Com mais de 26 milhões de pessoas, os curdos formam a maior nação do mundo sem Estado. Esse povo está distribuído nos territórios da Armênia, Azerbaijão, Irã, Iraque, Síria e Turquia. Nesse sentido, esse grupo étnico reivindica a criação de um país próprio, denominado Curdistão.
A organização social desse povo baseia-se na formação de clãs, sendo que, em várias regiões, o idioma utilizado é o curdo. A maioria é mulçumana sunita, cuja principal atividade econômica é o pastoreio e a produção de tapetes artesanais.
O movimento separatista curdo é reprimido com bastante violência, sobretudo no Iraque e na Turquia. Durante a década de 1970, o então presidente do Iraque, Saddan Hussein, iniciou uma campanha de perseguição ao povo curdo. Esse período foi marcado pela destruição de cidades e vilas, além de assassinatos com a utilização de armas químicas. Estima-se que 3 mil curdos foram mortos no Iraque por envenenamento por tálio (metal pesado utilizado para matar ratos). Saddan Hussein, em 1988, ordenou um ataque com armas químicas na cidade curda de Halabja. Nessa ocasião, foi utilizado gás sarin (afeta o sistema nervoso) e gás mostarda (desencadeia lesões na pele), provocando a morte de mais de 5 mil curdos.
Na Turquia, que abriga mais de 14 milhões de curdos, é proibido o estudo da língua curda nas instituições de ensino. As perseguições se intensificaram a partir do século XX, pois o principal grupo separatista, o Partido dos Trabalhadores do Curdistão, passou a reagir às repressões do governo turco, dando início a uma luta armada. Esse conflito resultou na morte de mais de 40 mil pessoas, sendo a maioria da etnia curda.
Mesmo com “pressões” da comunidade internacional, persistem os ataques ao povo curdo em vários países. Portanto, torna-se difícil uma solução eficaz para os curdos, visto que nenhuma nação quer ceder parte do território para a formação do Curdistão.