As redes de distribuição de energia elétrica no Brasil são constituídas por um sistema complexo de elementos que visa a levar energia desde onde foi gerada até o local onde finalmente será consumida. Essas redes complexas integram unidades geradoras, linhas de transmissão, canais de distribuição e consumidores finais de energia elétrica.
As dimensões continentais do Brasil e a distância das unidades geradoras de energia (geralmente hidrelétricas) dos centros consumidores são fatores que elevam a importância das redes de distribuição. Os maiores consumidores de energia elétrica brasileiros são os grandes centros urbanos e as regiões industriais. Em muitas situações, a rede de distribuição é quem garante que a energia gerada em regiões muito afastadas chegue a esses centros consumidores e seja distribuída de maneira efetiva.
A transmissão da energia elétrica gerada é feita por meio de cabos aéreos em grandes torres de metal
A energia produzida é armazenada inicialmente em geradores e, logo em seguida, é transportada por meio de cabos aéreos fixados em grandes torres de metal. Estas são as redes de transmissão. Até chegar ao destino final, a eletricidade passa por várias subestações, lugar em que transformadores regulam a tensão elétrica de acordo com a necessidade.
À medida que a eletricidade aproxima-se dos centros consumidores, as subestações, por meio de aparelhos transformadores, reduzem a tensão elétrica para que ela possa chegar às residências, empresas e indústrias. A partir daí, os cabos prosseguem por via aérea ou subterrânea, constituindo as redes de distribuição.
Sistema Interligado Nacional (SIN)
O SIN é o maior sistema de transmissão do mundo e é controlado por instituições estatais, sendo composto por empresas de geração, transmissão e distribuição de energia que atuam no país. Esse sistema é responsável por integrar as diferentes regiões produtoras e consumidoras de energia.
Apesar dos importantes avanços na interligação da geração, distribuição e entrega de energia elétrica, essa integração ocorreu de forma processual. O impulso principal para a integração foi a evolução da industrialização e urbanização no país, especialmente nas regiões Sudeste e Sul.
A oferta da energia elétrica aos consumidores finais é feita pela prestação de serviço público por meio de concessão. As empresas responsáveis podem ser privadas ou estatais e devem prestar um serviço público de distribuição e comercialização de energia elétrica por um prazo previamente estipulado.
Redes de distribuição
As redes de distribuição de energia elétrica no país possuem basicamente três tipos de linhas: de alta, média e baixa tensão. Entretanto, a potência de distribuição pode ser dividida essencialmente em:
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redes elétricas primárias - redes de distribuição de média tensão - que além do papel de distribuição, abrange empresas e indústrias de médio e grande porte.
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redes elétricas secundárias - redes de distribuição de baixa tensão – abrange os consumidores residenciais, pequenos estabelecimentos comerciais e iluminação pública.
O processo de urbanização e industrialização do país, além dos interesses econômicos e políticos, foram os fatores que impulsionaram a criação, integração e ampliação das redes de transmissão e distribuição de energia elétrica no Brasil. Ao analisar o consumo e a infraestrutura do setor elétrico, podemos notar que há um direcionamento e uma concentração desses recursos nas áreas de maior consumo: os grandes centros urbanos e as áreas industriais.