Atualmente, as produções cinematográficas brasileiras vêm ganhando parcelas cada vez mais significativas do público. A aplicação de verbas públicas em projetos, a maior disponibilidade de recursos técnicos e a formação de novos profissionais são apenas alguns dos pontos que explicam esse momento de euforia. Contudo, muitos daqueles que se deliciam na poltrona do cinema, mal sabem que o cinema brasileiro nem sempre viveu de toda essa tecnologia e prestígio.
Entre tantas histórias depositadas no passado, podemos ver que a trajetória da Companhia Cinematográfica Vera Cruz viveu bem as contradições do cinema nacional, entre as décadas de 1940 e 1950. Criada pelo engenheiro italiano Franco Zampari, a Vera Cruz tinha o ambicioso projeto de oferecer uma nova página para a sétima arte no Brasil. E para tanto, não poupou a busca por recursos financeiros, artistas, técnicos e equipamentos que viessem a concretizar tal sonho.
Um pouco antes da sua criação, o cinema brasileiro já tinha seu lugar definido pela criação do Instituto Nacional do Cinema (criado por Getúlio Vargas) e a atuação de outras duas companhias cinematográficas: a Cinédia e a Atlântida. Apesar do sucesso das duas empresas, muitos críticos diziam que as produções dessa época estavam atreladas aos conceitos estéticos europeus e norte-americanos. Sendo assim, a Vera Cruz aparecia em 1949 abraçando o desafio da originalidade.
Com o apoio do documentarista brasileiro Alberto Cavalcanti, a Vera Cruz escalou uma invejável equipe de técnicos italianos, austríacos, ingleses e alemães. Para que essa babel do cinema brasileiro não saísse dos eixos, a Vera Cruz também valia-se de uma secretária poliglota. Além disso, buscando garantias de sua projeção internacional, a companhia não poupava dinheiro para os equipamentos e cenários. Nessa época, a Vera Cruz chegava a gastar 10 vezes mais que as demais concorrentes, em um único filme.
O primeiro lançamento ocorreu em 1950, com “Caiçara”. Apesar de um time de profissionais impecáveis, os críticos acusavam que a companhia vivia o dilema da imitação, já experimentado por suas concorrentes. “Caiçara” era um drama maniqueísta que girava em torno da sofrida vida de uma mulher que se casara com um pescador rude e autoritário. Apesar do tropeço, a empresa logo irrompe tal limitação, produzindo em 1952, “Tico-tico no fubá”, a cinebiografia do compositor Zequinha de Abreu.
Naquele mesmo ano, o auge da Vera Cruz era vivenciado pela descoberta de Mazzaropi, um dos mais expressivos comediantes do cinema nacional, e a realização do filme “O cangaceiro”, dirigido pelo cineasta Lima Barreto. O primeiro atingiu uma carreira de sucesso e passou a gerenciar vários de seus filmes, com a abertura de sua própria produtora. Já o filme fez barulho no cenário artístico internacional, ao ser eleito como melhor filme de aventura no Festival de Cannes, em 1953.
Apesar da expressiva arrecadação com o filme, a Companhia Vera Cruz estava repleta de dívidas. Zampari acabou consumindo todo o seu patrimônio na tentativa de sustentar o seu projeto. Sem maiores alternativas, acabou vendo a empresa transformar-se na Brasil Filmes. Na década de 1970, uma nova crise financeira determinou a venda da companhia cinematográfica para dois cineastas. Atualmente, a Vera Cruz tenta voltar ao mercado relançando suas antigas produções em DVD.
Entre tantas histórias depositadas no passado, podemos ver que a trajetória da Companhia Cinematográfica Vera Cruz viveu bem as contradições do cinema nacional, entre as décadas de 1940 e 1950. Criada pelo engenheiro italiano Franco Zampari, a Vera Cruz tinha o ambicioso projeto de oferecer uma nova página para a sétima arte no Brasil. E para tanto, não poupou a busca por recursos financeiros, artistas, técnicos e equipamentos que viessem a concretizar tal sonho.
Um pouco antes da sua criação, o cinema brasileiro já tinha seu lugar definido pela criação do Instituto Nacional do Cinema (criado por Getúlio Vargas) e a atuação de outras duas companhias cinematográficas: a Cinédia e a Atlântida. Apesar do sucesso das duas empresas, muitos críticos diziam que as produções dessa época estavam atreladas aos conceitos estéticos europeus e norte-americanos. Sendo assim, a Vera Cruz aparecia em 1949 abraçando o desafio da originalidade.
Com o apoio do documentarista brasileiro Alberto Cavalcanti, a Vera Cruz escalou uma invejável equipe de técnicos italianos, austríacos, ingleses e alemães. Para que essa babel do cinema brasileiro não saísse dos eixos, a Vera Cruz também valia-se de uma secretária poliglota. Além disso, buscando garantias de sua projeção internacional, a companhia não poupava dinheiro para os equipamentos e cenários. Nessa época, a Vera Cruz chegava a gastar 10 vezes mais que as demais concorrentes, em um único filme.
O primeiro lançamento ocorreu em 1950, com “Caiçara”. Apesar de um time de profissionais impecáveis, os críticos acusavam que a companhia vivia o dilema da imitação, já experimentado por suas concorrentes. “Caiçara” era um drama maniqueísta que girava em torno da sofrida vida de uma mulher que se casara com um pescador rude e autoritário. Apesar do tropeço, a empresa logo irrompe tal limitação, produzindo em 1952, “Tico-tico no fubá”, a cinebiografia do compositor Zequinha de Abreu.
Naquele mesmo ano, o auge da Vera Cruz era vivenciado pela descoberta de Mazzaropi, um dos mais expressivos comediantes do cinema nacional, e a realização do filme “O cangaceiro”, dirigido pelo cineasta Lima Barreto. O primeiro atingiu uma carreira de sucesso e passou a gerenciar vários de seus filmes, com a abertura de sua própria produtora. Já o filme fez barulho no cenário artístico internacional, ao ser eleito como melhor filme de aventura no Festival de Cannes, em 1953.
Apesar da expressiva arrecadação com o filme, a Companhia Vera Cruz estava repleta de dívidas. Zampari acabou consumindo todo o seu patrimônio na tentativa de sustentar o seu projeto. Sem maiores alternativas, acabou vendo a empresa transformar-se na Brasil Filmes. Na década de 1970, uma nova crise financeira determinou a venda da companhia cinematográfica para dois cineastas. Atualmente, a Vera Cruz tenta voltar ao mercado relançando suas antigas produções em DVD.