Os atentados de 11 de setembro foram ataques terroristas realizados pela organização fundamentalista islâmica Al-Qaeda no ano de 2001. Eles começaram a ser planejados em 1999 e foram idealizados por Osama bin Laden e Khalid Sheikh Mohammed. Nesse atentado quatro aviões comerciais foram sequestrados e lançados contra locais simbólicos dos Estados Unidos. Os alvos foram:
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as duas torres do World Trade Center, em Nova York;
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o Pentágono, em Washington;
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e Capitólio, que não foi atingido.
Os atentados foram responsáveis pela morte de quase três mil pessoas. Como resposta, os Estados Unidos iniciaram a invasão do Afeganistão para capturar o líder da Al-Qaeda.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Contexto dos atentados de 11 de setembro
- 2 - Ascensão de bin Laden
- 3 - Como os atentados foram realizados?
- 4 - Consequências dos atentados de 11 de setembro
Contexto dos atentados de 11 de setembro
Os atentados de 11 de setembro foram realizados por fundamentalistas islâmicos ligados à Al-Qaeda, uma organização responsável por diversos ataques terroristas em todo o mundo. Na época, essa organização era liderada pelo saudita Osama bin Laden, e as razões que motivaram o ataque aos EUA são de longa data, tendo relação com a interferência norte-americana no Oriente Médio.
Ao longo da Guerra Fria, os Estados Unidos modificaram radicalmente sua estratégia no Oriente Médio, principalmente para garantir acesso ao petróleo e para evitar o avanço do comunismo por essa região. As intervenções norte-americanas, somadas ao apoio dado ao Estado de Israel, criaram uma relação de inimizade que tornou os Estados Unidos alvo dos fundamentalistas islâmicos.
Durante a segunda metade do século XX, os Estados Unidos, por exemplo, passaram a apoiar ditadores que fossem aliados de sua estratégia para a região. Esse foi o caso de Saddam Hussein, no Iraque, e do Xá Reza Pahlavi, no Irã. A atuação dos Estados Unidos no Oriente Médio se tornou mais agressiva depois da Crise do Petróleo em 1973 e da Revolução Islâmica no Irã em 1979.
A Revolução Islâmica no Irã, inclusive, foi fundamental para o desenvolvimento do fundamentalismo islâmico, uma vez que a Arábia Saudita, para resguardar sua posição de maior potência da região, decidiu investir na exportação de uma ideologia islâmica extremamente conservadora chamada wahhabismo. O interesse saudita em exportar essa ideologia conservadora convergiu com os interesses norte-americanos no Afeganistão.
Em 1979, os Estados Unidos decidiram intervir no Afeganistão, país onde o regime comunista apoiado pelos soviéticos era contestado por rebeldes fundamentalistas chamados mujahidin. Os sauditas forneceram a ideologia, soldados e dinheiro para a luta no Afeganistão, enquanto os Estados Unidos deram armas e treinamento militar.
No final daquele ano, os soviéticos invadiram o Afeganistão, e a inteligência norte-americana enviou bilhões de dólares para apoiar os rebeldes afegãos, que lutaram contra os soviéticos durante anos. O objetivo dos Estados Unidos era tornar o Afeganistão o “Vietnã soviético” para fazer a economia soviética ser drenada por causa da guerra.
Um dos nomes que faziam parte dos mujahidin foi Abdullah Azzam, um professor palestino que trabalhava em uma universidade saudita. Ele decidiu associar-se à luta no território afegão e convenceu um de seus alunos, Osama bin Laden, a se juntar aos rebeldes contra os soviéticos. Com o tempo, esses fundamentalistas islâmicos financiados pelos Estados Unidos reuniram-se em organizações fundamentalistas que promoviam atentados terroristas.
Ascensão de bin Laden
Ainda na década de 1980, bin Laden decidiu que era hora de formar uma organização para lutar contra regimes muçulmanos que ele considerava decadentes e daí nasceu a Al-Qaeda. Na Guerra do Afeganistão, ele era grato pelo apoio norte-americano, mas, depois da Guerra do Golfo, a gratidão se transformou em ódio.
Nesse conflito, o Kuwait foi invadido pelas tropas iraquianas, lideradas por Saddam Hussein, e a Arábia Saudita ficou alarmada com a possibilidade de que seu território também fosse invadido. Por esse motivo, Osama bin Laden ofereceu suas tropas à monarquia saudita sob a promessa de que protegeria o território saudita e expulsaria os iraquianos do Kuwait.
A monarquia saudita rejeitou a oferta de Osama bin Laden e decidiu aceitar o apoio das tropas norte-americanas. Isso enfureceu bin Laden, que prometeu se vingar dos sauditas e dos norte-americanos. O ódio do terrorista saudita em relação aos Estados Unidos aumentou com as intervenções norte-americanas no Oriente Médio e com o apoio dado pelo governo norte-americano ao acordo de paz entre israelenses e palestinos em 1993.
Nesse contexto, na década de 1990, a Al-Qaeda já orquestrava ações terroristas como represália aos Estados Unidos. Em 1993, um caminhão-bomba explodiu abaixo da Torre Norte do World Trade Center, em Nova York, causando seis mortes. Em 1998, atentados a bomba aconteceram nas embaixadas dos Estados Unidos no Quênia e Tanzânia.
No começo de 1999, os membros da Al-Qaeda decidiram lançar um novo ataque contra os Estados Unidos e, a partir dessa decisão, foi organizado o que ficou conhecido como Atentados de 11 de setembro.
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Como os atentados foram realizados?
Os atentados foram realizados no dia 11 de setembro de 2001 e envolveram 19 terroristas, que faziam parte da Al-Qaeda. Esses terroristas sequestraram quatro aviões comerciais e os lançaram contra alvos preestabelecidos. Todos os quatro voos saíram de cidades da costa leste dos Estados Unidos (Boston, Washington e Newark) em direção a cidades da costa oeste (Los Angeles e San Francisco).
Os terroristas embarcaram nesses voos e, quando as aeronaves decolaram, eles renderam a tripulação e anunciaram o sequestro das naves. Em seguida, as aeronaves tiveram suas rotas reajustadas para os alvos:
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as duas torres do World Trade Center, em Nova York;
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o Pentágono, em Washington;
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e o Capitólio, em Washington.
Das quatro aeronaves sequestradas, três foram lançadas sobre os alvos originais. Os dois primeiros aviões dirigiram-se ao World Trade Center em um espaço de tempo de menos de 20 minutos. A terceira aeronave atingiu o Pentágono. A quarta, que ia para o Capitólio, não atingiu o seu alvo porque os passageiros se rebelaram e forçaram os terroristas a lançar o avião em um local no interior da Pensilvânia.
As duas torres do World Trade Center, também conhecidas como Torres Gêmeas, não resistiram ao impacto dos aviões e, horas depois, sucumbiram. Atualmente, no local onde ficavam as Torres Gêmeas, há um museu e um memorial em homenagem às vítimas dos atentados.
Ao todo, 2996 pessoas morreram nos atentados (incluindo os 19 terroristas). Desse total, 2606 estavam em Nova York, 246 eram passageiros ou tripulantes dos aviões, 125 estavam no Pentágono e 19 eram os terroristas. Entre os mortos, havia quatro cidadãos brasileiros que estavam no World Trade Center quando os aviões foram lançados contra o prédio.
A Al-Qaeda, liderada por bin Laden, assumiu a autoria do ataque, e o idealizador desse atentado foi Khalid Sheikh Mohammed.
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Consequências dos atentados de 11 de setembro
Depois dos atentados de 11 de setembro, o governo norte-americano reagiu, endurecendo as políticas de segurança do país, sobretudo nos aeroportos. Em outubro de 2001, foi assinado um decreto chamado USA PATRIOT Act, que ampliou as formas de controle dos órgãos de segurança dos Estados Unidos. Esse decreto teve validade até o ano de 2015, quando foi substituído pelo USA Freedom Act.
Do ponto de vista militar, a resposta americana foi praticamente imediata. Ainda no ano de 2001, o presidente norte-americano, George W. Bush, anunciou “guerra contra o terror”, entendido aqui como terrorismo. O alvo dos Estados Unidos foi o Afeganistão, país dominado pelo Talibã, um regime fundamentalista que deu abrigo a Osama bin Laden e à Al-Qaeda.
Em outubro de 2001, forças americanas iniciaram o ataque contra posições do Talibã e da Al-Qaeda. O objetivo era derrubar o Talibã do controle do Afeganistão e capturar bin Laden, que reconheceu publicamente ser o autor dos ataques. O Talibã foi derrubado do poder, mas a situação no Afeganistão nunca se estabilizou, e a luta contra esse grupo fundamentalista segue em curso.
Khalid Sheikh Mohammed, o idealizador do atentado, foi preso em Rawalpindi, no Paquistão, durante uma operação da CIA, a inteligência norte-americana, e está atualmente na prisão de Guantánamo, localizada em território cubano. O julgamento dele está marcado para 2021. Osama bin Laden, por sua vez, foi morto por tropas americanas no Paquistão em 2011.
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