O estado do Pará localiza-se na Região Norte do Brasil. Esse estado é um dos que possuem fronteiras internacionais (Guiana e Suriname), além de fazer fronteira com outros seis estados do país: Roraima, Amazonas, Mato Grosso, Tocantins, Maranhão e Amapá. É banhado ao norte pelo Oceano Atlântico e sua sigla é PA.
Confira alguns dados selecionados do Pará, o segundo maior estado do país em extensão territorial, conforme informações do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
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Tópicos deste artigo
- 1 - Dados gerais do Pará
- 2 - Geografia do Pará
- 3 - História do Pará
- 4 - Mapa do Pará
- 5 - Demografia do Pará
- 6 - Divisão geográfica do Pará
- 7 - Economia do Pará
- 8 - Bandeira do Pará
- 9 - Governo do Pará
- 10 - Infraestrutura do Pará
- 11 - Cultura do Pará
Dados gerais do Pará
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Região: Norte do Brasil.
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Gentílico: paraense.
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Capital: Belém.
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Governo: democrático representativo, com eleições periódicas.
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Área territorial: 1.245.870,707 km² (IBGE, 2020)
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População: 8.690.745 de habitantes (estimativa IBGE, 2020)
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Densidade demográfica: 6,07 de hab./km² (IBGE, 2010)
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Fuso: GMT - 3, ou seja, atrasado três horas em relação ao Meridiano de Greenwich.
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Clima: equatorial.
Geografia do Pará
O estado do Pará faz fronteira com seis estados brasileiros, além de dois países sul-americanos. As fronteiras nacionais paraenses são:
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Amapá (norte),
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Amazonas (oeste),
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Mato Grosso (sul),
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Tocantins (sudeste) e
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Maranhão (leste).
Já as internacionais são Guiana e Suriname (noroeste).
Em termos de extensão territorial, o Pará é o segundo maior estado do Brasil, atrás apenas do Amazonas. Essa imensidão faz do Pará um estado rico em recursos naturais, como ferro, ouro e cobre.
O clima do estado é o equatorial, com elevados índices pluviométricos durante o ano todo, bem como elevadas médias termais. Com chuvas frequentes, estações secas são raras no território paraense. A temperatura média anual é de 27 ºC, mas pode chegar a 35 ºC, no verão, e 19 ºC, no inverno.
O estado é alimentado pelas bacias hidrográficas do Rio Amazonas e do Rio Tocantins. Devido ao tamanho territorial, as bacias que abastecem a população paraense possuem importância nacional. No estado, vários rios merecem destaque, como o Tapajós, Xingu, Curuá, Jari, Pará, Tocantins e o Amazonas.
A Floresta Amazônica predomina no Pará, sendo alvo de constantes desmatamentos. Árvores como a copaíba, mogno, açaizeiro, cajueiro e seringueira são comuns, o que atrai madeireiras de todo o Brasil. Contudo, outras vegetações também podem ser encontradas, como Cerrado (fronteira com Tocantins) e manguezais (litoral).
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História do Pará
O território paraense, antes da chegada dos europeus, no século XVI, era habitado por inúmeros povos indígenas, como os tapajós, munduruku e karajás. Resistentes ao processo colonizador, muitos indígenas foram dizimados e povos inteiros foram extintos com o início da colonização europeia.
Os primeiros europeus a adentrarem o atual estado do Pará foram holandeses e ingleses, mas o título de propriedade ficou a cargo dos espanhóis, por meio da assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494.
No século XVII, em 1616, os portugueses construíram o Forte do Presépio, onde hoje é a atual capital, Belém. Acredita-se que esse forte foi construído para garantir a ocupação e consolidar o domínio lusitano na região. Todavia, a ideia não era apenas essa, mas sim explorar a riqueza da biodiversidade amazônica presente no Pará, seja no âmbito natural, seja mineral.
No século seguinte, as capitanias do Grão Pará e do Maranhão se tornaram uma só. A partir da assinatura do Tratado de Madrid, em 1750, tais territórios foram definitivamente incorporados à administração colonial. Com a chegada do Marquês de Pombal, essas capitanias vivenciaram significativos avanços. Profissionais de várias áreas foram levados para Belém, que, no século XIX, se tornou um importante centro urbano nortista.
Com a saída de Pombal, um período de estagnação econômica rondou o Pará, mas foi solucionado com o ciclo econômico da borracha. A capital se transformou em referência mundial na prática de extração do látex, no século XIX, com grande produção, além de reconhecimento nacional e internacional.
Em 1850, a capitania do Grão Pará se tornou a Província do Grão Pará e Rio Negro (atual Amazonas), adquirindo o status de estado em 1889, após a Proclamação da República.
Mapa do Pará
Demografia do Pará
A população paraense é majoritariamente parda (73%), segundo dados do IBGE. Há presença de brancos (23%), negros (3%) e indígenas (1%). Essa população de 8.690.745 de habitantes, segundo estimativas do mesmo órgão em 2020, faz com que o Pará seja o estado mais populoso da Região Norte. Porém, o vasto território resulta em uma baixa densidade demográfica (menos de 7 hab/km²).
As cidades mais populosas em 2020, de acordo com o IBGE, eram: Belém (1.499.641 pessoas), Ananindeua (535.547 pessoas), Santarém (306.480 pessoas), Marabá (283.542 pessoas) e Castanhal (203.251 pessoas).
Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) era de 0,646, o quarto menor do país.
O ciclo econômico da borracha, no século XIX, associado ao incentivo de ocupação territorial da parte oriental do Brasil, contribuiu para a grande diversidade populacional do Pará. Nordestinos, gaúchos, italianos e libaneses estão presentes no território, além da presença de negros e indígenas, dois alicerces de toda a população brasileira.
Divisão geográfica do Pará
O estado do Pará é dividido em 144 municípios, em uma extensão territorial de pouco mais de 1,2 milhão de km², o segundo maior estado do país. Segundo a divisão regional do Brasil em regiões intermediárias, proposta pelo IBGE em 2017, o estado conta com sete regiões geográficas intermediárias.
As sete regiões geográficas intermediárias são:
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Belém
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Castanhal
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Marabá
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Redenção
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Santarém
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Altamira
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Breves
Observe-as no mapa a seguir:
Economia do Pará
A economia paraense é a maior da Região Norte e possui o maior mercado consumidor regional. Os recursos naturais presentes no estado fazem com que o Pará seja um grande exportador de commodities agrícolas e minerais, tornando-se fundamental na composição do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e fomentando parcerias comerciais internacionais para o país.
A composição econômica do PIB paraense tem no setor de serviços seu principal destaque (62%), seguido pelo setor industrial (31%) e o setor agropecuarista (8%). Atividades comerciais e o turismo também contribuem significativamente para a economia do Pará.
O estado tem grande força no extrativismo, seja ele mineral, seja vegetal. Na parte de mineração, o Pará é grande produtor de ferro, manganês, calcário e ouro, em especial na região da Serra dos Carajás, em Parauapebas, e na Serra Pelada, que é uma extensão da primeira.
O ferro extraído no Pará é exportado para o mundo todo, em especial para a China e União Europeia, principais parceiros econômicos do estado.
Na agricultura e extrativismo vegetal, o cultivo de laranja, banana, cana-de-açúcar, cacau, mandioca, feijão e pimenta-do-reino estão presentes, bem como a extração de açaí. Cerca de 90% do açaí consumido no Brasil vem do Pará.
O estado ainda conta com um expressivo rebanho bovino, com mais de 20 milhões de cabeças de gado criadas no interior do estado. Contudo, algumas propriedades realizam o desmatamento da Floresta Amazônica para aumentar o pasto, o que gera controvérsias em relação à criação do gado em determinadas áreas. Ademais, o Pará também cria suínos e bubalinos, esse último na região da Ilha do Marajó, considerada o maior arquipélago flúvio-marítimo do planeta.
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Bandeira do Pará
Governo do Pará
O governo paraense é exercido pelo governador de estado, chefe do Executivo local e eleito por meio de eleições periódicas, realizadas de quatro em quatro anos. A sede do governo do estado se encontra no Palácio Lauro Sodré, ou Palácio Azul, na capital, Belém.
Esse palácio foi construído entre 1676 e 1680 para abrigar os governadores da capitania. Foi demolido parcialmente em 1759, mas reconstruído no século seguinte com características da arquitetura italiana, projeto do arquiteto Antônio José Landi. Em 1971, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) restaurou o palácio, devolvendo sua arquitetura original, que remete aos tempos coloniais.
Infraestrutura do Pará
A grande extensão do estado e a presença da Floresta Amazônica fazem com que haja predominância dos meios de transportes rodoviário e hidroviário, com destaque para os rios Amazonas e Tocantins.
A rodovia Belém-Brasília, uma das maiores do país, é artéria principal na comunicação do Pará com os estados do Centro-Sul do Brasil, ligando a capital paraense à capital nacional, bem como a outros estados, como São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul.
A extração de ferro é escoada a partir da Estrada de Ferro Carajás, que conecta Parauapebas ao Porto de Itaqui e Ponta da Madeira, no Maranhão. Outra ferrovia também está presente no estado para facilitar a conexão e escoamento da produção agrícola: a Ferrovia Norte-Sul.
Portos também compõem a infraestrutura do estado, como o Porto de Belém, o Porto de Santarém e o Porto de Marabá, além de outros presentes ao longo do litoral paraense e em algumas margens de rios no interior.
Na capital, está o principal aeroporto do estado, o Aeroporto Internacional de Belém/Val-De-Cans - Júlio Cezar Ribeiro. Em Santarém, outro grande aeroporto se faz presente, auxiliando no turismo e escoamento de produção. Trata-se do Aeroporto Internacional de Santarém Maestro Wilson Fonseca.
Cultura do Pará
Em Belém, ocorre uma das maiores festas católicas do Brasil, a qual é realizada há mais de dois séculos. O Círio de Nazaré ocorre em outubro, no segundo domingo do mês, com uma referência à Nossa Senhora de Nazaré. Durante essa manifestação religiosa, católicos de várias partes do país, quiçá do mundo, visitam a capital paraense para prestar as devidas homenagens, fortalecendo e revigorando sua fé.
A capital ainda conta com grandes atrações turísticas, como o Mercado Ver-o-Peso, o Forte do Presépio e a Casa das Onze Janelas, locais que devem ser visitados por quem chega em Belém.
Na cidade de Bragança, nordeste do estado, o festival conhecido como Marujada mistura religião com música. Destaca-se também o Festival do Sairé, em Alter do Chão, que utiliza cantos com religiosidade para demostrar os costumes dos povos nativos.
Um gênero musical famoso no Pará é o carimbó, que é de origem indígena, dos povos tupinambás, em junção aos negros africanos. Essa dança se caracteriza por batidas compassadas e mulheres segurando longas saias.
A culinária paraense também merece destaque. É uma das mais ricas e apetitosas do país. Entre os pratos típicos da região, podemos citar pato ao tucupi, tacacá, maniçoba, açaí, cachaça de jambu e o peixe filhote, que pode chegar a pesar mais de 100 kg.
Uma curiosidade do Pará é o modo como apreciam o açaí. Em algumas regiões brasileiras, esse fruto é consumido como um creme gelado e acompanhando doces, como leite condensado. No Pará, o açaí é consumido como acompanhamento para pratos salgados, como peixes fritos.
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[1] Rafael Tomazi / Shutterstock