Rondônia é um estado brasileiro localizado na região Norte do país. Faz fronteira com Mato Grosso, a leste e ao sul; Amazonas, ao norte; além de Acre e Bolívia, a oeste e sul/sudoeste, respectivamente.
Confira alguns dados selecionados desse estado nortista brasileiro conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Tópicos deste artigo
- 1 - Dados gerais de Rondônia
- 2 - Bandeira de Rondônia
- 3 - Geografia de Rondônia
- 4 - História de Rondônia
- 5 - Divisão geográfica de Rondônia
- 6 - Mapa de Rondônia
- 7 - Demografia de Rondônia
- 8 - Economia de Rondônia
- 9 - Infraestrutura de Rondônia
- 10 - Cultura de Rondônia
Dados gerais de Rondônia
- Região: Norte
- Capital: Porto Velho
- Governo: democrático representativo, com eleições periódicas
- Área territorial: 237.765,347 km² (IBGE, 2020)
- População: 1.796.460 habitantes (estimativa IBGE, 2020)
- Densidade demográfica: 6,58 hab./km² (IBGE, 2010)
- Fuso: GMT -4
- Clima: predominância do Equatorial
Bandeira de Rondônia
Geografia de Rondônia
O estado de Rondônia é alimentado pela bacia do Rio Madeira, recebendo águas de Mato Grosso e, em sua maioria, dos rios Grande, Mamoré e Guaporé, que nascem na parte leste do território boliviano. Há também os rios da bacia Amazônica, que se interligam com o rio Madeira, sendo importante via de transporte populacional e escoamento da produção agrícola e industrial. Outros rios são destaques no estado, como Jamari, Abunã e Ji-Paraná.
O clima do estado é predominantemente Equatorial, com altos índices pluviométricos durante o ano todo (entre 1900 mm e 2500 mm), além de altas temperaturas, em torno dos 24 ºC a 26 ºC de média termal. O período mais chuvoso ocorre no verão, com chuvas concentradas entre novembro e março, gerando, em algumas cidades, enchentes e inundações. Durante o inverno, entre junho e agosto, a quantidade de chuvas diminui, o que caracteriza um inverno pouco úmido, pois pode chover em alguns dias dessa estação.
Já o relevo rondoniense não é muito acidentado, com altitudes que variam entre 100 m e 600 m. O pico mais alto do estado se encontra nas chapadas de Parecis e Pacaás Novos. Trata-se do Pico de Tracuá, em Campo Novo de Rondônia, centro-oeste do estado. Esse pico possui 1120 m de altitude.
Podemos dividir o relevo de Rondônia em quatro unidades geomorfológicas:
- Planície Amazônica
- Encosta Setentrional do Planalto Brasileiro
- Vale do Guaporé-Mamoré
- Chapada dos Parecis e Pacaás Novos
As três primeiras possuem terrenos que não ultrapassam 500 m de altitude, mostrando que quase todo o território rondoniense é composto de baixas e médias altitudes.
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História de Rondônia
A história rondoniense, enquanto formação territorial do estado, é feita com base em ciclos econômicos que proliferaram na região amazônica.
No fim do século XIX e início do XX, a construção da estrada de ferro Madeira-Mamoré intensificou o território atual de Rondônia, pois o local precisava de mão de obra. Muitos trabalhadores permaneceram na região, formando pequenos aglomerados urbanos. O Tratado de Petrópolis, assinado em 1903, foi a base para impulsionar a vinda de migrantes.
Esse período coincidiu com a busca pelo ouro negro, a borracha nas seringueiras da Floresta Amazônica. O principal público foi o de nordestinos, que buscavam oportunidades de emprego e melhoria de vida.
Em 1943, Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, sancionou o Decreto-Lei n. 5.812/43, que regulamentava a criação do Território Federal de Guaporé, atual Rondônia. Tal fato, somado ao Tratado de Petrópolis, tornou Rondônia o único estado brasileiro criado por meio de um tratado internacional, posteriormente sendo transformado em território federal.
Nessa mesma década, a produção de borracha nos seringais amazônicos era estimulada pela Segunda Guerra mundial, abastecendo os conflitos com matéria-prima. Devido ao período de guerra, os novos migrantes que chegavam ao Território de Guaporé foram apelidados de “soldados da borracha”.
Na década seguinte, em 1956, o território passou a ser denominado Território Federal de Rondônia, em homenagem ao marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, ou somente Cândido Rondon, responsável direto pela instalação de linhas telegráficas entre a Amazônia e o estado de Mato Grosso, mesma localidade de Rondônia.
O atual nome do estado é fruto de uma popular que já tinha sido discutida nos anos 1970, mas só se efetivou em 1981, no dia 22 de dezembro. O governador coronel Jorge Teixeira de Oliveira foi o primeiro chefe do executivo estadual.
Divisão geográfica de Rondônia
Segundo o governo do estado de Rondônia, o território está dividido em 53 municípios, distribuídos em duas mesorregiões: Madeira-Guaporé e Leste Rondoniense, uma com 10 municípios integrados, a outra com 43.
Dentro dessas mesorregiões, o estado ainda se subdivide em oito microrregiões:
- Porto Velho
- Guajará-Mirim
- Ariquemes
- Ji-Paraná
- Alvorada d'Oeste
- Cacoal
- Vilhena
- Colorado do Oeste
Mapa de Rondônia
Demografia de Rondônia
A população de Rondônia está estimada em 1.796.460 de habitantes, segundo dados do IBGE de 2020. Entre as cidades mais populosas, estão: Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes e Vilhena. As populações dessas quatro cidades reúnem 48% de toda a população do estado.
Segundo o último censo do IBGE, de 2010, mais de 40% dos habitantes de Rondônia não são nativos do estado. Muitos são do Nordeste, Sudeste, e até de países vizinhos. Os primeiros foram atraídos durante os ciclos econômicos da borracha e do garimpo, permanecendo e constituindo família.
O Norte é a região brasileira que mais possui povos indígenas, com mais de 340 mil indivíduos. Rondônia é o sexto estado da região em relação à quantidade desses povos em seu território. Ainda, de acordo com o IBGE, 13.076 indígenas vivem em Rondônia. O estado com menos indígenas na região Norte é o Amapá, com 7141.
Economia de Rondônia
Rondônia é a terceira maior economia da região Norte, superada por Pará e Amazonas. O estado já viveu vários ciclos econômicos, como o da borracha ou o do garimpo. De acordo com o governo estadual, o PIB gira em torno dos 40 bilhões de reais, com renda per capita de, aproximadamente, 24 mil reais.
Os destaques do estado giram em torno do setor primário, com extrativismo mineral, vegetal, pecuária e agricultura. Neste último o setor, gêneros alimentícios como café, milho, mandioca, soja, cacau e feijão são presenças marcantes nas plantações rondonienses.
Na pecuária, Rondônia possui um rebanho bovino estimado em 14,5 milhões de cabeças, o segundo maior da região Norte, atrás apenas do rebanho paraense, que é de 20 milhões.
É um estado com baixo grau de industrialização, setor esse que corresponde a pouco mais de 15% do PIB estadual. Nesse quesito, a produção de energia em escala industrial fica por conta das hidrelétricas do rio Madeira.
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Infraestrutura de Rondônia
A principal rodovia de Rondônia é a BR-364, sendo uma das maiores do Brasil. Ela começa no estado de São Paulo, passando por Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre.
Essa rodovia serve para escoar a produção de soja do sul de Rondônia e parte do oeste mato-grossense até os portos graneleiros localizados no Complexo Portuário na capital Porto Velho. Esses portos são essenciais para a economia regional, movimentando mais de R$14 milhões em cargas no ano de 2017. Grande parte da produção estadual e de países vizinhos, como a Bolívia, é escoada por eles.
Cada balsa é capaz de levar até duas mil toneladas de grãos pelas hidrovias do estado, como a Hidrovia do Madeira, a maior do estado, ligando Porto Velho o rio Amazonas
Cultura de Rondônia
Um dos destaques da cultura de Rondônia é a cidade cenográfica de Jerusalém da Amazônia, a segunda maior do mundo, localizada a pouco mais de 20 km de Porto Velho. Aqui, o teatro montado para receber a Paixão de Cristo na segunda quinzena de maio é considerado o segundo maior teatro do Brasil a céu aberto pela Empresa Brasileira de Turismo (Embratur).
Na cidade de Guajará-Mirim, fronteira entre Brasil e Bolívia, acontece, no segundo fim de semana de agosto, o Duelo da Fronteira. Essa festa reúne uma figura do folclore local, o boi bumbá, e é estrelada pelos bois Malhadinho (cor azul) e Flor do Campo (vermelho). Durante o período dessa festa, Guajará-Mirim atrai turistas de toda a região Norte e de alguns países sul-americanos, como Bolívia e Peru. É a segunda maior festa do estado, lotando hotéis, pousadas e aquecendo o comércio local/regional.
Em Porto Velho, capital do estado, ocorre o Arraial Flor do Maracujá, no mês de julho. Esse evento ocorre desde 1983 e tem como objetivo preservar a cultura local. Grupos de dança regionais se apresentam durante 10 dias de festa, resgatando o folclore do boi bumbá com quadrilhas, além de contar com artesanatos locais, feitos das árvores amazônicas.
A importância do Flor de Maracujá é tão significativa para o povo rondoniense que, em outubro de 2019, o evento foi considerado Patrimônio Cultural de Beleza Imaterial do Estado de Rondônia.