A urbanização no mundo subdesenvolvido é um processo historicamente recente. A partir da década de 1950, com a expansão do capitalismo financeiro e da ampliação das tecnologias informacionais e dos meios de transporte, o mundo assistiu a uma ampliação intensiva do espaço urbano nos países pobres e emergentes.
Os motivos que levaram a uma intensa urbanização nesses países durante o século XX estão relacionados à industrialização tardia pela qual esses países passaram. A maioria dos países pobres apresentava uma população predominantemente rural, porém, com a formação da indústria e a instalação de empresas e fábricas multinacionais, observou-se nos países subdesenvolvidos a ocorrência do êxodo rural, ou seja, a migração em larga escala de habitantes do campo para a cidade.
Outro fator que também acarretou para essa mudança em massa da população foram os avanços tecnológicos no processo de produção agrícola que, aliados à concentração de terras, proporcionaram um grande índice de desemprego no meio rural.
A maioria dessa população que migrou para as cidades não possuía especializações e mão de obra qualificada, tendo de se submeter a funções com baixos salários e condições muitas vezes precárias. Somando-se a isso, as cidades não apresentavam infraestrutura e condições econômicas para receber essa grande quantidade de pessoas, o que acarretou para a formação de grandes periferias e favelas, além de uma grande massa de miseráveis e habitações sem condições de moradia, saneamento básico, entre outros fatores.
Podemos observar cidades como Rio de Janeiro, São Paulo, Johanesburgo, Cidade do México e muitas outras com as heranças desse processo. Um grande número de marginais e favelas, além dos grandes índices de violência, toma conta dessas cidades, problemas que os governos e autoridades locais não conseguem resolver, pois isso requer a diminuição das desigualdades, além de planejamento, reforma urbana e uma maior democratização do campo, para evitar a continuidade do êxodo rural.
Além da formação de favelas, observamos alguns fenômenos urbanos nas cidades dos países subdesenvolvidos, como a segregação urbana, em que as pessoas mais pobres acabam tendo que morar em regiões mais afastadas dos grandes centros e sem contar com segurança, saúde, educação e infraestrutura de qualidade nesses espaços. Outro fenômeno é o da conurbação, quando duas cidades diferentes se encontram, resultado do processo de crescimento desordenado do espaço urbano dessas cidades.