Maranhão

Maranhão é um estado brasileiro localizado na região Nordeste. Faz fronteira com Pará (oeste), Tocantins (sudoeste) e Piauí (sudeste e leste), além de ser banhado pelo oceano Atlântico, ao norte. A sigla do estado é MA.

Confira alguns dados selecionados do Maranhão, estado que abriga as lindas dunas conhecidas como Lençóis Maranhenses, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Leia também: Estados do Brasil – unidades federativas que possuem governos autônomos

Tópicos deste artigo

Dados gerais do Maranhão

  • Região: Nordeste

  • Capital: São Luís

  • Gentílico: maranhense

  • Governo: democrático representativo

  • Área territorial: 329.651,495 km² (IBGE, 2020)

  • População: 7.114.598 de habitantes (estimativa IBGE, 2020)

  • Densidade demográfica: 19,81 de hab./km² (IBGE, 2010)

  • Fuso: GMT -3

  • Clima: Equatorial e Tropical

Não pare agora... Tem mais depois da publicidade ;)

Geografia do Maranhão

O estado do Maranhão possui uma área territorial de, aproximadamente, 330 mil km², fazendo fronteira com três estados:

Ao norte, o estado é banhado pelo oceano Atlântico, tendo um belíssimo litoral que atrai turistas de todos os cantos do Brasil, como o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, no litoral oriental do estado, próximo das cidades de Barreirinhas e Santo Amaro do Maranhão.

Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Maranhão.
Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, Maranhão.

O norte do estado possui uma formação geológica chamada de Golfão Maranhense. É uma área de terras emersas entre a baía de São Marcos e a baía de São José, conhecida como planície fluviomarinha, pois, com o deságue de rios maranhenses e o encontro com o oceano, contém água doce e salgada.

Grande parte do território maranhense é constituída por planícies (centro e norte) e planaltos com altitudes moderadas (sul). No litoral, as planícies costeiras predominam, e, na medida em que se caminha rumo ao interior do estado, grande parte do relevo não ultrapassa 200 m de altitude.

O clima do estado apresenta características tropicais, mas com duas distinções. No litoral, as chuvas são mais abundantes e podem chegar a 2500 mm por ano. Já no interior e sul, os índices pluviométricos diminuem, atingindo uma média de 1500 mm anuais. Essas distinções podem ser explicadas pelas vegetações presentes em solo maranhense.

Na parte noroeste, encontramos florestas, como Floresta Amazônica e Mata dos Cocais, que são largamente utilizadas na economia de subsistência da população local. No centro e interior, encontramos Caatinga e Cerrado, vegetações acostumadas ao clima quente e seco, características presentes nessas localidades.

O estado conta com grande quantidade de rios que auxiliam nos períodos de estiagem, como os rios Tocantins, Gurupi, Parnaíba, Munin e Itapecuru, o maior rio genuinamente maranhense.

Cachoeiras em Carolina, sul do Maranhão, no Parque Nacional Chapada das Mesas.[1]
Cachoeiras em Carolina, sul do Maranhão, no Parque Nacional Chapada das Mesas.[1]

História do Maranhão

O nome do estado gera uma grande controvérsia histórica, mas que converge no significado. Algumas fontes relatam que se trata do nome dado pelos indígenas que habitavam o Maranhão antes da chegada dos europeus. Esses indígenas fizeram alusão ao rio Amazonas, que era chamado de Maranhão (mar que corre, em tupi). Outras fontes alegam que ele foi dado devido ao emaranhado de rios que há na bacia Amazônica, algo observado por navegantes portugueses.

Antes da chegada europeia, grupos tupis e jês eram a maioria dos povos indígenas do território maranhense. Tal área só foi ocupada por portugueses, efetivamente, durante a criação das capitanias hereditárias, na década de 1530, com a criação da capitania do Maranhão.

No século XVII, franceses e holandeses invadiram o Maranhão a fim de tomá-lo dos portugueses para explorar seus recursos naturais. O estado possuía uma tímida produção de cana-de-açúcar e uma boa pecuária, além de uma ótima localização geográfica em relação a outras áreas da América do Sul e Central.

Em 1654, após as expulsões dos invasores, foi criado o estado do Maranhão e Grão-Pará para facilitar a administração por parte da Coroa portuguesa. Anos depois, insatisfeitos com o rígido controle português, uma revolta assolou a região, conhecida como Revolta de Beckman, que tinha como objetivo maior liberdade comercial.

Já no século XVIII, a economia maranhense prosperou com a produção de algodão no estado. O algodão era exportado para a Inglaterra, que passava pela Primeira Revolução Industrial. Até a primeira metade do século XIX, a economia do Maranhão era uma das mais prósperas dos tempos coloniais. Nesse período, vários casarões foram construídos na capital e em Alcântara, tornando-se símbolos da prosperidade maranhense.

Após a assinatura do Tratado de Madrid, em 1750, foi criado o estado do Grão-Pará e Maranhão, em 1751. A ideia era aperfeiçoar a produção de algodão, tabaco e drogas do sertão em uma área que abrangia os atuais territórios do Amazonas, Amapá, Roraima e Pará, além do Maranhão e Piauí.

O desmembramento só veio no século XIX, com revoltas populares na região bem como o apoio inglês e do imperador d. Pedro I, filho de d. João VI.

Veja também: Por que os holandeses invadiram o Brasil no século XVII?

Mapa do Maranhão

Fonte: IBGE
Fonte: IBGE

Economia do Maranhão

Nos últimos anos, a economia maranhense é uma das que mais crescem no Nordeste, com um ritmo de crescimento maior do que a média nacional. Esse crescimento se deve a fortes investimentos no setor secundário (indústrias) e terciário (comércio e serviços) por parte dos agentes públicos do estado, em especial o governo estadual.

O setor terciário representa cerca de 72% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual, seguido pelo setor secundário (19%) e setor primário (9%), segundo dados do governo do estado.

O turismo é um grande aliado da economia maranhense.
O turismo é um grande aliado da economia maranhense.

Na indústria, o estado é destaque no setor metalúrgico, nas indústrias de transformação (como papel e celulose) e de construção civil. Quanto à agricultura do Maranhão, o destaque fica por conta da produção de mandioca, coco-da-baía e laranja. A expansão da fronteira agrícola beneficia cidades do interior e do sul do estado, como Balsas, Tasso Fragoso e Alto Parnaíba, que cultivam soja, por exemplo.

O estado, ainda, conta com uma produção significativa de gado bovino e suíno. Em Açailândia há uma grande produção de gado leiteiro que abastece o território maranhense.

A indústria extrativa também está presente no Maranhão. Na Mata dos Cocais, o cultivo do babaçu é de suma importância para famílias do oeste do estado, nas proximidades com o Pará. A extração de gás natural na bacia do Parnaíba abastece várias usinas termais do país, sendo o Maranhão responsável pela sexta maior produção desse mineral no ranking nacional.

De acordo com dados do IBGE, em 2018, as cidades mais ricas eram São Luís, Imperatriz e Balsas, que concentravam mais de 45% do PIB estadual. Já as cidades com os menores índices econômicos eram São Raimundo do Doca Bezerra (centro) e Bacurituba (norte).

Leia também: Qual é o PIB do Brasil?

Demografia do Maranhão

A população maranhense está distribuída em 217 municípios. O estado é uma das unidades federativas mais miscigenadas, com cerca de 68% da população que se declaram pardos, 25%, brancos, 6%, negros, e 1%, indígena.

Segundo estimativas do IBGE para 2020, os municípios mais populosos são: São Luís (1.108.975 pessoas), Imperatriz (259.337 pessoas), São José do Ribamar (179.028 pessoas) e Timon (170.222 pessoas).

Centro histórico de São Luís, Maranhão. [2]
Centro histórico de São Luís, Maranhão. [2]

Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do estado era de 0,639, à frente apenas de Alagoas, que possuía o menor IDH entre os estados brasileiros. Tal índice pode ser explicado devido ao passado marcado por corrupção e concentração de renda nos governos anteriores.

Apesar dos esforços e avanços das últimas gestões governamentais, o estado conta com indicadores sociais alarmantes, como alto índice de mortalidade infantil (36,5 óbitos a cada mil nascidos vivos) e baixa expectativa de vida (67 anos). Como comparação, a média nacional, em 2018, para a expectativa de vida era de 75,6 anos.

Bandeira do Maranhão

Divisão geográfica do Maranhão

O estado do Maranhão está dividido em 217 municípios. Segundo a divisão regional do Brasil em regiões intermediárias, proposta pelo IBGE em 2017, o estado conta com cinco delas.

As cinco regiões geográficas intermediárias são:

  • São Luís (73 municípios)

  • Santa Inês - Bacabal (59 municípios)

  • Caxias (14 municípios)

  • Presidente Dutra (28 municípios)

  • Imperatriz (43 municípios)

Observe-as no mapa a seguir.

Fonte: IBGE
Fonte: IBGE

Governo do Maranhão

O governo maranhense é exercido pelo governador de estado, chefe do Executivo local, eleito por eleições periódicas realizadas de quatro em quatro anos. A sede do governo do estado se encontra no Palácio dos Leões, no centro histórico da capital, São Luís.

Datado do século XVII, o palácio foi construído em 1612, quando franceses invadiram o território maranhense e construíram o Forte São Luís, em homenagem ao rei Luís IX.

Palácio dos Leões, sede do governo maranhense.
Palácio dos Leões, sede do governo maranhense.

A imponência e a grandiosidade do palácio fizeram com que a Unesco, em 1997, considerasse-o Patrimônio Mundial, sendo um dos prédios públicos mais impressionantes e fascinantes do país.

Infraestrutura do Maranhão

O estado conta com uma boa infraestrutura, com grandes obras de duplicação de rodovias, melhorias nos portos e aeroportos, além do aumento/construção de algumas ferrovias. Maranhão possui portos importantes que atuam no escoamento da soja do Nordeste e na produção de ferro e gás (norte e nordeste).

Um dos principais portos é o Porto de Itaqui, na baía de São Marcos, a 11 km da capital São Luís. Por ele passam os mais variados produtos, como estruturas metálicas, soja, milho, arroz, dieses, gasolina, gás natural e gado vivo. Outros portos, como o Porto de Cujupe e o Ponta da Madeira, também auxiliam na parte logística da economia regional.

A malha rodoviária destaca-se por conta da Rodovia Belém–Brasília (BR-010), que faz a conexão com Tocantins e Goiás, da BR-230, conhecida como Transamazônica, além das BR-135 e BR-316, que ligam o estado ao Sudeste e ao restante do Nordeste, respectivamente.

A Estrada de Ferro Carajás e a Ferrovia NorteSul contribuem para o deslocamento de cargas e passageiros no Maranhão. A primeira é especializada em transporte de cargas minerais e liga a produção de ferro do Pará, na serra dos Carajás, até o Porto Ponta da Madeira, de onde os produtos são exportados para Europa e Ásia.

A Ferrovia Norte–Sul interliga o sul do estado com áreas produtoras do Tocantins e Goiás, sendo considerada uma das principais vias logísticas do transporte ferroviário brasileiro.

Acesse também: Como é a matriz energética do Brasil?

Cultura do Maranhão

A capital do estado, São Luís, possui um rico centro histórico que é exemplo nacional de preservação e proteção da arquitetura colonial. A cidade é considerada Patrimônio Cultural da Humanidade e conta com, aproximadamente, 3500 imóveis que guardam heranças coloniais históricas em suas edificações.

Próximo de São Luís, podemos encontrar Alcântara, outro município que remete à história colonial brasileira do ponto de vista das construções civis.

Nessa mesma cidade, Alcântara, é realizada, em maio, a Festa do Divino, uma das celebrações religiosas mais aguardadas do Maranhão. Essa festa é celebrada, também, em outras cidades do estado, mas em Alcântara é que se dá o seu auge.

Outro evento religioso maranhense que ocorre em Alcântara, em agosto, é a Festa de São Benedito, geralmente no segundo domingo do mês.

Durante o mês de junho, todo o estado se torna um grande atrativo para as Festas Juninas em homenagem aos santos dessa tradição, Santo Antônio, São João e São Pedro. Em consonância com essas festas, os maranhenses também celebram o bumba meu boi, uma dança que mistura elementos africanos e europeus. A cidade de Pindaré-Mirim é um grande expoente dessa dança, além da capital, São Luís.

Outras manifestações artísticas se destacam na cultura maranhense, como o tambor de crioula, a dança do cacuriá, a dança do caroço, a dança do lelê e a dança do coco, todas com alguma característica religiosa.

Na música, o estado adaptou o reggae jamaicano ao estilo popular maranhense, que conta com um ritmo dançante e contagiante, sendo admirado em toda a região Nordeste, Norte e alguns estados do centro–sul.

Artistas nacionais consagrados são do Maranhão, como Zeca Baleiro, Alcione e João do Vale, além dos escritores Gonçalves Dias, Coelho Neto e Ferreira Gullar.

Créditos das imagens

[1] Ticiana Giehl / Shutterstock

[2] Luis War / Shutterstock

Por: Átila Matias

Artigos de Maranhão

Aspectos Físicos do Maranhão

Características naturais desse estado localizado na sub-região nordestina do Meio-Norte.

População do Maranhão

Com cerca de 6,5 milhões de habitantes, a população do Maranhão é a quarta maior da Região Nordeste.

São Luís

Conheça aspectos gerais de São Luís. Aprenda sobre a geografia e a história dessa cidade, bem como sobre a economia e a cultura.