A prática de se pintar a pele momentaneamente para ocasiões específicas, seja com tinta extraída de sementes, como o urucum, seja com quaisquer outras fontes naturais, está presente em muitas culturas nativas da América, África e Oceania. Além desse modo de pintura, observa-se também em muitas culturas a prática de pintura definitiva da pele por meio do uso de pequenos estiletes de madeira (feitos de bambu ou de outros caules flexíveis, às vezes com pontas de metal, conhecidos como cinzeis). A pintura permanente esteve presente sobretudo na região da Polinésia, em tribos maori. É da língua dos maori, inclusive, que vem a expressão “tattoo”.
Mas a pintura definitiva da pele, segundo evidências arqueológicas, não foi exclusividade dos maori. A prática da “tattoo”, ou tatuagem, remonta a épocas de civilizações bem antigas. Algumas múmias do Egito Antigo, quando foram exumadas, apresentavam em sua pele sinais de tatuagem. Em outras regiões, tanto da África quanto da Europa e Ásia, esse tipo de desenho na pele também era cultivado. Voltando às tribos nativas da Polinésia, foi entre elas que a arte da tatuagem ganhou uma expressividade grande. Tal expressividade foi captada pela primeira vez na ocasião dos primeiros contatos de navegadores europeus com esses povos.
A história da tatuagem está relacionada diretamente com a figura do navegador inglês James Cook. Cook é considerado o descobridor da Austrália e foi o responsável por uma das primeiras navegações de reconhecimento da Oceania. Em 1769, Cook e sua tripulação estabeleceram contato com os povos maori, que apresentavam o corpo todo pintado com desenhos feitos à base de tinta natural e do uso de cinzel e um martelo artesanal. A palava usada em referência àqueles desenhos era “tu tahou”, que os ingleses contraíram para “tattoo”.
Desde então, a expressão popularizou-se, sobretudo pelo fato de que muitas pessoas também passaram a tatuar o corpo. No século XIX, era muito comum ver marinheiros, presidiários, estivadores, entre outros, tatuarem o corpo como forma identificação de grupos ou mesmo demonstração de alguma singularidade. Isso se tornou possível após a invenção da máquina de tatuar por Samuel O' Reilly, em 1891.
No caso do Brasil, a tatuagem tornou-se comum a partir dos anos 1960. O primeiro tatuador profissional atuante no Brasil foi o suíço Knud Gegersen, que chegou a Santos, São Paulo, em 1959, e ficou conhecido como Lucky Tattoo.