Privatização é um termo que designa a transferência de uma empresa ou setor da economia do Estado para a iniciativa privada, através do processo de venda dessas empresas ou setores. As privatizações no Brasil ocorreram, principalmente, ao longo da década de 1990, fruto da política de orientação neoliberal do Consenso de Washington, que defende a liberalização da economia e a expansão do livre-mercado em face da economia estatal.
A principal crítica que se fez ao processo de privatização no Brasil foi a ausência de um debate em escala nacional a respeito, bem como a falta de uma política de planejamento, haja vista que se tratou de um processo muito rápido na história brasileira, cujos impactos são sentidos ainda hoje.
Os leilões contemplaram companhias estatais pertencentes a setores estratégicos da economia e infraestrutura brasileiras, como a siderurgia (Vale do Rio Doce), a telefonia (Telebrás e Embratel), os transportes (Embraer), a produção de energia (Eletrobrás), vários bancos estaduais etc.
Há um profundo debate envolvendo setores da esquerda e da direita política acerca das privatizações no Brasil. Alguns setores da imprensa, como a revista Veja, o jornal Folha de São Paulo e a Rede Globo de Televisão defendem, juntamente com as organizações políticas de direita, as privatizações. Por outro lado, outros setores da imprensa, como as revistas Caros Amigos e Carta Capital, bem como alguns setores da esquerda política são contra as privatizações.
Os setores da direita política argumentam que as privatizações foram responsáveis pela modernização da infraestrutura do Brasil, que se encontrava sucateada desde o final da ditadura militar. Outro argumento é o de que a venda das estatais geram um acúmulo de renda para o país que pode ser investido em vários campos da economia e da sociedade.
Os setores da esquerda criticam as privatizações argumentando que as melhorias nas infraestruturas não foram satisfatórias em alguns casos e, em outros, só se deu a partir da intervenção do Estado. Argumentam também que os valores das vendas das estatais foram muito abaixo do preço de mercado, como é o caso da Vale do Rio Doce, vendida em 1997 por R$ 3,3 bilhões, mas com o valor estimado na época em R$ 92 bilhões.