Urbanização virou sinônimo de modernização econômica e os fatos históricos corroboram para tal analogia. Por exemplo, no começo do século XVIII somente 3% da população residia no meio urbano. As cidades mais populosas de que se tem conhecimento eram Paris e Londres, com pouco mais de 1 milhão de habitantes cada. Atualmente, metade da população reside no meio urbano, o que corresponde a aproximadamente 3,5 bilhões de pessoas.
Entretanto, é necessário cuidado na análise das estatísticas. Isso porque a urbanização tem um conceito formal diferente para cada nação. Ou seja, cada país, com sua normativa jurídica, estabelece o que pode ser considerado urbano ou não. Por exemplo, na Europa, só é considerado urbano um local cuja população seja superior a 5 mil habitantes. No Brasil, a sede do município (cidade) e seus distritos (vilas) são considerados urbanos, sem levar em consideração sua população ou as funções econômicas desempenhadas pela cidade ou vila.
Nos países desenvolvidos, a urbanização é mais antiga (século XIX). Seu principal fator foi a I Revolução Industrial, que gerou um forte êxodo rural. Com a Segunda Guerra Mundial, começou a haver intensa migração por todas as partes do planeta, urbanizando alguns países em desenvolvimento, como foi o caso do Brasil. Na verdade, o que sempre motivou a urbanização foi a industrialização. Por vezes, esse processo é inverso. São dois processos simbióticos. Industrialização gera demanda de infraestrutura e mão de obra, o que gera migração e, consequentemente, urbanização. Atualmente, com a revolução da informação, essa simbiose está sendo desfeita.
No desenho atual da urbanização, Europa Ocidental, América do Norte, América Latina e Oceania apresentam uma taxa de urbanização que varia entre 70 e 100%. A maior parte dos países da África e da Ásia apresentam baixos índices de urbanização. Portanto, a urbanização é desigual.
Atente-se ao fato de que taxas de urbanização baixas não significam propriamente população urbana pequena. A China e a Índia são exemplos claros. A China é o país com maior número de pessoas residindo no meio urbano, porém somente 40% de sua população reside em cidades. Ou seja, paradoxalmente, é o país mais urbano do planeta e também o mais rural.
Se no passado os países desenvolvidos urbanizaram-se mais rapidamente, agora o processo é inverso. Os países em desenvolvimento apresentam as maiores taxas de urbanização. A explicação desse fato é muito simples: nos países mais desenvolvidos, grande parte da população já vive em cidades.