O ciclo do café foi um ciclo econômico da história brasileira que se estendeu de meados do século XIX até a década de 1930 (ou década de 1950 para alguns historiadores). Nesse ciclo econômico, o café era o principal produto da economia brasileira e item de exportação que atendia ao mercado norte-americano, principalmente.
O ciclo do café fez com que plantações de café se estendessem pelo Vale do Paraíba, oeste paulista e Zona da Mata de Minas Gerais. Esse ciclo econômico foi responsável pela urbanização do oeste paulista, pelo investimento industrial de São Paulo, e se baseou no latifúndio, na monocultura e também fez uso da mão de obra escrava.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre o ciclo do café
- 2 - O que foi o ciclo do café?
- 3 - Qual o contexto histórico do ciclo do café?
- 4 - Principais características do ciclo do café
- 5 - Relação entre o ciclo do café e a industrialização brasileira
- 6 - Como foi a crise e o fim do ciclo do café?
- 7 - Qual a importância do ciclo do café?
- 8 - Principais consequências do ciclo do café
- 9 - Exercícios resolvidos sobre ciclo do café
Resumo sobre o ciclo do café
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O ciclo do café foi um dos ciclos da história econômica do Brasil.
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Ficou caracterizado por fazer do café o produto mais importante da economia brasileira entre meados do século XIX e XX.
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O café foi introduzido no Brasil por volta do século XVIII, tornando-se produto de grande importância a partir da década de 1830.
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As regiões em que se produziu foram Vale do Paraíba, oeste paulista e Zona da Mata de Minas Gerais.
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A Crise de 1929 contribuiu para encerrar esse ciclo em nosso país.
O que foi o ciclo do café?
O ciclo do café foi um dos ciclos econômicos da história brasileira, correspondendo ao período em que o café foi o principal produto da economia brasileira. O café se estabeleceu como principal produto de nossa economia no começo do século XIX e permaneceu nessa posição até metade do século XX.
O ciclo do café foi responsável pelo enriquecimento do Sudeste em relação ao restante do Brasil e contribuiu para o desenvolvimento industrial, sobretudo de São Paulo, uma vez que muitos cafeicultores investiam seus lucros no desenvolvimento de indústrias. O ciclo do café também contribuiu para o desenvolvimento de transportes e urbanização do estado de São Paulo.
Qual o contexto histórico do ciclo do café?
O café começou a ser cultivado no Brasil no século XVIII, mas sua inserção estava relacionada com o consumo interno e não visava ao mercado exterior. Na primeira metade do século XIX, o café brasileiro passou a ser exportado, o que incentivou o aumento na produção a partir da década de 1850.
Na história econômica do Brasil, o café foi um dos produtos mais importantes, possuindo um ciclo razoavelmente duradouro. O último ciclo econômico significativo que aconteceu no Brasil havia sido o ciclo do ouro, mas a economia mineradora estava em decadência no Brasil desde a segunda metade do século XVIII.
No Nordeste, a economia era decadente desde o declínio do açúcar, e o café acabou dando novo vigor para a economia brasileira, uma vez que se estabeleceu como uma mercadoria valiosa e bastante consumida no mercado internacional. A produção brasileira acompanhou o mercado externo, sobretudo as grandes quantidades demandadas pelos Estados Unidos.
Portanto, o ciclo do café se deu em um contexto em que o café passou a ser largamente consumido no exterior, principalmente nos Estados Unidos e Europa. A partir da década de 1830, o café se estabeleceu como o principal produto da economia brasileira, sendo produzido no Vale do Paraíba, na divisa do Rio de Janeiro e São Paulo. À medida que sua produção cresceu, foi alcançando o oeste paulista e a Zona da Mata de Minas Gerais.
Veja também: Ciclo do ouro — detalhes sobre um dos principais ciclos econômicos da história do Brasil
Principais características do ciclo do café
Entre as principais características do ciclo do café destacam-se:
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produção baseada na monocultura;
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plantio em latifúndios;
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uso da mão de obra de africanos escravizados (sobretudo no Vale do Paraíba);
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incentivo a imigração de europeus para substituir a mão de obra escrava (principalmente no oeste paulista);
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desenvolvimento de uma malha ferroviária para escoar a produção;
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produção em grandes quantidades;
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uso do lucro para investimento nas indústrias;
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preços voláteis;
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socialização dos prejuízos,
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degradação ambiental;
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crescimento urbano.
Relação entre o ciclo do café e a industrialização brasileira
O ciclo do café ficou marcado por incentivar o primeiro impulso à industrialização do nosso país. Isso aconteceu porque os produtores de café, os cafeicultores, arrecadaram enormes fortunas com os seus negócios, passando a utilizar seu capital para investir no desenvolvimento de estradas de ferro e indústrias, principalmente em São Paulo.
Esse era o contexto da Revolução Industrial; a indústria avançava rapidamente na Europa e nos Estados Unidos. Nesse cenário, procurou-se investir para trazer para cá as inovações tecnológicas que existiam no exterior. Como o oeste paulista foi a região cafeeira mais próspera, foi lá que os maiores investimentos na industrialização foram feitos.
Uma das figuras mais significativas desse esforço de industrialização realizado no Brasil durante o ciclo do café foi Irineu Evangelista de Sousa, o Barão de Mauá.
Como foi a crise e o fim do ciclo do café?
A crise da economia cafeeira se deu no século XX, sobretudo a partir da Crise de 1929, que causou enormes prejuízos aos cafeicultores. Alguns historiadores entendem que o ciclo do café se encerrou na década de 1930 com a ascensão de Getúlio Vargas e o pós-Grande Depressão. Outros, por sua vez, entendem que o ciclo foi até a década de 1950, quando o café ainda era o principal produto de nossa economia, mas o impulso de industrialização estava mais acelerado ainda.
A decadência do ciclo cafeeiro passa pela superprodução do café e a flutuação de preço dessa mercadoria. Por conta da superprodução, muitas vezes o preço do café despencava, fazendo com que a produção ficasse estocada, acarretando prejuízos milionários para os cafeicultores. Para evitar isso, eles pressionavam o governo para que as sacas fossem adquiridas pelo governo em preços defasados e mais altos para mitigar os prejuízos dos produtores.
Na Crise de 1929, o governo brasileiro comprou sacas de café dos cafeicultores e as incendiou. O objetivo disso era forçar o aumento do preço do café no mercado internacional e reduzir os prejuízos aos produtores. A partir da Era Vargas, o governo brasileiro passou a investir mais significativamente na indústria.
Qual a importância do ciclo do café?
O ciclo do café foi importante para a nossa economia porque garantiu enorme prosperidade ao país. Essa prosperidade, no entanto, não foi compartilhada por muitos, uma vez que os cafeicultores é que detinham o lucro dessa atividade. Além disso, essa produção fez do Brasil um dos maiores produtores de café do mundo.
O ciclo do café ainda foi importante para o desenvolvimento urbano, sobretudo do estado de São Paulo, incentivando o surgimento de uma série de cidades no oeste paulista. Além de ter contribuído para o desenvolvimento de uma malha ferroviária que ligava o interior desse estado com o litoral. O ciclo da café incentivou a vinda de imigrantes, trazendo mão de obra ao país, embora os imigrantes fossem muito explorados.
Além disso, o ciclo do café contribuiu para o início da industrialização de nossa economia, embora esse primeiro ciclo ainda tenha sido muito incipiente.
Principais consequências do ciclo do café
Como consequências do ciclo do café, pode ser mencionado:
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enriquecimento do centro-sul do Brasil, sobretudo do estado de São Paulo;
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urbanização do estado de São Paulo;
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migração interna de escravos para atender a necessidade cafeeira por mão de obra;
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estabelecimento dos cafeicultores como uma nova elite econômica no Brasil;
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degradação ambiental do oeste paulista;
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industrialização do estado de São Paulo.
Acesse também: Ciclo do cacau — outro importante ciclo econômico brasileiro
Exercícios resolvidos sobre ciclo do café
Questão 1
Qual das características abaixo não fez parte do ciclo do café?
A) produção baseada na monocultura
B) urbanização do estado de São Paulo
C) migração de nordestinos livres como mão de obra
D) plantio em latifúndios
E) cultivo em latifúndios
Resolução:
Alternativa C.
O ciclo do café não incentivou a migração de nordestinos livres para trabalhar nos cafezais, mas, sim, a vinda de imigrantes europeus para suprir a necessidade por mão de obra.
Questão 2
Qual ação foi tomada pelo governo brasileiro para mitigar os efeitos da Crise de 1929 na economia cafeeira?
A) ordenou a redução da produção
B) comprou sacas de café e as incendiou
C) emprestou dinheiro aos cafeicultores a juros baixos
D) investiu no aumento da produção
E) o governo não tomou nenhuma ação
Resolução:
Alternativa B.
A Crise de 1929 afetou profundamente a economia cafeeira, fazendo com que o café brasileiro ficasse empacado, uma vez que a exportação diminuiu drasticamente. Para evitar o prejuízo dos produtores e que o preço do café caísse, o governo brasileiro comprou as sacas de café e as incinerou.
Fontes
FURTADO, Celso. Formação Econômica do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009.
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.