Deu-se o nome de Bandeiras às expedições financiadas pela Coroa Portuguesa, no Brasil colonial, a fim de expansão territorial, extração de minérios, captura de escravos e acúmulo de riquezas. Os membros dessas expedições eram conhecidos como bandeirantes.
Em 1682, uma expedição saiu de São Paulo com o intuito de angariar novas riquezas pelo sertão do Brasil, liderada por Bartolomeu Bueno da Silva. Chegaram a terras desconhecidas e inóspitas, onde hoje é o estado de Goiás. Lá chegando, Bartolomeu se surpreendeu com índios cobertos por adereços feitos com ouro. O bandeirante indagou um indígena sobre a origem do ouro, mas os nativos não cederam. Injuriado, Bartolomeu encheu uma bateia (instrumento para peneirar ouro, semelhante a uma bacia) com álcool e ateou fogo. Disse aos índios que aquilo que queimava era sua água e que, se não entregassem onde estava o ouro, iria incendiar toda a água presente na aldeia. Os nativos, assustados, entregaram a localização das minas e apelidaram Bartolomeu de “Anhanguera”, que em tupi quer dizer “Diabo Velho”. Antes de irem embora carregando o ouro, levaram algumas dezenas de indígenas como escravos. Assassinaram outra centena deles.
A historiografia tratou de elevar o nome de Bartolomeu a herói. Com o título de desbravador do sertão, Anhanguera foi homenageado em ruas, praças, estradas e emissora de televisão. Seu filho, homônimo, voltou às terras goianas onde fundou o Arraial de Santana e, mais tarde, Vila Boa de Goiás.
Há controvérsias quanto à bravura de Anhanguera. Enquanto uns o defendem alegando que ele tenha sido o pioneiro do desenvolvimento goiano, outros o condenam por seus métodos brutais de desbravamento.