Vulcanismo é a atividade geológica que envolve qualquer processo ou conjunto de fenômenos relacionados com o derramamento ou movimentação do magma, gases e outros materiais advindos do interior da Terra sobre a superfície. Suas atividades estão quase sempre relacionadas com a movimentação das placas tectônicas, sendo mais comuns nas zonas de encontro entre duas placas distintas.
Em termos de classificação, existe o vulcanismo primário – ligado diretamente aos vulcões – e o vulcanismo secundário – ligado a atividades vulcânicas em geral, tais como gêiseres, fontes termais etc.
O que são os vulcões?
Os vulcões são as regiões onde há a liberação de uma grande quantidade de magma, material extremamente aquecido formado por rochas quase líquidas. As erupções acontecem graças à pressão oriunda do interior da Terra que “empurra” o magma para cima. Em virtude dessa pressão, é comum haver alguns tremores nos arredores de grandes vulcões pouco tempo antes de eles entrarem em atividade.
Esquema ilustrativo de um vulcão em atividade
Podemos classificar as erupções vulcânicas em três tipos principais: as efusivas (que emitem lava), as explosivas (que emitem fragmentos de rocha sólida, chamados de piroclastos) e as mistas (que emitem lavas e piroclastos).
É importante lembrar que magma e lava são termos diferentes: o primeiro é o conjunto de materiais sólidos em estado de fusão localizados no manto terrestre; o segundo é a transformação do magma quando chega à superfície, perdendo boa parte de seus gases.
Por emitirem um material que se encontra em maior abundância abaixo da crosta terrestre, as erupções auxiliam o ser humano a compreender melhor como o planeta Terra se estrutura abaixo da superfície, em zonas onde o acesso e a obtenção de materiais para estudo são dificultados. Dessa forma, muitas informações sobre a estrutura interna do planeta, bem como sobre o seu processo de formação, advêm de dados coletados após as atividades vulcânicas.
Existem alguns vulcões que não estão mais em atividade, sendo frequentemente chamados de “adormecidos”. No entanto, alguns deles podem simplesmente “acordar” sem maiores dificuldades. Isso se explica pelo fato de que as atividades vulcânicas ocorrem desde a formação do planeta, há mais de 4,5 bilhões de anos. Portanto, sua escala temporal é geológica, bem diferente da escala temporal histórica, de forma que alguns vulcões não estão inativos, somente o seu ciclo de ativação é que é longo, envolvendo centenas ou até milhares de anos entre uma erupção e outra.
A ação dos vulcões no relevo costuma ser bastante evidente, envolvendo tanto verdadeiras catástrofes quanto contribuindo positivamente para as práticas humanas. As rochas oriundas da lava que se solidifica rapidamente na superfície são chamadas de rochas ígneas ou magmáticas, das quais a mais comum é o basalto (ver a imagem abaixo). Quando decomposta, essas rochas dão origem às chamadas “terras roxas”, que são muito férteis. Além disso, as cinzas emitidas nas erupções também ajudam a fertilizar os solos.
Solidificação de lava vulcânica dando origem ao basalto
Além de modificar o relevo, os vulcões podem alterar o clima. Quando as cinzas são lançadas para muito alto, elas podem sofrer uma menor influência da gravidade e pairar na atmosfera durante muitos anos, bloqueando parte dos raios solares e contribuindo para a diminuição das temperaturas. Em regiões oceânicas, as erupções podem provocar o aquecimento das águas e o surgimento de massas de ar quente.
Compreender as ações e os efeitos do vulcanismo no relevo e nas sociedades auxilia-nos no entendimento da complexidade e inter-relação entre os diversos fenômenos que acontecem no interior e no exterior do nosso planeta.