A Baixa Idade Média correspondeu aos séculos XI a XV e foi caracterizada pelas grandes transformações ocorridas na Europa Ocidental que culminaram na transição da Idade Média para a Idade Moderna. O comércio e a urbanização foram retomados, o surgimento das universidades propiciou a retomada do pensamento científico desvinculado da religiosidade e o fortalecimento dos reis em contraposição ao enfraquecimento dos senhores feudais. A estrutura social da Idade Média entrou em colapso nesse período, abrindo espaço para a Modernidade.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a Baixa Idade Média
- 2 - Videoaula sobre Baixa Idade Média
- 3 - O que foi a Baixa Idade Média?
- 4 - Divisão da Idade Média
- 5 - Início da Baixa Idade Média
- 6 - Principais características da Baixa Idade Média
- 7 - Acontecimentos da Baixa Idade Média
- 8 - Transformações da Baixa Idade Média
- 9 - Crise do Século XIV
- 10 - Fim da Baixa Idade Média
- 11 - Exercícios sobre Baixa Idade Média
Resumo sobre a Baixa Idade Média
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Correspondeu à segunda fase da Idade Média, entre os séculos XI e XV, marcada por grandes transformações na Europa Ocidental.
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Foi um período de transição da Idade Média para a Idade Moderna.
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Os renascimentos comercial, urbano e cultural foram as principais mudanças nessa época, provocando abalos na estrutura social do Medievo.
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A burguesia, classe social de comerciantes, fortaleceu-se com o comércio de especiarias.
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A Baixa Idade Média foi o período de fortalecimento dos reis e de início da formação dos Estados Nacionais.
Videoaula sobre Baixa Idade Média
O que foi a Baixa Idade Média?
A Baixa Idade Média correspondeu à segunda fase da Idade Média. Foi o período ocorrido entre os séculos X a XV, marcado por grandes mudanças na Europa Ocidental, como a retomada das atividades comerciais, principalmente o comércio das especiarias, produtos vindos do Oriente. O aumento populacional e a intensificação das trocas comerciais fizeram ressurgir as cidades. Essas mudanças abalaram a estrutura social da Idade Média, culminando na transição para a Idade Moderna.
Divisão da Idade Média
A historiografia divide a Idade Média em dois períodos:
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Alta Idade Média (séculos V ao X): período caracterizado pela formação e consolidação da Idade Média.
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Baixa Idade Média (séculos XI ao XV): momento de grandes transformações para a Europa Ocidental, o que resultaria no fim da Idade Média.
Caso queira saber mais sobre o tema deste tópico, leia nosso texto: Divisões da Idade Média.
Início da Baixa Idade Média
A Baixa Idade Média teve início a partir do ano 1000, também chamado de Ano da Paz de Deus. O termo se refere ao período em que as guerras bárbaras diminuíram significativamente. Isso influenciou no aumento populacional na Europa Ocidental. Esse aumento se justificou também pela melhoria nas técnicas de produção agrícola.
O uso de novos instrumentos de trabalho, como a charrua e a melhoria no arado do solo, promoveu aumento na produção e melhor rendimento da agricultura. As terras cultivadas também cresceram, promovendo a destruição de florestas e o secamento de áreas pantanosas.
A partir do século XI, as cidades e o comércio voltaram a crescer. Desde o final do Império Romano do Ocidente, os centros urbanos se esvaziaram por conta das invasões bárbaras, nos séculos III e IV d.C. Por causa do aumento populacional, as cidades voltaram a ser povoadas, e o excedente agrícola começou a ser comercializado em suas ruas.
Além do excedente agrícola, as especiarias foram muito comercializadas nesse período. Temperos, alimentos e outros produtos vindos do Oriente foram trazidos para a Europa. O mar Mediterrâneo voltou a ser navegado para atender as demandas do comércio marítimo.
Durante a Alta Idade Média, os mosteiros se tornaram centros culturais europeus. Os monges copistas guardavam os textos escritos na Antiguidade e faziam as suas cópias. A partir do século XIII, surgiram as primeiras universidades, que, com o passar do tempo, substituíram os mosteiros como principais centros culturais. O lucro das atividades comerciais financiou essa produção de cultura. As universidades se tornaram espaço para o debate de ideias e de pesquisas científicas, utilizando-se dos conhecimentos matemáticos e não mais da fé e religiosidade.
Por conta dessas mudanças, o pensamento religioso também se modificou. Se a patrística, ou seja, a produção intelectual dos Padres da Igreja, foi importante na Alta Idade Média, quando a doutrina católica estava em formação, a escolástica abriu novos caminhos filosóficos para que o catolicismo respondesse às perguntas que lhe eram feitas. Santo Tomás de Aquino procurou defender a fé cristã por meio de argumentos racionais e tendo como base o pensamento desenvolvido pelo filósofo antigo Aristóteles.
Essas mudanças abalaram a estrutura social da Idade Média. Os servos decidiram sair dos feudos e buscar uma nova vida nas cidades. Isso fez com que se iniciassem revoltas contra os senhores feudais. Nesse momento, o rei, que era chefe militar no período medieval, ganhou força ao conseguir derrotar as revoltas servis e liderar as tropas nas guerras entre reinos ocorridas no final da Idade Média.
Principais características da Baixa Idade Média
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Economia
No começo do período que correspondeu à Baixa Idade Média, século XI, a agricultura ainda era a principal atividade econômica da Europa medieval. As novas técnicas utilizadas no plantio e o aumento do uso do solo tiveram como consequência o crescimento populacional. Contudo, essa realidade econômica começou a mudar quando as cidades e o comércio renasceram. Os centros urbanos voltaram a se movimentar com a vinda de pessoas que saíram do campo e para comercializar o excedente agrícola bem como as especiarias orientais.
As feiras cresceram por todo o território europeu, promovendo trocas comerciais, câmbios de moedas e proteção para os comerciantes. Surgia a burguesia, a classe social composta por comerciantes que enriqueceram com o ressurgimento do comércio.
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Sociedade
A estrutura social da Idade Média foi abalada por conta das transformações ocorridas entre os séculos XI e XV. A ascensão da burguesia fez com que a nobreza, classe social que detinha propriedades rurais, se enfraquecesse. Apesar de ainda não ter o poder político, a burguesa tinha recursos financeiros para apoiar as universidades e, de certa forma, colaborar na produção e divulgação do conhecimento científico. Além disso, esses recursos financiaram os artistas renascentistas, como Leonardo Da Vinci, Michelangelo, entre outros.
Os servos se rebelaram contra os senhores feudais, desencadeando uma série de revoltas na Europa medieval. Eles queriam sair do campo e se dirigir para as cidades, onde havia melhores condições de trabalho e de vida. A Peste Negra provocou um grande impacto na sociedade da Baixa Idade Média, tratando-se de uma doença originária do Oriente que se alastrou por toda a Europa, matando 1/3 da sua população.
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Política
Durante a Baixa Idade Média, as transformações ocorridas na Europa Ocidental acertaram em cheio o poder dos senhores feudais. O crescimento das cidades e a intensificação das atividades comerciais enfraqueceram o poder dos senhores. Por outro lado, os reis, que eram chefes militares, tornaram-se poderosos ao conseguirem acabar com as revoltas servis e derrotar os reinos inimigos.
O fortalecimento dos reis promoveu a centralização do poder, abrindo espaço para o surgimento dos Estados Nacionais, um dos primeiros eventos da Idade Moderna. Os reis se aliaram com a burguesia
Acontecimentos da Baixa Idade Média
A Guerra dos Cem Anos foi um dos principais acontecimentos da Baixa Idade Média. Ocorrida entre os anos de 1337 e 1442, entre a França e a Inglaterra. Os dois reinos disputavam o controle do comércio de Flandres. A guerra foi vencida pelos franceses, contando com a participação de Joana D’Arc, uma camponesa que participou do conflito após receber uma visão divina. Ela se tornou o principal símbolo da França durante a Guerra dos Cem Anos.
Outro acontecimento de destaque nesse período foi a Peste Negra. De origem asiática, a peste chegou à Europa Ocidental por meio das caravanas que traziam produtos orientais. Logo a doença se espalhou, matando milhões de pessoas. O contágio se dava pelas vias aéreas, e as péssimas condições de higiene facilitaram a propagação da doença.
Transformações da Baixa Idade Média
Algumas transformações ocorridas na Baixa Idade Média:
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renascimento comercial, urbano e cultural;
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surgimento da escolástica enquanto principal escola filosófica;
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surgimento das universidades;
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surgimento e fortalecimento da burguesia;
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ascensão política dos reis.
Crise do Século XIV
A Crise do Século XIV pode ser resumida em três palavras: fome, peste e guerra. Por conta das intempéries naturais, a produção agrícola não conseguia atender as demandas da época. Isso gerou escassez de comida, e muitas pessoas morreram de fome. A falta de mão de obra por conta do alto número de mortes ocasionado pela fome e pela Peste Negra fez com que os servos se revoltassem contra os seus senhores, pois teriam que trabalhar mais do que já trabalhavam.
Esse período de tensão social na Europa fez com que os reis ganhassem mais poder ao liderar as tropas militares que acabaram com as revoltas servis e derrotaram os reinos inimigos. Além disso, os reis conseguiram unir seus súditos para entrarem em combate, no intuito de defender a nação que habitavam. A descentralização política, tão característica da Idade Média, mudava de figura ao concentrar poderes nas mãos dos reis.
Fim da Baixa Idade Média
A historiografia considera o fim da Idade Média no ano de 1453, quando o Império Turco-Otomano conquistou a cidade de Constantinopla. No entanto, não se pode deixar de considerar as várias transformações, ocorridas entre os séculos XI a XV, que abalaram a estrutura social medieval.
Os reis centralizaram os poderes que estavam com os senhores feudais. Os burgueses, ao se aliarem com os reis, ampliaram sua influência política, enquanto os nobres perdiam espaço na sociedade. O clero foi questionado pelas mortes durante a Peste Negra e pelas novas ideias surgidas nas universidades. Era a transição da Idade Média para a Idade Moderna.
Exercícios sobre Baixa Idade Média
Questão 1 (Ufpr 2016) Segundo a historiadora Miri Rubin, “longe de serem estéreis e previsíveis, as universidades medievais produziram não apenas servidores civis e burocratas eclesiásticos como também pensadores radicais, cuja obra teve impacto real e que, apesar de suas críticas desafiadoras, morreram em suas próprias camas, e não na cela de uma prisão”. (Revista Ensino Superior, Unicamp, 25/04/2012)
A partir desse excerto e dos conhecimentos sobre o período medieval europeu, assinale a alternativa que relaciona as universidades com seu contexto de surgimento e expansão.
a) As universidades foram patrocinadas pelo papado, para fornecerem profissionais preparados para atuar num contexto de expansão marítima e comercial e de declínio da Igreja Católica perante a formação dos Estados Nacionais, ao mesmo tempo em que estimulariam a autonomia do conhecimento escolástico.
b) As universidades foram patrocinadas pelos comerciantes burgueses, a fim de fornecerem profissionais para atuar num contexto de iluminismo científico e de feudalização da sociedade, com o propósito de substituir os mosteiros como fonte produtora de conhecimento científico e tecnológico.
c) As universidades foram patrocinadas pelo papado ou por reis e príncipes, a fim de fornecerem profissionais para atuar num contexto de renascimento urbano e comercial e de formação dos primeiros Estados Nacionais, tornando-se espaços autônomos de valorização do conhecimento científico.
d) As universidades surgiram patrocinadas pelo papado, a fim de fornecerem profissionais para atuar num contexto de declínio do poder da nobreza, com o intuito de criar espaços autônomos para estudo do direito e da matemática, de modo a servir à nascente administração eclesiástica.
e) As universidades surgiram patrocinadas por reis, príncipes ou pelo papado, a fim de fornecerem profissionais tanto para o gerenciamento eclesiástico das cidades pertencentes à Igreja Católica quanto para as cortes das nascentes monarquias nacionais, em um contexto de revolução científica.
Resolução: letra C. As universidades, durante a Baixa Idade Média, transformaram-se em locais de produção e divulgação do conhecimento. Os debates nelas ocorridos propiciaram a retomada do pensamento racional e científico.
Questão 2 (Fuvest) As feiras na Idade Média constituíram-se:
a) instrumentos de comércio local das cidades para o abastecimento cotidiano dos seus habitantes.
b) áreas exclusivas de câmbio das diversas moedas europeias.
c) locais de comércio de amplitude continental que dinamizaram a economia da época.
d) locais fixos de comercialização da produção dos feudos.
e) instituições carolíngias para renascimento do comércio abalado com as invasões no Mediterrâneo.
Resolução: letra C. As feiras ocorriam ao redor dos feudos ou em pontos de parada das caravanas que atravessavam a Europa Ocidental. Nesses locais ocorriam trocas comerciais, trocas de moedas e negociações. Províncias como Champanhe, na França, surgiram dessas feiras.
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