O Permafrost (perm: “permanente”; frost: congelado) é um tipo de solo encontrado na região do Ártico que é caracterizado pelo seu grau permanente de congelamento, conforme indica a etimologia de seu termo. Outro nome dado ao permafrost é o pergelissolo, sendo constituído basicamente por terra, gelo e rochas.
A principal característica do permafrost é o fato de ele ser constituído por uma densa camada de gelo formada durante milhares de anos. Por isso, esse solo armazena consigo restos orgânicos e partículas da atmosfera existentes em tempo muito remotos, tendo uma grande utilidade científica, pois funciona como um diário dos eventos naturais ocorridos há muitos anos.
A área ocupada pelos solos do tipo permafrost é próxima aos treze milhões de quilômetros quadrados, o que equivale a ¼ das terras emersas no hemisfério norte. Na Rússia, quase um terço da área territorial do país é ocupada pelos pergelissolos, que são também o tipo de solo predominante nos domínios da Tundra.
Outro aspecto do permafrost é a sua instabilidade. Em algumas áreas, sua espessura alcança os 300 metros durante o inverno e diminui para até dois metros no verão. Por causa disso, é pouco recomendada a construção de edifícios e até de estradas, pois as variações inconstantes no terreno podem provocar desabamentos e fissuras no terreno e nas edificações.
Os fatores que propiciam a formação do permafrost são as baixas temperaturas e os baixos índices de precipitação e neve, o que não permite uma transição e movimentação das camadas superficiais, além de expor o solo totalmente ao frio. A vegetação é escassa e adensa-se somente nos períodos mais quentes do ano.
Permafrost e o aquecimento global
Os cientistas e teóricos do aquecimento global voltam-se para o permafrost com um sério tom de preocupação. Durante a sua formação, o pergelissolo armazenou consigo uma grande quantidade de matéria orgânica, além de dióxido de carbono (CO2) e metano (CH4). Com o possível aquecimento da Terra em função da elevação média das temperaturas, o permafrost pode descongelar totalmente durante os próximos anos e ser responsável pela liberação de bilhões de toneladas de poluentes na atmosfera durante um rápido período de tempo.
Permafrost e uma nova fonte de energia
Como já mencionamos, o permafrost guarda consigo, entre outros elementos, uma grande quantidade de metano (CH4), mais especificadamente o hidrato de metano, aquele mesmo responsável por colocar fogo no gelo e na água. Alguns países, como os Estados Unidos, a Rússia e, principalmente, o Japão, vêm buscando desenvolver técnicas para a extração desse material, que poderia substituir o gás natural rapidamente e diminuir a dependência de importações desses países.
As principais reservas de hidrato de metano no Ártico encontram-se em áreas oceânicas com baixíssimas temperaturas e elevada pressão, o que vem dificultando (e encarecendo) as pesquisas. No entanto, é bem provável que no futuro existam técnicas eficientes para o aproveitamento do hidróxido de metano, que poderá transformar-se em uma das principais fontes de energia do mundo. A principal questão é referente aos impactos gerados aos solos oceânicos, aos ecossistemas marinhos e à atmosfera, haja vista que o metano, durante sua extração, pode escapar com maior facilidade.