Plano Cohen

O Plano Cohen foi uma ameaça comunista forjada pelo governo de Getúlio Vargas, que tinha o objetivo de justificar as medidas autoritárias implantadas no Golpe do Estado Novo.

Getúlio Vargas nomeando ministros em 1930, em texto sobre Plano Cohen.
O Plano Cohen foi idealizado pelo serviço de inteligência do governo de Getúlio Vargas.

O Plano Cohen foi uma estratégia política do governo de Getúlio Vargas, concebido para forjar uma ameaça comunista e justificar medidas autoritárias durante o Estado Novo em 1937. Surgiu em meio a um cenário político conturbado, no qual Vargas enfrentava resistência de diversos setores da sociedade. Utilizando-se do clima de instabilidade criado pela suposta ameaça comunista, Vargas deu o Golpe de 1937, dissolvendo o Congresso Nacional e instaurando o Estado Novo.

Leia também: Era Vargas — fatos que marcaram o governo de Getúlio Vargas no Brasil, de 1930 a 1945

Tópicos deste artigo

Resumo sobre Plano Cohen

  • O Plano Cohen foi uma estratégia política do governo de Getúlio Vargas.

  • Foi uma tentativa do governo de Vargas de criar um clima de instabilidade e justificar a tomada de medidas autoritárias.

  • O Plano Cohen teve relação com o Golpe de 1937.

  • Foi utilizado como pretexto por Vargas para dissolver o Congresso Nacional, suspender a Constituição e instaurar o Estado Novo, consolidando seu poder de forma autoritária.

  • A revelação da farsa do Plano Cohen ocorreu em 1938.

  • O jornalista expôs a manipulação do governo de Vargas, revelando que os documentos que comprovavam a existência do plano comunista eram falsos.

  • A revelação causou um escândalo político e abalou a credibilidade do regime.

  • As principais consequências do Plano Cohen foram a legitimação do autoritarismo no Brasil, a fragilização das instituições democráticas, o fortalecimento da oposição política e um legado de desconfiança e polarização política que perdurou por muitos anos na história do país.

O que foi o Plano Cohen?

O Plano Cohen foi um episódio político marcante na história do Brasil, ocorrido em 1937, que teve como protagonista o então presidente Getúlio Vargas. Esse plano ficou conhecido por sua característica controversa e seu impacto significativo no cenário político da época. Tratava-se de um plano comunista forjado pelo governo para justificar medidas autoritárias tomadas por Vargas e consolidar seu poder durante o Estado Novo em 1937.

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Qual a origem do Plano Cohen?

A origem do Plano Cohen remonta a um contexto político turbulento no Brasil da década de 1930, quando Getúlio Vargas chegou ao poder por meio de um golpe de Estado. Ele governou inicialmente de forma democrática, porém enfrentou resistência de diversos setores da sociedade, incluindo militares, oligarquias regionais e a elite cafeicultora.

Getúlio Vargas ao lado de militares em texto sobre Plano Cohen.
Getúlio Vargas ao lado de militares, na tomada do poder em 1930.[1]

O plano teria sido idealizado pelo serviço de inteligência do governo de Vargas com o objetivo de criar um clima de instabilidade e justificar medidas autoritárias que consolidassem o poder do presidente. A ideia era forjar um plano comunista, atribuído a líderes políticos da oposição, incluindo membros proeminentes da Aliança Nacional Libertadora (ANL), organização de esquerda que representava uma ameaça ao governo.

Veja também: Afinal, o que é um golpe de Estado e como ele acontece?

Qual a relação entre o Plano Cohen e o Golpe de 1937?

A relação entre o Plano Cohen e o Golpe de 1937 é intrínseca, pois o plano foi utilizado como justificativa pelo presidente Vargas para a tomada de medidas autoritárias que culminaram na instauração do Estado Novo. Esse período foi marcado pela centralização do poder nas mãos do presidente, pela supressão das liberdades civis e pelo controle rigoroso sobre a oposição política.

O clima de instabilidade criado pela divulgação do Plano Cohen foi instrumental para a articulação do golpe, pois fornecia um pretexto conveniente para ações enérgicas por parte do governo. Em 10 de novembro de 1937, Vargas dissolveu o Congresso Nacional, suspendeu a Constituição de 1934 e decretou estado de emergência, consolidando seu poder de forma autoritária.

General Mourão Filho, um dos conspiradores do Plano Cohen.
General Mourão Filho, um dos conspiradores do Plano Cohen.

Como foi a revelação da farsa do Plano Cohen?

A revelação da farsa do Plano Cohen expôs a manipulação do governo de Vargas para justificar suas ações autoritárias. Em 1938, o jornalista carioca José Américo de Almeida publicou uma série de artigos no jornal "O Globo" revelando que o plano era uma fraude elaborada pelo próprio governo.

Américo de Almeida apresentou evidências de que os documentos que supostamente comprovavam a existência do plano comunista eram forjados, o que provocou um grande escândalo político e abalou a credibilidade do governo de Vargas. A revelação da farsa do Plano Cohen foi um golpe para a legitimidade do regime e contribuiu para o enfraquecimento do presidente.

Principais consequências do Plano Cohen

As consequências do Plano Cohen foram profundas e duradouras para a história política do Brasil. Uma das principais consequências foi a legitimação do autoritarismo no país, com a instauração do Estado Novo e o estabelecimento de um regime de governo centralizado e repressivo.

Além disso, o episódio evidenciou a fragilidade das instituições democráticas e a manipulação política por parte do governo, gerando desconfiança e descontentamento entre a população. A revelação da farsa do plano também fortaleceu a oposição política e estimulou movimentos de resistência contra o governo de Vargas.

Saiba mais: Golpe de 1964 — episódio que instaurou a Ditadura Militar no Brasil

Exercícios resolvidos sobre Plano Cohen

1. Durante o Estado Novo, um episódio político marcante foi o Plano Cohen. Esse plano, forjado pelo governo de Getúlio Vargas, visava criar uma ameaça comunista fictícia para justificar medidas autoritárias. Durante esse período, o Brasil viveu sob um regime ditatorial, com a centralização do poder nas mãos de Vargas.

O Plano Cohen teve um papel relevante durante:

a) A Revolução Federalista

b) A Proclamação da República

c) O Estado Novo

d) A Revolução Constitucionalista de 1932

e) O Movimento Tenentista

A alternativa correta é a letra c): o texto apresenta o contexto histórico em que o Plano Cohen teve um papel relevante, destacando o Estado Novo como o período em que ocorreu esse episódio político marcante. A descrição ressalta a natureza autoritária do regime instaurado por Getúlio Vargas durante o Estado Novo, o que indica a importância desse período para compreender o papel do Plano Cohen na história política brasileira.

Trata-se, então, do Estado Novo, pois está alinhado com o contexto apresentado no texto, destacando o período em que o Plano Cohen teve sua relevância política. As demais alternativas não correspondem ao contexto histórico específico abordado na questão.

2. Durante o governo de Getúlio Vargas, o Plano Cohen teve um objetivo central que marcou a política brasileira. Idealizado para justificar medidas autoritárias, o plano buscava criar uma ameaça fictícia de caráter comunista. Esse episódio político teve um papel significativo no contexto do Estado Novo, regime marcado pelo autoritarismo.
Qual foi o objetivo principal do Plano Cohen durante o governo de Getúlio Vargas?

a) Combater a corrupção política

b) Promover a industrialização do país

c) Criar uma ameaça comunista fictícia

d) Estabelecer a democracia plena

e) Incentivar a reforma agrária

A alternativa correta é a letra c): criar uma ameaça comunista fictícia, pois está alinhada com o objetivo central do Plano Cohen descrito no enunciado. As demais alternativas não correspondem ao objetivo específico do plano durante o governo de Getúlio Vargas.

Créditos da imagem

[1] Wikimedia Commons

Fontes

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 2009

SCHWARTZ, Lilian. Brasil: uma biografia. São Paulo: Cia das Letras, 2016.

Por: Tiago Soares Campos

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