A Batalha de Stalingrado foi uma das principais batalhas da Segunda Guerra Mundial. Tendo se estendido de 17 de julho de 1942 a 2 de fevereiro de 1943, essa batalha foi travada entre alemães e soviéticos na cidade russa homônima (a Rússia, à época, fazia parte da União Soviética), que é atualmente conhecida como Volgogrado, por situar-se à margem direita do rio Volga.
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Posição estratégica de Stalingrado
Para entender a importância da Batalha de Stalingrado, é necessário que tenhamos em mente que ela foi um desdobramento da megaoperação nazista de 1941 conhecida como Operação Barbarossa. Essa operação consistiu em um ataque coordenado das Forças Armadas Alemãs contra a URSS, o que mobilizou cerca de 4,5 milhões de soldados, provocando, assim, a ruptura do Pacto Ribbentrop-Molotov, ou Pacto Germano-Soviético. Não conseguindo o domínio imediato do território soviético com a Operação Barbarossa, os alemães traçaram novas táticas de ataque, que priorizavam a tomada dos pontos estrategicamente importantes para a URSS. Um desses pontos era a cidade de Stalingrado.
Stalingrado, como já dissemos, estava localizada às margens do rio Volga, uma região que liga as rotas fluviais e ferroviárias de transporte de petróleo e minério de ferro do Cáucaso a Moscou. Sendo assim, para os alemães, era importante tomar Stalingrado, pois o controle sobre a cidade interromperia o abastecimento de parte da indústria pesada da URSS e comprometeria o seu desempenho na guerra.
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Desenvolvimento da Batalha
O responsável pelo ataque alemão a Stalingrado foi o general Paulus, que exercia o comando sobre o VI Exército. Stalin, inicialmente, delegou ao general Chuikov a resistência. Uma das prioridades era impedir que os alemães chegassem a Stalingrado, em uma região próxima ao rio Don. Toda a população local foi mobilizada para a defesa. Como diz o historiador Antony Beevor:
Mesmo antes de o VI Exército de Paulus alcançar a grande curva do rio Don, Stalin havia criado a Frente de Stalingrado e colocado a cidade em pé de guerra. Se os alemães cruzassem o Volga o país seria dividido em dois. A linha de abastecimento anglo-americana através da Pérsia agora estava ameaçada, depois que os britânicos cancelaram os comboios para o norte da Rússia. As mulheres e até as colegiais foram encarregadas de cavar trincheiras anticarro e bermas para proteger os tanques que estocavam petróleo junto ao Volga. [1]
Os alemães, entretanto, conseguiram avançar sobre o perímetro da cidade, mas vários focos de resistência impediam a tomada completa. Ainda que os soldados soviéticos estivessem debilitados e, durante boa parte da batalha, mal equipados, Stalin não permitia nenhuma possibilidade de retrocedimento. Isso ficou claro com a emissão da Ordem n.º 227, que implicava a execução de qualquer combatente que demonstrasse medo ou hesitação.
No entanto, quando chegou o fim do ano de 1942 e sobreveio o inverno, os conflitos em Stalingrado tiveram uma reviravolta. O VI Exército alemão já não estava mais com as mesmas condições do início da batalha, e os soldados não suportariam o rigoroso inverno russo. Hitler, porém, insistiu na permanência das tropas em Stalingrado e enviou uma divisão blindada para dar suporte.
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Vitória soviética
Os soviéticos, por sua vez, organizaram uma contraofensiva com o general Zukov (ou Jukov) no comando, que conseguiu mobilizar tropas dos exércitos de Vatutin, Rokossovsky e Yeremenko. Essa contraofensiva combinada com as baixas temperaturas conduziu os soviéticos à vitória sobre os nazistas.
NOTAS
[1] BEEVOR, Antony. A Segunda Guerra Mundial. Trad. Cristiana Cavalcanti. Record: Rio de Janeiro, 2015. p. 381.