As dez pragas do Egito são uma narrativa bíblica. Essas pragas foram enviadas por Deus porque o faraó Ramsés II se negava a conceder a liberdade para os israelitas. Foram necessárias dez pragas para que o faraó decidisse dar a liberdade para esse povo.
Os historiadores não consideram que essa história narra eventos históricos, e é entendida na historiografia como uma lenda que faz parte da tradição hebraica. Alguns pesquisadores procuram encontrar vínculos históricos que comprovem a factualidade da história, e uma teoria diz que uma erupção vulcânica pode ter causado as pragas.
Leia também: Páscoa cristã — qual a sua relação com a Páscoa judaica?
Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre as dez pragas do Egito
- 2 - Narrativa bíblica sobre as dez pragas do Egito
- 3 - Significado das dez pragas do Egito
- 4 - Quais foram as dez pragas que atingiram o Egito?
- 5 - As dez pragas são reais ou apenas um mito?
- 6 - Teorias sobre as dez pragas do Egito
Resumo sobre as dez pragas do Egito
-
As dez pragas do Egito são uma narrativa bíblica vinculada à história hebraica.
-
Essa narrativa conta a história de pragas enviadas por Deus para punir os egípcios e mostrar sua soberania sobre os deuses desse povo.
-
As pragas foram enviadas porque Ramsés II se negou a dar a liberdade para os israelitas.
-
As dez pragas são: água que virou sangue, rãs, piolhos, moscas, morte dos animais, feridas na pele, chuva de granizo, gafanhotos, trevas e a morte dos primogênitos.
-
Pouco antes da última praga, os israelitas celebraram a primeira Páscoa.
-
Essa história é considerada pelos historiadores uma lenda pertencente à tradição hebraica.
Narrativa bíblica sobre as dez pragas do Egito
As dez pragas do Egito são uma das histórias mais conhecidas da Bíblia, sendo parte da narrativa sobre a libertação dos israelitas (hebreus) da escravidão no Egito. Nessa história, Deus teria enviado dez pragas cujo objetivo era punir os egípcios pela escravização dos israelitas.
O faraó Ramsés II não ouvia as solicitações de Moisés, representante escolhido por Deus para conduzir a libertação dos israelitas. Moisés, também israelita, pediu que seu povo fosse liberto, o que foi negado pelo faraó. Assim, usando Moisés e seu irmão Arão, Deus enviou dez poderosas pragas para punir o Egito.
Ramsés II aceitava libertar os israelitas a cada vez que uma nova praga era enviada, mas mudava de ideia assim que a praga se encerrava. Ele só foi convencido a libertar os israelitas com a décima praga, a mais drástica de todas. Depois disso, os israelitas foram libertos e então iniciaram a saga para retornar a Canaã, terra considerada prometida por Deus a esse povo.
Significado das dez pragas do Egito
Para os cristãos e para os israelitas, essa história também é interpretada como uma demonstração da superioridade de seu deus em relação aos deuses egípcios. O evento precedeu a celebração da Páscoa para os judeus.
Veja também: Religião no Egito Antigo — politeísmo e crença na vida após a morte
Quais foram as dez pragas que atingiram o Egito?
O texto bíblico narra que as dez pragas que atingiram o Egito foram as seguintes:
-
Água transformada em sangue: a primeira praga que atingiu o Egito conta que as águas do rio Nilo foram transformadas em sangue, e todos os seres do rio morreram.
-
Infestação de rãs: o Egito foi infestado por rãs, que invadiram as casas das pessoas, causando grandes transtornos.
-
Infestação de piolhos: seres humanos e animais foram atacados por uma grande infestação de piolhos.
-
Enxame de moscas: os egípcios foram afetados por um enxame de moscas que chegava a cobrir o céu, tamanha a quantidade de moscas. Os israelitas não sofreram mal nenhum enquanto a praga acontecia.
-
Peste sobre os animais: todo o rebanho egípcio foi atacado por uma terrível peste que levou os animais à morte. Enquanto o rebanho egípcio sofria com a praga, o rebanho dos israelitas permaneceu ileso.
-
Feridas sobre todos os egípcios: na sexta praga, os egípcios começaram a sofrer com dolorosas feridas em sua pele. Os israelitas também não sofreram as consequências da praga.
-
Chuva de granizo: terríveis tempestades, com raios e enormes pedras de granizo, caíram sobre o Egito. Essa chuva foi responsável por matar egípcios e por destruir parte de suas plantações.
-
Infestação de gafanhotos: uma enorme quantidade de gafanhotos invadiu o Egito e destruiu as plantações que ainda existiam.
-
Três dias de escuridão: o Egito foi colocado em profunda escuridão durante três dias seguidos.
-
Morte dos primogênitos: na última praga, Deus autorizou que o anjo da morte passasse pelo Egito, matando todos os primogênitos daquela terra, fossem humanos ou animais. Os israelitas foram poupados da praga, porque seguiram as instruções que Deus havia transmitido a Moisés. Antes dessa praga, foi celebrada entre os israelitas a primeira Páscoa.
As dez pragas são reais ou apenas um mito?
A posição da historiografia é de que as dez pragas do Egito são, na verdade, uma história mitificada que é parte da tradição hebraica. Com isso, os historiadores não entendem a história das dez pragas como um evento histórico, mas, sim, como um mito. No entanto, diversos historiadores procuram encontrar evidências que comprovem a factualidade dessa história.
Saiba mais: Origens da Páscoa na tradição judaico-cristã
Teorias sobre as dez pragas do Egito
Uma das principais teorias aponta que as dez pragas do Egito podem ter uma explicação científica. Elas teriam sido consequência uma erupção vulcânica de grandes proporções que aconteceu em uma ilha grega — Santorini — por volta de 1600 a.C. Embora a erupção tenha acontecido em uma ilha grega, efeitos dela foram sentidos no Egito, segundo essa teoria.
Primeiramente, a erupção lançou um grande volume de cinzas, minerais e materiais tóxicos na atmosfera. Um desses minerais, o cinábrio, pode ter sido o responsável por deixar a água do Nilo na coloração vermelha. Além disso, a erupção pode ter afetado a acidez da água, causando a morte dos peixes e a fuga de rãs, que invadiram as vilas egípcias.
Alguns animais e humanos podem ter morrido como consequência da erupção, o que favoreceu a proliferação de mosquitos, já que os cadáveres tinham larvas de moscas, causando o enxame. As mudanças climáticas causadas pela erupção também se relacionariam com as pragas. Chuvas ácidas teriam acontecido como consequência, causando feridas na pele das pessoas, contaminando as plantas e matando os animais que se alimentaram dessas plantas.
Por fim, há também algumas teorias que apontam para a grande mortandade de pessoas da aristocracia por volta de 1600 a.C. Esse dado pode se relacionar com a morte dos primogênitos na narrativa bíblica.