Piauí é um estado brasileiro localizado na região Nordeste. Faz fronteira com Maranhão (oeste), Tocantins (sudoeste), Bahia (sul), Pernambuco (leste) e Ceará (nordeste). O estado é banhado pelo oceano Atlântico, ao norte. Sua sigla é PI.
Confira alguns dados selecionados do Piauí, estado que abriga a única capital nordestina que não possui litoral, Teresina, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Tópicos deste artigo
- 1 - Dados gerais do Piauí
- 2 - Geografia do Piauí
- 3 - História do Piauí
- 4 - Mapa do Piauí
- 5 - Demografia do Piauí
- 6 - Bandeira do Piauí
- 7 - Divisão geográfica do Piauí
- 8 - Economia do Piauí
- 9 - Governo do Piauí
- 10 - Infraestrutura do Piauí
- 11 - Cultura do Piauí
Dados gerais do Piauí
- Região: Nordeste
- Capital: Teresina
- Gentílico: piauiense
- Governo: democrático representativo
- Área territorial: 251.755,485 km² (IBGE, 2020)
- População: 3.281.480 de habitantes (estimativa IBGE, 2020)
- Densidade demográfica: 12,4 de hab./km² (IBGE, 2010)
- Fuso: GMT -3
- Clima: Tropical
Geografia do Piauí
O Piauí localiza-se na região Nordeste do Brasil. Possui o menor litoral das unidades federativas nordestinas, além de ser o único estado da região cuja capital não possui saída para o oceano. Faz fronteira com:
- Maranhão (oeste)
- Tocantins (sudoeste)
- Bahia (sul)
- Pernambuco (leste)
- Ceará (nordeste)
É banhado, ao norte, pelo oceano Atlântico.
O relevo do estado é formado por altitudes moderadas e baixas, com planícies no centro e litoral. Podemos dividi-lo em três partes: baixada litorânea, planalto de chapadas e planície do rio Parnaíba. As altitudes em vários locais não ultrapassam os 500 m. Indo em direção ao sul piauiense, as altitudes aumentam, mas não com tanta expressividade. O pico culminante é a serra Grande, com 835 m de altitude.
Planaltos e chapadas são comuns nas divisas com Ceará e Pernambuco, nas partes leste e sudeste do estado.
O clima é o Tropical, com invernos secos e verões chuvosos. A área que mais recebe pluviosidade é o litoral, com índices que chegam a 1200 mm por ano. Entretanto, nas áreas interioranas, as chuvas diminuem e características do clima Tropical semiárido são marcantes, como períodos mais longos de estiagem. Os índices pluviométricos nessas regiões não ultrapassam os 700 mm por ano.
O estado é banhado, principalmente, pela bacia do rio Parnaíba, conhecido popularmente por Velho Monge. É a fronteira natural entre Piauí e Maranhão, correndo no sentido sul–norte. Outros rios também contribuem para o regime hídrico do Piauí, como o São João, São Miguel, Camurupim, Piauí, Canindé, Uruçuizinho, Uruçuí Preto e Poti.
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História do Piauí
A proximidade com estados nordestinos que foram ocupados, ainda no século XVI, por portugueses não resultou em uma ocupação efetiva do território piauiense no século citado. Dos estados do Nordeste, o Piauí foi o que teve a ocupação portuguesa mais tardia, no século XVII.
Antes da chegada europeia, o atual estado do Piauí era ocupado por povos indígenas, como guaranis, amoipiras, cabuçus e tremembés. A resistência dos nativos é uma das explicações da colonização tardia.
No século XVII, após algumas expedições mal sucedidas, colonos da capitania da Bahia e de São Paulo foram para a região piauiense para criar gado que seria útil na produção de açúcar nos engenhos de Pernambuco e Bahia.
A criação de gado foi a primeira atividade econômica piauiense no período colonial. A fundação de inúmeras fazendas, na segunda metade do século XVII, por Domingos Afonso Mafrense, foi imprescindível para a prosperidade regional, não só do Piauí, mas de vários estados nordestinos.
Após a morte de Domingos Mafrense, que se tornou um próspero fazendeiro na localidade, as fazendas ficaram a cargo da Companhia de Jesus, que continuou o legado. Contudo, após a expulsão dos jesuítas pelo Marquês de Pombal, em 1759, as fazendas perderam em administração e produtividade, entrando em declínio.
No século XIX, em 1811, foi criada a capitania do Piauí, que abrigava uma região com várias vilas e fazendas de gado bovino. Até 1823, os piauienses lutaram por sua independência da Coroa, e alguns movimentos populares se destacaram, como a Balaiada e a Conferência do Equador.
A capital, Teresina, foi escolhida em 1852, e seu nome é uma homenagem à então imperatriz brasileira, Teresa Cristina de Bourbon. Antes, a capital do estado era Oeiras, que foi o primeiro povoado do estado, fundado por baianos e paulistas (bandeirantes), na década de 1660.
Mapa do Piauí
Demografia do Piauí
A população piauiense está distribuída em 224 municípios. Com um total de, aproximadamente, 3,3 milhões de habitantes, 63% dos piauienses se declaram pardos, enquanto 33% se declaram brancos, e os outros 3% se declaram negros.
Grande parte da população está na zona urbana (65%), enquanto 35% residem na zona rural do estado. Os índices sociais não são altos, revelando baixo desenvolvimento humano. Em 2010, segundo dados do IBGE, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Piauí era de 0,646, um dos mais baixos do Brasil.
Ainda segundo estimativas do IBGE, em 2020, as cidades mais populosas eram: Teresina (868.075 pessoas), Parnaíba (153.482 pessoas), Picos (78.431 pessoas), Piripiri (63.787 pessoas) e Floriano (60.025 pessoas).
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Bandeira do Piauí
Divisão geográfica do Piauí
O estado do Piauí está dividido em 224 municípios. Segundo a divisão regional do Brasil em regiões intermediárias proposta pelo IBGE, em 2017, o estado conta com seis regiões geográficas intermediárias.
São elas:
- Parnaíba
- Teresina
- Picos
- Floriano
- São Raimundo Nonato
- Corrente - Bom Jesus
Observe-as no mapa a seguir.
Economia do Piauí
Apesar de diversificada, a economia piauiense é concentrada, sendo 10 municípios responsáveis por mais de 60% de todo o Produto Interno Bruto do estado. Os municípios com os maiores índices econômicos do estado, por ordem de relevância, são: Teresina, Parnaíba, Picos, Floriano, Uruçuí, Bom Jesus, Piripiri, Campo Maior, São Raimundo Nonato, e Oeiras. Esse fato revela a grande desigualdade econômica presente no Piauí.
O estado não possui expressividade na indústria se comparado com outros estados nordestinos. O predomínio do setor primário, como agricultura e pecuária, nas cidades interioranas evidencia isso. A pecuária se destaca na produção de caprinos, que são adaptados ao clima quente e seco do interior do Piauí. Há criação de bovinos e suínos, mas de forma tradicional, extensiva, com baixa produtividade.
Na agricultura, há plantações de milho, feijão, arroz, mandioca, algodão, cana-de-açúcar e soja, grande parte feita de forma tradicional, com baixa tecnologia e mecanização.
A indústria é destaque no extrativismo vegetal e mineral. A Mata dos Cocais contribui para a extração do babaçu e da carnaúba. Já na indústria mineral, o destaque fica para a extração de mármore, amianto, níquel, talco e vermiculita.
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Governo do Piauí
O governo piauiense é exercido pelo governador de estado, chefe do Executivo local, eleito com eleições periódicas realizadas de quatro em quatro anos. A sede do governo do estado se encontra no Palácio de Karnak, na capital Teresina.
Com uma arquitetura inspirada nos templos da Grécia Antiga, o nome do palácio é uma alusão a um templo egípcio, e sua construção data da segunda metade do século XIX. Sua beleza e grandiosidade constituem-no como um dos pontos turísticos da capital.
Atualmente, o Palácio funciona apenas para despachos e serviços/eventos oficiais, não se constitui como a residência oficial do governador.
Infraestrutura do Piauí
O baixo desenvolvimento econômico do estado se reflete na infraestrutura, com modestas rodovias, ferrovias e aeroportos. Contudo, na última década, o estado vem investindo em zonas industriais e em ampliamento da malha rodoviária e ferroviária, além de aumentar o espaço dos aeroportos.
A ferrovia Transnordestina está presente no estado e pode ser dividida em dois trechos: São Luís–Teresina e Fortaleza–Teresina. A primeira liga o Porto de Itaqui, no Maranhão, à capital piauiense. É de suma importância para o Piauí, pois transporta combustíveis para Teresina, além de auxiliar no escoamento da produção de cimento da fábrica Nassau, localizada no município de Fronteiras.
Já o trecho Fortaleza–Teresina também escoa produtos industrializados do ramo da siderurgia, cimento, farinha de trigo e minérios.
Dois aeroportos são os mais importantes do estado: o Aeroporto Internacional de Parnaíba - Prefeito Dr. João Silva Filho, no município de Parnaíba, litoral oriental do estado, e o Aeroporto Senador Petrônio Portella, na capital Teresina. Ambos recebem voos de todo o Brasil, mas o de Parnaíba possui melhor estrutura, com capacidade para receber voos internacionais.
Cultura do Piauí
O estado do Piauí possui dois elementos que são patrimônios: um é a Cajuína, bebida piauiense feita com base no caju e bastante consumida no Nordeste. Essa bebida é considerada Patrimônio Cultural Brasileiro, dada sua relevância para a região.
Outro patrimônio presente no estado é Parque Nacional Serra da Capivara, no sul do Piauí, o maior parque rupestre a céu aberto do mundo, em especial na cidade de São Raimundo Nonato. O parque é considerado Patrimônio Cultural da Humanidade.
Nas cidades de Campo Maior e Santo Antônio de Lisboa, ocorrem grandes festividades em homenagem a Santo Antônio, no mês de junho. A homenagem ao santo ocorre em várias cidades, mas nas duas citadas se dá o ápice. Vaquejadas, atrações religiosas e artísticas, além de competição de motocross, fazem parte das festividades, que culminam no dia 13.
Em São João do Piauí, o santo homenageado em junho é o que dá o nome à cidade, estando entre as principais Festas Juninas do Nordeste.
As danças também fazem parte da cultura do Piauí. Baião, reisado e bumba meu boi são frequentes manifestações culturais que marcam a vida do povo piauiense.
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[1] sejoganomato / Shutterstock