Sergipe é um estado localizado na região Nordeste do Brasil, sendo considerado o menor estado da federação. Suas fronteiras encontram o:
Confira alguns dados selecionados do menor estado do país, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Tópicos deste artigo
- 1 - Dados gerais do Sergipe
- 2 - Geografia do Sergipe
- 3 - História do Sergipe
- 4 - Mapa do Sergipe
- 5 - Demografia do Sergipe
- 6 - Divisão geográfica do Sergipe
- 7 - Economia do Sergipe
- 8 - Governo do Sergipe
- 9 - Bandeira do Sergipe
- 10 - Infraestrutura do Sergipe
- 11 - Cultura do Sergipe
Dados gerais do Sergipe
- Região: Nordeste do Brasil
- Capital: Aracaju
- Gentílico: sergipano ou sergipense
- Governo: democrático representativo, com eleições periódicas
- Área territorial: 21.938,184 km² (IBGE, 2020)
- População: 2.318.822 de habitantes (estimativa IBGE, 2020)
- Densidade demográfica: 94,36 hab./km² (IBGE, 2010)
- Fuso: GMT -3
- Clima: Tropical Atlântico no litoral e Tropical Semiárido no interior
Geografia do Sergipe
Localizado na região Nordeste do Brasil, Sergipe faz fronteira com a Bahia (oeste e sul), Alagoas (norte) e oceano Atlântico (leste). Dividido em 75 municípios, Sergipe conta com uma área territorial de quase 22 mil quilômetros quadrados, o menor estado do Brasil.
Seu relevo acidentado e coberto de bacias sedimentares e escudos cristalinos é importante para a produção e exploração de combustíveis, como petróleo e gás natural. O ponto mais alto é a Serra Negra, com 742 m de altitude.
Costuma-se dividir o relevo sergipano em quatro tópicos:
- tabuleiro sertanejo, nas áreas áridas e planas do sertão do estado, onde altitudes ultrapassam 700 m;
- tabuleiros costeiros, entre o litoral e o sertão, nas áreas de bacias sedimentares, onde altitudes que variam entre 300 m e 700 m;
- planícies costeiras que se estendem por 163 km, com presença de manguezais e áreas com, no máximo, 10 m de altitude;
- domo de Itabaiana, localizado na área de transição entre a Caatinga e a Mata Atlântica.
Os dois biomas, Caatinga e Mata Atlântica, são encontrados no estado. Contudo, a Mata Atlântica foi bastante desmatada e atualmente só é vista em áreas de preservação ambiental. Já a Caatinga é encontrada em todo o sertão, com uma vegetação acostumada à seca e ao clima quente, conhecida como xerófila.
O rio São Francisco corta o norte do estado, sendo a fronteira natural com Alagoas. O “Velho Chico”, como é apelidado pelos nordestinos, é de extrema importância para o sertão sergipano devido aos longos períodos de estiagem dessa região, além de contribuir para a geração de energia elétrica, com a localização da Usina do Xingó.
Outros rios também se destacam em Sergipe, como o Vazza-Barris, Sergipe, Japaratuba, Piauí e Real, todos utilizados para atividades econômicas, como a pesca e a mineração, bem como atividades turísticas, como recreação e lazer.
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História do Sergipe
Fazendo fronteira com a Bahia, a área onde é o território de Sergipe, durante mais de dois séculos, pertencia ao governo baiano. No início de nossa história, a Bahia era a principal fonte de cana-de-açúcar da América Portuguesa, sendo que as terras sergipanas tinham como principal função alimentar os engenhos baianos com a produção de cana.
Um pouco antes dessas terras serem colonizadas e povoadas, indígenas habitavam-nas e contrabandistas franceses de pau-brasil eram sempre vistos nelas. Área de importante localização geográfica, entre a capitania de Pernambuco e a capitania da Bahia, a colonização de Sergipe pareceu extremamente necessária.
Em 1575, jesuítas fundaram a aldeia de São Tomé para catequizar povos indígenas. Anos depois, em 1590, Cristóvão de Barros venceu os conflitos com nativos e fundou a capitania de Sergipe del Rey e o arraial de São Cristóvão.
No fim do século XVII, em 1696, a área de Sergipe foi separada da Bahia, mas anexada novamente em 1763. No século seguinte, em 1820, D. João VI, na época rei de Portugal e Brasil, assinou a Carta Régia que concedia autonomia a Sergipe, dando-lhe o status de capitania independente, no dia 24 de outubro.
Por muito tempo, essa data foi considerada o Dia da Independência de Sergipe. Contudo, no fim da década de 1990, a Assembleia Legislativa do estado a transformou no Dia da Sergipanidade, uma data mais significativa e simbólica, do ponto de vista cultural.
Mapa do Sergipe
Demografia do Sergipe
Segundo estimativas do IBGE, em 2020, a população sergipana era de pouco mais de 2,3 milhões de habitantes, uma das menores do país. Ainda de acordo com o mesmo órgão, aproximadamente 75% dessa população vivem na zona urbana, os demais habitam a zona rural. Ademais, as sergipanas são a maioria, com um percentual de 51,8% da população total, enquanto os sergipanos representam 48,2%.
As cidades mais populosas são: Aracaju (capital do estado), Nossa Senhora do Socorro, Lagarto, Itabaiana e São Cristóvão, respectivamente. Essas cinco cidades concentram mais de 1 milhão de pessoas, algo considerável, uma vez que o estado possui 75 municípios.
Com um Índice de Desenvolvimento Humano de 0,665 em 2010, Sergipe está à frente de outros estados nordestinos nesse quesito, como Bahia, Alagoas, Maranhão e Piauí.
Divisão geográfica do Sergipe
Segundo o Governo do Estado, o território sergipano está dividido em oito regiões. Essa divisão foi feita em 2007 para facilitar políticas públicas e a administração por parte do governo. São elas:
- Alto Sertão
- Baixo São Francisco
- Médio Sertão
- Leste Sergipano
- Agreste Central
- Sul Sergipano
- Centro Sul
- Grande Aracaju
Economia do Sergipe
A economia sergipana possui destaques nos setores secundário e terciário, que contribuem para o Produto Interno Bruto (PIB) do estado com 20% e 75%, respectivamente. Durante muito tempo, até meados do século XX, Sergipe contou com o cultivo da cana-de-açúcar como principal fonte de renda estadual. Contudo, na década de 1990, incentivos fiscais por parte do governo e investimentos em infraestruturas diversificaram e alavancaram a economia.
Os principais produtos exportados pelo estado são: suco de laranja, calçados em couro natural, além da cana-de-açúcar. Nesse sentido, nota-se uma importante ligação da agropecuária com a indústria, o que podemos chamar de agroindústria.
No setor secundário, o destaque fica por conta da exploração de combustíveis fósseis, como petróleo e gás natural, sendo Sergipe o quarto maior produtor nacional desses minerais. Cidades como São Cristóvão, Japaratuba, Divina Pastora e Siriri são as que ganham relevância nesse ramo. Sergipe também possui importantes indústrias nas atividades de exploração de sal marinho e potássio, recursos minerais presentes no território.
O turismo também é peça-chave na economia sergipana. Aracaju possui belas praias, e seu IDH elevado (0,770 em 2010) faz com que haja uma boa estrutura para turistas, incentivando bares, hotéis, restaurantes, entre outros estabelecimentos comerciais. Os arcos da Orla de Atalaia são grandes atrativos, uma das orlas mais bonitas do Brasil.
O PIB estimado do estado, em 2016, foi de 38,8 bilhões de reais, o que colocou Sergipe na 15º posição do ranking nacional.
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Governo do Sergipe
Assim como os demais estados brasileiros, o governo sergipano é composto por uma democracia representativa, baseando-se em eleições periódicas realizadas de quatro em quatro anos.
Bandeira do Sergipe
Infraestrutura do Sergipe
De acordo com Companhia de Desenvolvimento Econômico do Sergipe (Codise), o estado conta com 5326 km de estradas federais e estaduais. Duas importantes rodovias federais cruzam o estado, a BR-101, que corre no sentido Sul–Norte, e a BR-235, no sentido Oeste–Leste.
Há uma estrada litorânea ecológica, localizada em uma área protegida pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), conhecida como Linha Verde. Essa estrada liga os municípios de Aracaju a Salvador, sendo uma boa opção para quem quer fugir da conturbada BR-101.
O estado conta com duas fontes de energia oriundas de usinas hidrelétricas:
- Usina de Xingó, no próprio estado;
- Usina de Paulo Afonso, na Bahia.
Para abastecer os 75 municípios, duas empresas privadas de fornecimento energético atuam em Sergipe: a Empresa Energética de Sergipe (Energipe) e a Companhia Sul Sergipana de Eletricidade (Sulgipe).
Para suprir a demanda energética em períodos de estiagem, três usinas termelétricas movidas a diesel auxiliam as hidrelétricas. Essas usinas termais estão localizadas em Lagarto, Nossa Senhora do Socorro e Neópolis.
Há um aeroporto em Sergipe, o Aeroporto de Santa Maria, na capital Aracaju. Sua estrutura é capaz de receber qualquer aeronave comercial, tendo voos para diferentes pontos do Brasil. No entanto, Santa Maria ainda não dispõe de voos internacionais.
Cultura do Sergipe
Embora seja uma das menores unidades federativas, Sergipe possui um vasto campo cultural que mistura raízes negras e nordestinas. Tem eventos que homenageiam escravizados e santos católicos, como é o caso das festas juninas.
No dia 24 de outubro é comemorado o Dia da Sergipanidade. Essa data é comemorada desde a década de 1990, sendo um importante momento para enaltecer a cultura local e história do povo sergipano.
A festa Lambe Sujo x Caboclinhos ocorre no segundo domingo de outubro, feita anualmente, na cidade de Laranjeiras. Esse evento remonta às resistências dos escravizados na região. Há um grupo de dança chamado de Parafusos, em que homens se vestem com anáguas brancas e fazem movimentos circulares de 360º em torno de si mesmos. Esse grupo data do fim do século XIX e também é uma alusão aos escravizados da época.
Sergipanos durante o Reisado na cidade de Laranjeiras, uma manifestação cultural típica do estado.
Em Ribeirópolis, sempre na semana que antecede o Carnaval, há a Festa dos Caretas, evento que começa ao amanhecer e em que os participantes saem pelas ruas da cidade usando máscaras ao som de pífanos e convidando espectadores para a brincadeira. Alguns costumam levar tintas, tornando a festa mais divertida. Esse evento é considerado Patrimônio Imaterial e Cultural de Sergipe.
Outra manifestação artística que é Patrimônio Cultural de Sergipe é o Barco de Fogo, na cidade de Estância. Esse barco é produzido durante as festividades de São João, e consiste em um barco feito de papelão grosso que é movimentado por dois foguetes. O barco fica suspenso por um arame preso em dois mastros, como uma espécie de tirolesa.
Na cidade de Aracaju, o Museu da Gente Sergipana pode ser visitado por quem quer saber mais sobre o povo de Sergipe.