De fato, a vontade de se criar um órgão regulador da imprensa já havia surgido com o aparecimento de diferentes instituições, como o Departamento Oficial de Publicidade (1931), o Departamento de Propaganda e Difusão Cultural (1934) e o Departamento Nacional de Propaganda (1938). Esse último serviu como o embrião do Departamento de Imprensa e Propaganda, que seria um dos grandes instrumentos de censura e manifestação pública do Estado Novo.
Incumbida da missão de centralizar o uso da informação no país, o DIP contava com estruturada agência de notícias chamada de Agência Nacional. Por meio de sua ação, o governo conseguia monopolizar grande parte das matérias jornalísticas a serem veiculadas nas rádios, jornais e revistas da nação. Nas rádios, a “Hora do Brasil” transmitia os feitos do governo estadonovista pelos quatro cantos do território e vários cantores ganhavam incentivos para gravar canções de tom patriótico.
Atento às novas tendências, o DIP também esteve ligado à criação do Instituto Nacional do Cinema. Por meio de um decreto, todas as salas de projeção deveriam exibir uma produção nacional por ano. Por meio das grandes telas, o governo exibia uma série de documentários, conhecidos como "Cinejornal Brasileiro", onde faziam uma crônica positiva da situação política vivida no país.
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, o DIP teve grande importância no projeto de combate às manifestações culturais de origem alemã. Com o auxílio dos Estados Unidos, o Brasil conseguiu atrair a visita de grandes astros do entretenimento norte-americano como Walt Disney e Orson Welles. No campo da produção acadêmica, foram criados vários concursos que premiavam a produção de obras ligadas aos temas nacionais.
A partir de 1943, o DIP começou a sofrer grandes pressões de intelectuais e artistas que reclamavam de sua ação reguladora. Após defender a democracia na Europa, ao combater o nazismo na Segunda Guerra, o governo ditatorial de Vargas e seus órgãos representantes perdiam sua sustentação por completo. Não por acaso, o DIP teve a sua extinção decretada em maio de 1945.