Os bandeirantes foram exploradores que realizaram expedições no período da colonização, no interior do território brasileiro. Estabeleceram-se em São Paulo, organizando as entradas e bandeiras, que adentravam no sertão à procura de indígenas para que eles fossem vendidos como escravos.
Os bandeirantes foram figuras controversas, pois tratavam os indígenas como enorme crueldade. Massacres e destruições de vilas indígenas eram comuns na rotina dos exploradores. Essas figuras também adentraram no sertão para encontrar metais preciosos, sendo os responsáveis por achá-los em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre os bandeirantes
- 2 - Videoaula sobre os bandeirantes
- 3 - Quem foram os bandeirantes?
- 4 - Contexto histórico dos bandeirantes
- 5 - Quais eram os objetivos dos bandeirantes?
- 6 - Bandeirantes na história brasileira
- 7 - Tipos de bandeiras
- 8 - Bandeirantes mais importantes da história
- 9 - Mito dos bandeirantes
- 10 - Consequências das atividades dos bandeirantes
- 11 - Exercícios resolvidos sobre os bandeirantes
Resumo sobre os bandeirantes
- Os bandeirantes eram exploradores que organizavam expedições que penetravam o sertão.
- Suas expedições adentraram no mato à procura de indígenas para serem vendidos como escravos.
- Eles partiam de São Paulo, que tinha necessidade de mão de obra escravizada.
- Os bandeirantes tratavam os indígenas com enorme crueldade, promovendo massacres desses povos.
- Também foram responsáveis por iniciar o ciclo do ouro ao encontrarem metais preciosos em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás.
Videoaula sobre os bandeirantes
Quem foram os bandeirantes?
Os bandeirantes foram sertanistas que realizaram uma série de expedições no interior do território brasileiro durante o período da colonização. Ficaram marcados por organizar expedições paramilitares cujo propósito era encontrar índios para serem escravizados, bem como localizar e destruir quilombos, levando os africanos aos seus cativeiros.
Os bandeirantes também ficaram conhecidos por organizar expedições de exploração do território brasileiro à procura de metais preciosos. Foram eles, inclusive, os responsáveis por localizar metais preciosos em Minas Gerais, Mato Grosso e Goiás, os centros da mineração no Brasil durante o período da colonização.
Os bandeirantes ficaram marcados por contribuírem para a expansão territorial do Brasil, pois suas expedições avançaram para territórios além da linha do Tratado de Tordesilhas, ampliando os domínios portugueses no período da colonização. Além disso, os bandeirantes foram figuras muito controversas do período colonial.
Isso porque eles foram responsáveis por verdadeiros massacres no interior do território brasileiro, fosse de indígenas, fosse de africanos. Os bandeirantes atacavam violentamente aldeias indígenas, matando crianças e idosos, e levando mulheres e homens adultos para serem escravizados, sobretudo em São Paulo.
Contexto histórico dos bandeirantes
As bandeiras e entradas, nomes das expedições bandeirantes, existiram entre os séculos XVI e XVIII, portanto, durante o a colonização. Os bandeirantes, em geral, eram originários de São Paulo, região pouco habitada e que estava distante do centro econômico do Brasil nesse período, o Nordeste.
Os portugueses estabelecidos nessa região careciam de maior potencial econômico para comprar escravos africanos, além da distância do Nordeste. Os indígenas foram então a alternativa que os portugueses encontraram para a ausência de trabalhadores escravizados. Assim, uma grande demanda pela escravização indígena se estabeleceu em São Paulo.
Os paulistas, ainda, tinham um entrave em sua demanda por escravos indígenas: os jesuítas. Isso porque os padres jesuítas se opunham aos interesses paulistas, procurando evitar a escravização dos indígenas no Brasil. Isso fez com que esses religiosos pressionassem a Coroa por uma legislação que garantisse a defesa dos indígenas.
Da exigência dos jesuítas, surgiu a Lei sobre a Liberdade dos Gentios, de 1570, que estabelecia que os indígenas só poderiam ser escravizados em “guerra justa”, isto é, caso fosse hostis aos portugueses. A existência dessa lei, no entanto, não impediu que os portugueses organizassem expedições para capturar nativos como escravos.
Os bandeirantes eram, em geral, filhos de portugueses com índias, e o historiador John Monteiro afirma que essas raízes nativas fizeram com que muitos desses jovens se tornassem sertanistas exploradores com grande conhecimento da terra e com grande conhecimento dos idiomas falados pelos nativos.|1|
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Quais eram os objetivos dos bandeirantes?
Os objetivos dos bandeirantes em suas missões eram:
- Capturar indígenas para vendê-los como escravos ou para usá-los dessa forma em suas propriedades.
- Destruir quilombos e recapturar africanos escravizados fugitivos.
- Encontrar metais preciosos.
Naturalmente, esses objetivos visavam garantir o enriquecimento pessoal de cada bandeirante.
Bandeirantes na história brasileira
As primeiras grandes expedições de bandeirantes foram realizadas nas décadas de 1580 e 1590, com o apoio dos governantes de São Paulo. O objetivo era suprir a carência de escravos em São Paulo, e os alvos iniciais foram indígenas guarani. Com o esgotamento dos índios em São Paulo, os bandeirantes passaram a ir ao Sul, na direção das missões jesuíticas.
Ao longo da primeira metade do século XVII, inúmeras batalhas travadas pelos bandeirantes contra indígenas e o sucesso dos bandeirantes nessas expedições fizeram com que eles passassem a ser contratados pela Coroa portuguesa para missões de recaptura de escravos africanos fugidos e para a destruição de quilombos.
Entre as expedições mais conhecidas dos bandeirantes, está a liderada por Domingos Jorge Velho, que conduziu a destruição do Quilombo dos Palmares, em 1695. Nesse mesmo ano, os bandeirantes paulistas encontraram ouro nas proximidades de Sabará, em Minas Gerais, dando início a uma nova fase na história dos bandeirantes.
A princípio, foi encontrado ouro de aluvião, aquele que fica depositado no leito dos rios. A notícia do achamento do ouro deu início a uma enorme corrida em São Paulo. A chegada de forasteiros desagradou aos bandeirantes paulistas, e uma guerra se iniciou: a Guerra dos Emboabas.
Esse conflito se estendeu de 1708 a 1709, resultando na expulsão das bandeiras paulistas de Minas Gerais. Posteriormente, os bandeirantes paulistas encontraram metais preciosos no Mato Grosso e em Goiás.
Tipos de bandeiras
Alguns historiadores procuram classificar as expedições dos bandeirantes. Chamadas de entradas ou bandeiras, elas poderiam ser:
- Sertanismo de contrato: expedições contratadas diretamente pela Coroa portuguesa ou por alguma autoridade colonial para entrar em confronto com povos indígenas tidos como “rebeldes” e com os quilombos, que reuniam escravos africanos fugidos.
- Bandeiras de apresamento: expedições contratadas por civis ou pelo líder do bando para capturar indígenas para serem vendidos como escravos.
- Bandeiras de prospecção: expedições cujo propósito era localizar metais preciosos no interior do território brasileiro.
Bandeirantes mais importantes da história
Ao longo de mais de dois séculos de entradas e bandeiras, inúmeros bandeirantes ficaram marcados por terem realizado expedições de grande importância no contexto colonial. Entre alguns dos principais bandeirantes da história brasileira, destacaram-se:
- Antônio Raposo Tavares
- Fernão Dias Paes
- Domingos Jorge Velho
- Belchior Dias Carneiro
- Manuel Preto
- André Fernandes
- Bartolomeu Bueno da Silva
- Manuel Borba Gato
- Amador Bueno da Veiga
Mito dos bandeirantes
Ao longo da história brasileira, construiu-se o mito de que os bandeirantes eram homens bem trajados e heroicos que desbravaram as terras brasileiras, contribuindo para a expansão territorial do Brasil. Foram vistos, durante décadas, como símbolo da civilização e da construção do Brasil. Essa imagem, na verdade, é um mito que foi desconstruído pelos historiadores.
Os bandeirantes não trajavam belas roupas, como se consolidou na cultura popular, mas usavam roupas simples e, muitas vezes, sujas, pelo longo período que ficavam dentro do sertão em suas expedições. Além disso, os bandeirantes foram cruéis com os indígenas, sujeitando-os a condições desumanas.
Os bandeirantes assassinavam indígenas (crianças, mulheres e idosos), destruíam suas vilas e aldeias e suas plantações para disseminar o terror. Os indígenas capturados eram levados à força, e, caso não conseguissem caminhar junto dos bandeirantes, eram abandonados para morrer. Isso sem falar que os bandeirantes capturavam indígenas e recapturavam africanos para que fossem enviados para a escravidão.
Consequências das atividades dos bandeirantes
Entre as consequências das atividades realizadas pelos bandeirantes, destaca-se:
- genocídio indígena;
- expansão do território brasileiro;
- ciclo do ouro;
- deslocamento do eixo econômico do Brasil para o Centro–Sul.
Exercícios resolvidos sobre os bandeirantes
Questão 01
O conflito iniciado em Minas Gerais pela rivalidade entre paulistas e os forasteiros, na questão do domínio das minas de ouro, ficou conhecido como:
a) Guerra dos Mascates
b) Revolta de Beckman
c) Inconfidência Mineira
d) Guerra dos Emboabas
e) Guerra de Canudos
Resposta: Letra D
Questão 02
Bartolomeu Bueno da Silva, conhecido como Anhanguera, esteve relacionado com a descoberta de ouro em qual local:
a) Vila Boa de Goiás
b) Sabará
c) Cuiabá
d) Diamantina
e) Vila Rica
Resposta: Letra A
Notas
|1|MONTEIRO, John. Bandeiras indígenas. In.: FIGUEIREDO, Luciano (org.). História do Brasil para ocupados: os mais importantes historiadores apresentam de um jeito original os episódios decisivos e os personagens fascinantes que fizeram o nosso país. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013. p. 36.
Fontes
FAUSTO, Boris. História concisa do Brasil. São Paulo: Edusp, 2018
SCHWARCZ, Lilia Moritz e STARLING, Heloísa Murgel. Brasil: Uma Biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015.
MONTEIRO, John. Bandeiras indígenas. In.: FIGUEIREDO, Luciano (org.). História do Brasil para ocupados: os mais importantes historiadores apresentam de um jeito original os episódios decisivos e os personagens fascinantes que fizeram o nosso país. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2013.