A Guerra dos Bôeres foi o nome dado às guerras que aconteceram no sul da África (hoje atual África do Sul), entre 1880-1881 e 1899-1902. Os conflitos foram travados entre ingleses e holandeses no contexto do Imperialismo europeu do século XIX.
Descendentes dos colonizadores holandeses que haviam chegado ao sul da África no século XVI, conhecidos como bôeres, entraram em guerra com os neocolonizadores ingleses no século XIX.
Após os primeiros conflitos entre ingleses e bôeres, entre 1880-1881, o primeiro-ministro britânico, William Gladstone, garantiu a posse do governo bôer no território da Transvaal (antiga província da África do Sul, rica em ouro e diamantes, povoada pelos povos bantos).
No ano de 1899, os bôeres ressentidos com a política colonial dos ingleses Joseph Chamberlain e Alfred Miner e temendo perder a região do Transvaal, empreenderam uma série de vitórias contra os ingleses até o ano de 1900. Contudo, é importante ressaltar que essas vitórias estavam relacionadas com o financiamento bélico que a Alemanha proporcionou ao governo bôer.
Após várias derrotas, no ano de 1900 chegaram reforços militares para os ingleses, que rapidamente conquistaram e assumiram o poder da capital bôer, Pretoria. Os bôeres reagiram atacando isoladamente unidades do exército inglês. Contudo, para evitar mais baixas de soldados ingleses, o comandante das tropas inglesas, Lord Kitchener, destruiu várias fazendas bôeres e transferiu milhares de civis para campos de concentração. Aliás, a guerra dos bôeres se configurou como a primeira experiência de implantação dos campos de concentração, muito antes que os campos nazistas.
A Guerra dos Bôeres chegou ao fim após a assinatura do Tratado de Vereeniging, no ano de 1902. O acordo pôs fim às repúblicas Bôeres do Transvaal e de Orange e a Inglaterra pagou várias indenizações aos bôeres com o fim de reestabelecer suas fazendas comunitárias.