A Contrarreforma foi um movimento de reação da Igreja Católica contra a ameaça ao seu poderio no mundo cristão, representada pelas correntes protestantes (luteranismo, calvinismo e outras) que surgiram no século XVI.
Por ordem cronológica, a primeira iniciativa da Contrarreforma se deu com a formação da Companhia de Jesus, em 1534, pelo ex-soldado espanhol Ignácio de Loyola. Organizada segundo os padrões disciplinares e hierárquicos militares, os jesuítas tinham como objetivo combater o protestantismo através do ensino e expansão da fé católica. Foi com esta perspectiva que os jesuítas se deslocaram para as terras recém-conquistadas no continente americano e através da prática missionária buscavam catequisar as populações indígenas.
Outras medidas foram adotadas no Concílio de Trento, realizado entre 1542 e 1563. O concílio (encontro de prelados) havia sido convocado pelo papa Paulo III para discutir assuntos religiosos, inclusive com teólogos protestantes, mas não houve avanço nesse sentido. O resultado foi a afirmação dos princípios católicos e a condenação do protestantismo.
Para se evitar a perda de fiéis católicos, a mais incisiva iniciativa tomada foi o restabelecimento da Inquisição, que através do tribunal do Santo Ofício pretendia combater as heresias, incluindo, neste momento, a doutrina protestante. O tribunal era comandado pelo superior da Companhia de Jesus e condenou à tortura e à morte milhares de pessoas na Europa e nas colônias fora do continente europeu.
Ainda no combate ao protestantismo, foram criados o catecismo para o ensino da doutrina católica e novas escolas para a formação de novos eclesiásticos, bem como a proibição da venda de indulgências, que havia estimulado uma das maiores críticas dos protestantes à Igreja Católica.
A elaboração do Index, relação de livros proibidos pela Igreja Católica, tentou evitar o acesso a conhecimentos considerados nocivos pelos líderes da igreja, como as obras de Galileu Galilei, Giordano Bruno e as bíblias protestantes.
O resultado da Contrarreforma foi a limitação da expansão protestante e uma influência duradoura do catolicismo na América Latina, o local de maior concentração de católicos no mundo.