Questão basca

A Questão Basca representa a luta do separatismo em prol da independência do País Basco na Europa.

Bandeira do País Basco, símbolo da luta separatista
Bandeira do País Basco, símbolo da luta separatista

Dá-se o nome de questão basca ao processo de autodeterminação e luta do povo basco pela constituição de seu próprio território no continente europeu, em um processo de separatismo e independência. Os bascos são considerados como uma nação, composta pelo seu próprio idioma (o basco) e os seus próprios valores culturais e de pertencimento, mas sem possuírem o seu próprio Estado independente constituído.

Os bascos ocupam uma região localizada ao sul da França e ao norte da Espanha, com registros históricos de ocupação datados de mais de cinco mil anos, local onde hoje residem mais de 2,5 milhões de pessoas. A luta separatista é mais intensa na porção espanhola de sua ocupação, ao passo que na França a convivência é historicamente mais pacífica.

Veja o mapa de localização do País Basco:

Mapa de localização da província do País Basco na Espanha
Mapa de localização da província do País Basco na Espanha

No território espanhol, a questão basca passou a ganhar contornos mais dramáticos a partir do período ditatorial de Francisco Franco, que perdurou de 1939 a 1975. Durante o governo militar de Franco, os bascos foram duramente reprimidos, além de terem proibidas várias de suas práticas, como a pronúncia do idioma basco, as suas manifestações culturais e a celebração de suas datas nacionais. Tal repressão, no entanto, serviu apenas para acirrar os ânimos e fomentar um sentimento separatista ainda maior no território espanhol, somando-se a outras nações do país, como os catalães, os galegos e outros.

Ao final do período franquista, os bascos conseguiram, pela via política e diplomática, mais direitos, dados pelo governo espanhol com o intuito de atenuar os ânimos e enfraquecer a perspectiva de independência. Entre esses direitos, destacam-se a liberdade cultural perdida durante a ditadura militar espanhola e também a elevação da região à condição de Região Autônoma do País Basco, que passou a contar com um sistema legislativo próprio, incluindo um parlamento.

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No entanto, um dos movimentos mais atuantes, criado na década de 1960, continuou as suas atividades. Era o grupo terrorista separatista ETA, sigla para “Euskadi Ta Azkatasuna” (“Pátria Basca e Liberdade”, em basco), que realizava atentados violentos para pressionar o governo espanhol e conseguir os seus objetivos. No entanto, suas práticas sempre foram condenadas pela população do País Basco, que frequentemente realizava protestos populares e pacíficos em repúdio aos atentados realizados pelo grupo.

Em 2010, no entanto, o ETA anunciou oficialmente, por meio de um comunicado em vídeo, o fim de suas atividades, sem, no entanto, apresentar o fim de sua luta separatista e a entrega de suas armas. Uma posição semelhante havia sido realizada em 2006, da qual voltaram atrás no ano seguinte, o que gera muito a preocupação e o receio de possíveis novas atividades terroristas no território espanhol.

Enquanto o grupo extremista ETA foi perdendo gradativamente a sua força no cenário político do País Basco, a esquerda local vem ganhando mais espaço, o que se expressa pela atuação do partido Batasuna (“unidade”, no idioma basco) e pelo recém-criado Sortu (que significa “nascer”), fundado em 2013. A maior parte das lideranças separatistas bascas possui ideologias próximas ao socialismo marxista e amplas relações diplomáticas com outros movimentos separatistas, principalmente dos irlandeses.

Muro na Irlanda do Norte com a imagem de Che Guevara e em apoio à independência do País Basco *
Muro na Irlanda do Norte com a imagem de Che Guevara e em apoio à independência do País Basco *

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* Créditos da imagem: EdgarFabiano / Wikimedia Commons

Por: Rodolfo F. Alves Pena

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