Os países emergentes vêm ocupando uma posição de cada vez maior destaque no âmbito da economia internacional, além de serem atores de relativo peso no âmbito da relações geopolíticas internacionais. A principal comprovação do papel crescente desses países ocorreu durante a crise econômica internacional iniciada em 2008 e postergada em 2011, quando o mundo desenvolvido sofreu mais impactos que os países em desenvolvimento.
Afinal, o que são países emergentes?
Não existe um “conceito-padrão” de países emergentes, também chamados de países em desenvolvimento ou países intermediários. No entanto, podemos defini-los como aquelas economias periféricas ou subdesenvolvidas que apresentaram, ao longo das últimas décadas, relativas melhorias no âmbito financeiro, comercial e social, havendo, assim, melhoria de suas estruturas e novas perspectivas de crescimento.
É comum o erro de se considerar os países emergentes como aqueles que deixaram de ser subdesenvolvidos para integrar uma espécie de “meio-termo” em relação aos países ricos. No entanto, esses países – em função de todos os seus problemas sociais ainda presentes e de suas heranças históricas – não se livraram de suas condições de subdesenvolvimento e dificilmente o farão em um curto espaço de tempo. Desse modo, os países emergentes devem ser vistos como uma espécie de grupo ou tipologia inserida no contexto maior dos países subdesenvolvidos, e não um agrupamento em separado.
Quais são os países emergentes?
O principal grupo que protagoniza, atualmente, os países emergentes seria o BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), embora os russos frequentemente sejam classificados como uma economia em transição para o desenvolvimento, um assunto que gera muitas controvérsias. Além desses, citam-se também o MIST (México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia), além de outros países, como os Tigres Asiáticos e os Novos Tigres Asiáticos, principalmente o Vietnã. Na América do Sul, merecem destaque também a Argentina e o Uruguai.
Qual é a diferença entre países emergentes e subdesenvolvidos?
A principal característica que diferencia os países emergentes dos demais é o avançado processo de industrialização pelo qual esses países passaram, processo esse consolidado principalmente pela instalação maciça de multinacionais. Além disso, as melhorias de infraestrutura (telecomunicações e transporte), mesmo que em grau limitado, permitiram a esses países um melhor desempenho produtivo. No Brasil, por exemplo, o crescimento das cidades está mais do que consolidado, haja vista que quase 90% da população do país reside em médias e grandes áreas urbanas. Por outro lado, muitos países periféricos são essencialmente agrários, ou seja, pouco industrializados e com a urbanização ainda em fase de expansão.
Outra característica dos países emergentes é a expansão do setor terciário da economia tanto na produção de riquezas quanto na geração de empregos. Atualmente, muitos desses países encontram-se com 50% ou até 60% de seus trabalhadores empregados no setor de serviços e também no comércio. A agricultura e a indústria, embora ainda muito produtivas, passam a tornar-se cada vez mais mecanizadas e utilizam, proporcionalmente, uma menor quantidade de mão de obra.