Quais são as características da Nova Ordem Mundial?

Multipolaridade , com o surgimento de vários centros de influência política e econômica. Advento e consolidação do capitalismo financeiro (ou monopolista, que consiste na fase atual do capitalismo) como sistema econômico dominante. Consolidação do processo de mundialização cultural e econômica , ao mesmo tempo que acontece transformações nos hábitos de consumo da população em escala global. Importantes avanços no meio científico e tecnológico , resultando na recente implementação da quarta fase da Revolução Industrial (ou Indústria 4.0). Avanços técnicos conquistados nas comunicações e nos transportes , o que permitiu muitos outros aspectos da nova ordem se consolidarem. Maior integração econômica dos diferentes países e territórios, sobretudo pela multiplicação das empresas transnacionais e das cadeias de produção global. Criação de novas alianças globais , o que ficou marcado pelo advento de novos blocos econômicos e fóruns de discussão internacional.

Nova ordem mundial: o que é, mudanças, teoria

Nova ordem mundial é um termo que designa a ordem multipolar, que passou a caracterizar a geopolítica e a economia internacionais após a dissolução da URSS, na década de 1990.

Nova ordem mundial é o ordenamento geopolítico internacional que surgiu no final do século XX, após a dissolução da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e o fim da ordem bipolar. A partir de então, houve um rearranjo caracterizado pelo surgimento de vários centros de influência política, econômica e bélica, o que deu origem ao mundo multipolar. Em conjunto, observou-se o espaço econômico mundial cada vez mais integrado e o avanço do capitalismo financeiro, bem como a consolidação da mundialização cultural.

A nova ordem mundial é um termo, portanto, que se refere justamente ao contexto econômico e geopolítico em que nos inserimos atualmente. Apesar disso, é tema para muitas teorias da conspiração que não têm nenhum respaldo científico.

Tópicos deste artigo

1 - Resumo sobre nova ordem mundial
2 - Videoaula sobre nova ordem mundial
3 - O que é a nova ordem mundial
4 - Principais características da nova ordem mundial
5 - Mudanças causadas pela nova ordem mundial
6 - Nova ordem mundial e os blocos econômicos
7 - História da nova ordem mundial
8 - Teorias da conspiração sobre a nova ordem mundial
9 - Exercícios resolvidos sobre nova ordem mundial

Resumo sobre nova ordem mundial

Nova ordem mundial é o rearranjo geopolítico internacional que se consolidou com a dissolução da URSS, na década de 1990.
É caracterizada pela emergência de novos centros de poder, pelo avanço do capitalismo financeiro, pela mundialização cultural e pela maior integração econômica entre as nações.
Sob essa nova ordem, o mundo deixou de ter apenas duas nações hegemônicas, e novos polos de influência econômica, política e bélica surgiram.
Os países passaram a ser divididos em Norte Global e Sul Global segundo o seu grau de desenvolvimento socioeconômico, e não mais pela ideologia com a qual se alinham.
A maior integração econômica e a necessidade de mediação do comércio internacional entre as nações suscitaram o surgimento de uma série de blocos econômicos.
A nova ordem mundial começou com a queda do Muro de Berlim (1989) e se instalou definitivamente com o fim da URSS, no ano de 1991.

Videoaula sobre nova ordem mundial

O que é a nova ordem mundial

A nova ordem mundial é o rearranjo geopolítico internacional que se consolidou na década de 1990, após o fim da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, a URSS. Com isso, criaram-se novos centros de poder e de influência no mundo, o que deu início à era da multipolaridade.

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Principais características da nova ordem mundial

O advento da nova ordem mundial, durante o final do século XX, consolidou os principais aspectos políticos e econômicos vigentes no mundo contemporâneo e que ditam as normas da geopolítica e da diplomacia internacional. Essas características são as seguintes:

Multipolaridade, com o surgimento de vários centros de influência política e econômica.
Advento e consolidação do capitalismo financeiro (ou monopolista, que consiste na fase atual do capitalismo) como sistema econômico dominante.
Consolidação do processo de mundialização cultural e econômica, ao mesmo tempo que acontece transformações nos hábitos de consumo da população em escala global.
Importantes avanços no meio científico e tecnológico, resultando na recente implementação da quarta fase da Revolução Industrial (ou Indústria 4.0).
Avanços técnicos conquistados nas comunicações e nos transportes, o que permitiu muitos outros aspectos da nova ordem se consolidarem.
Maior integração econômica dos diferentes países e territórios, sobretudo pela multiplicação das empresas transnacionais e das cadeias de produção global.
Criação de novas alianças globais, o que ficou marcado pelo advento de novos blocos econômicos e fóruns de discussão internacional.

Veja também: União Europeia — bloco econômico que objetiva a criação de moeda e governo únicos para seus países-membros

Mudanças causadas pela nova ordem mundial

Mesmo antes do fim oficial da URSS, inúmeros países viram a sua influência política, econômica e bélica crescer no cenário internacional, garantindo assim a emergência de diversos novos polos de poder, capazes de atrair nações regionais ou mesmo distantes para o seu círculo.

Dito de outra forma, os Estados Unidos e a antiga URSS deixaram de ser os únicos países a dominarem a geopolítica internacional. Dentre esses novos centros de influência que surgiram, destacam-se a China, a partir do final da década de 1980, e também o Japão e alguns países do continente europeu, a partir dos anos 1970.

Portanto, uma das maiores mudanças causadas pela nova ordem mundial foi a transição da bipolaridade para a multipolaridade. Atrelado ao aspecto multipolar, está o reordenamento dos países por diferentes categorias, que deixaram de ser políticas e passaram a ser econômicas. Na velha ordem mundial, como pode ser referida, o mundo estava dividido entre os países do bloco capitalista, que tinha à frente os Estados Unidos, e os países do bloco socialista, encabeçado pela URSS. Agora, o mundo é dividido da seguinte maneira de um ponto de vista geopolítico:

Norte Global, todos os países desenvolvidos;
Sul Global, todos os países emergentes e subdesenvolvidos.

Mapa da divisão dos países do Norte e do Sul Global, resultado da nova ordem mundial. — A nova divisão geopolítica do mundo estabelece o Norte Global (em azul) e o Sul Global (em vermelho).^[1]

Nova ordem mundial e os blocos econômicos

Como vimos, uma das características da nova ordem mundial é a presença maciça de blocos econômicos e associações comerciais, proporcionada pelo avanço da globalização econômica, que intensificou o fluxo de capitais e de mercadorias em escala mundial. Tais organizações reúnem diversas economias nacionais para o(a):

alinhamento de suas respectivas políticas econômicas;
tomada de decisões em escala regional ou global;
contemplação de acordos bilaterais ou multilaterais;
estabelecimento de normas para o comércio internacional;
promoção do desenvolvimento socioeconômico em conjunto.

História da nova ordem mundial

O período que se iniciou após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi caracterizado pela polarização da hegemonia mundial. Dois países emergiram, nesse contexto, como importantes polos políticos, ideológicos, econômicos e também bélicos, os quais exerceram grande influência nas demais nações e acabaram por criar uma divisão do mundo em dois grandes blocos. Tratamos aqui dos Estados Unidos e da URSS, que representavam os blocos capitalista e socialista respectivamente.

As disputas entre as duas nações hegemônicas não se deram de maneira direta, por meio de batalhas armadas, mas sim pelas demonstrações de forças mediante a formação de grandes arsenais e dos avanços tecnológicos obtidos durante esse período. Por conta disso, denominou-se esse enfrentamento de Guerra Fria.

Manifestantes em cima do Muro de Berlim, um marco da nova ordem mundial. — A queda do Muro de Berlim, em 1989, marcou o início de uma nova ordem mundial.^[2]

Tudo começou a mudar com a queda do Muro de Berlim, na Alemanha, em 1989, que representou o desmoronamento da ordem mundial até então vigente. O fim da velha ordem mundial se consolidou com a dissolução da URSS, no ano de 1991, e com a derrocada do bloco socialista. Soma-se a isso a emergência de novas potências econômicas e de novos centros de tomada de decisão, que condicionaram o surgimento de um mundo multipolar, isto é, de uma nova ordem mundial.

A expressão “nova ordem mundial” foi empregada, pela primeira vez, para se referir ao contexto geopolítico internacional em um discurso do então presidente estadunidense George W. Bush, após o término da Guerra do Golfo (1990-1991).

Saiba mais: Cortina de Ferro — a barreira ideológica entre os blocos socialista e capitalista

Teorias da conspiração sobre a nova ordem mundial

A nova ordem mundial é um tópico que gera muito interesse não somente para aqueles que se interessam por geopolítica como também para os teóricos da conspiração. Esse segundo grupo acredita que a emergência de uma nova ordem mundial está associada à dominância global por um pequeno conjunto de indivíduos detentores de imensas fortunas em dinheiro, ou, ainda, por organismos internacionais ou mesmo sociedades secretas que trabalham em prol da implementação de um governo único no mundo.

Ainda que as teorias da conspiração sobre a nova ordem mundial envolvam, muitas vezes, nomes conhecidos de governantes e de organizações multilaterais, elas não passam disso: teorias. Não há nenhuma evidência que as corrobore.

Exercícios resolvidos sobre nova ordem mundial

Questão 1

(Unesp) Criado em resposta às crises econômicas do final da década de 1990, o G-20 reflete o contexto de:

a) unilateralidade da antiga ordem mundial, marcada pela supremacia britânica no Conselho de Segurança das Nações Unidas.

b) bipolaridade da antiga ordem mundial, caracterizada pela estabilidade financeira dos países desenvolvidos e subdesenvolvidos.

c) multipolaridade da antiga ordem mundial, marcada pelo fortalecimento da cooperação entre blocos econômicos.

d) multipolaridade da nova ordem mundial, caracterizada pela diversidade de interesses das economias industrializadas e emergentes.

e) bipolaridade da nova ordem mundial, caracterizada pelo controle estadunidense e soviético das instituições financeiras internacionais.

Resolução: Alternativa D. O G20 reflete a ordem multipolar que se instalou a partir da década de 1990, marcada pela ascensão de novos centros de poder e pela divergência de interesses entre nações industrializadas e emergentes.

Questão 2

(UFRR) Após o fim da Guerra Fria, estabeleceu-se uma Nova Ordem Mundial. Nesta Nova Ordem, o conflito bipolar, marcado pelo poderio bélico, foi substituído pelo poderio econômico das grandes potências, iniciando a ordem multipolar.

Mapa-múndi em exercícios sobre nova ordem mundial.

Uma das formas de divisão dessa Nova Ordem Mundial apresenta o mundo dividido em:

a) países do Sul (desenvolvidos, ricos) e países do Norte (subdesenvolvidos, pobres).

b) países do Leste (capitalistas) e países do Oeste (socialistas).

c) países Periféricos (desenvolvidos) e países Centrais (subdesenvolvidos).

d) países de Primeiro Mundo, Segundo Mundo e Terceiro Mundo.

e) países do Norte (desenvolvidos, ricos) e países do Sul (subdesenvolvidos, pobres).

Resolução: Alternativa E. A nova ordem mundial apresenta o mundo dividido entre as nações desenvolvidas, que formam o Norte Global, e as nações emergentes e subdesenvolvidas, que formam o Sul Global. É importante reforçar que essa classificação remete à geopolítica, e não à posição dos países no globo.

Créditos das imagens

^[1]Wikimedia Commons

^[2]Lear 21/ Wikimedia Commons

Fontes

HAESBAERT, Rogério; PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A nova des-ordem mundial. São Paulo: Editora UNESP, 2006. 160 p. 6ª reimpressão.

MOREIRA, Igor. O Espaço Geográfico: Geografia Geral e do Brasil. São Paulo, SP: Editora Ática, 2004. 47ª edição, 3ª reimp. 455 p.

SASSEN, Saskia. Expulsões: brutalidade e complexidade na economia global. São Paulo, SP: Paz e Terra, 2016, 336 p. Tradução: Angélica Freitas.