A chegada dos espanhóis ao continente americano foi visivelmente marcada pela experiência do contato entre diferentes culturas. Entre os diversos conquistadores, destacamos a figura de Hernán Cortez, representante da Coroa Espanhola que se deparou com a imponente civilização asteca e seu exótico imperador Montezuma. Do lado nativo, encontramos uma recepção amistosa de um povo que chegou até mesmo a aclamar o líder ibérico enquanto “filho do sol”.
Entretanto, sabemos que esse primeiro momento de admiração e reconhecimento foi logo seguido por um grande conflito que manchou de sangue o processo de colonização do continente americano. Preocupado em atingir os interesses econômicos do reino que representava, Cortez buscou conhecer alguns traços da civilização asteca para que, mais tarde, pudesse encontrar algum modo de dominar aquela numerosa “população selvagem”. Em pouco tempo, uma guerra se iniciou.
Sabendo da inferioridade de suas tropas e do quase total desconhecimento das táticas e do território adversário, Hernán Cortez buscou filiar-se a diversas tribos rivais do povo asteca. A concretização de tal tática não seria muito dispendiosa, tendo em vista que os astecas costumavam subjugar diversas civilizações de menor expressão. Com isso, os espanhóis buscaram as condições necessárias para que pudessem dominar a próspera região do Vale do México.
Um outro fator bastante importante nesta batalha girava em torno da diferença da tecnologia bélica empregada pelas duas culturas. De um lado, Cortez vinha preparado com espadas e armas de fogo que variavam entre eficientes carabinas e canhões com grande poder de destruição. Além disso, utilizava de cães treinados e da montaria em cavalos, animal até então desconhecido pela civilização asteca. Por outro lado, os combatentes de Montezuma se restringiam a suas lanças e machados.
Ao longo dos conflitos deflagrados em 1519, Hernán Cortez teria grandes dificuldades para derrubar Tenochtitlán, capital do Império. A resistência dos guerreiros e da população asteca foi capaz de suportar o avanço militar dos bem munidos soldados espanhóis durante vários meses. No entanto, dois elementos-surpresa foram capazes de garantir a supremacia dos ambiciosos colonizadores: a varíola e o sarampo. O sistema imunológico dos nativos não foi páreo às epidemias vindas da Europa.
De cada três habitantes de Tenochtitlán, um não conseguia resistir aos sintomas devastadores de tais doenças. Dessa forma, contando com aliados visíveis e “invisíveis”, Hernán Cortez conseguiu aprisionar o rei dos astecas em novembro de 1519. A vitória militar seria o início de uma nova etapa na história do continente americano, onde a ambição mercantil europeia promoveu um dos mais brutais genocídios da História.