus com Osíris e Ísis tenha sido uma construção que levou séculos para se consolidar. De toda forma, ela é a mais tradicional. Outra versão aponta que ele era filho de Hator.
Osíris e Ísis foram casados e governaram a Terra. Os dois civilizaram o planeta, dando conhecimentos importantes para a humanidade e governando de maneira justa e pacífica. Osíris e Ísis eram amados e queridos.
O sucesso de Osíris causava inveja em seu irmão, Set. A inveja de Set se transformou em ódio, em um episódio envolvendo sua esposa, Néftis. Em determinado momento, Néftis disfarçou-se de Ísis, esposa de Osíris, deitou-se com ele e engravidou, gerando Anúbis. Set ficou tomado pelo ódio e decidiu matar o seu irmão.
Set elaborou um plano, assassinou Osíris, lançou o corpo dele no Rio Nilo, e as águas o levaram até a Fenícia. Ísis resgatou o marido e o trouxe de volta ao Egito. Sabendo disso, Set esquartejou o próprio irmão, espalhando suas partes pelo Egito. Ísis recuperou as partes do corpo de seu marido — menos uma —, fazendo um ritual que ressuscitou Osíris e que a engravidou de um filho com ele.
Dessa gravidez nasceu Hórus, e Osíris teve de se retirar para o mundo dos mortos porque faltava um pedaço do seu corpo, o que o impossibilitava de permanecer no mundo dos vivos. Set tomou o trono de Osíris, dando origem a um governo tirânico. Ísis precisou esconder-se, e conseguiu dar à luz seu filho no Delta do Nilo. Hórus permaneceu escondido na sua infância para que não fosse encontrado e morto por Set.
Batalhas de Hórus contra Set
Depois de tornar-se adulto, Hórus foi ao encontro de Set para confrontá-lo. Hórus denunciou o tio, alegando que este havia usurpado o trono de seu pai, que deveria ser entregue ao filho, o verdadeiro herdeiro. A reclamação de Hórus foi apresentada em um tribunal formado pelos nove deuses mais poderosos do Egito.
A maioria dos deuses apoiou a causa de Hórus, mas o deus mais poderoso — Rá — alegou que a disputa entre os dois deveria ser decidida por batalhas, pois Hórus deveria provar o seu valor. Após 80 anos de lutas, a situação ainda não estava definida e sua resolução se deu porque Ísis conseguiu obter uma confissão de Set de que ele havia agido como um impostor.
Com isso, Set foi destronado e banido para o deserto, e os deuses, incluindo Rá, decidiram que Hórus deveria assumir o trono, tornando-se faraó.
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Culto a Hórus na religiosidade egípcia
O culto a Hórus era bastante disseminado pelo Egito Antigo, mas concentrava-se na região do Delta do Nilo, onde ele havia nascido, segundo os mitos. Havia templos dedicados a ele por todo o Egito, e os sacerdotes desses lugares eram exclusivamente homens, responsáveis pelo cuidado com o templo e o trato com os fiéis.
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Os fiéis procuravam os templos de Hórus para diversos fins, como entrega de doações, procura por conselhos religiosos, interpretações de sonhos, garantia de proteção contra maus espíritos, entre outros. O culto a Hórus chegou à Grécia e lá foi associado com Harpócrates, deus grego do silêncio. Na religiosidade egípcia, também havia festivais em homenagem a Hórus.