Logo após a chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil, a famosa carta de Pero Vaz de Caminha foi encaminhada para a Coroa Portuguesa, levando vários e vários dias para chegar até o seu destinatário. Atualmente, uma mensagem enviada do território brasileiro a Portugal, a depender do meio escolhido, pode levar alguns segundos para ser recebida. Essa diferença de velocidade nos meios de comunicação demonstra a evolução dos fluxos de informações, o que caracteriza o atual momento de nossas sociedades.
A globalização consolidou uma grande cadeia de avanços nos meios de transporte e comunicação, principalmente após a Terceira Revolução Industrial. Assim, além de aperfeiçoar os instrumentos existentes – como as redes de telefonia–, novas ferramentas foram desenvolvidas no sentido de promover uma maior integração entre as diferentes partes do mundo, com destaque para a internet.
Em posse de um computador e com acesso à rede mundial, é possível conectar-se rapidamente e obter informações diversas sobre inúmeros aspectos de todas as partes do mundo. Podemos ler notícias dos principais jornais do Brasil e do mundo, observar as ruas de Paris e Nova York, ter acesso a imagens aéreas ou de satélite de outras tantas localidades, pesquisar o significado de qualquer palavra ou tema com resultados imediatos, entre tantas outras ações. Diante de tantos dados e conceitos disponíveis e de fácil acesso, podemos dizer que vivemos a chamada era da informação.
Isso gera diretos impactos no espaço geográfico e também na vida das pessoas. Os efeitos do fluxo de informações revelam-se, por exemplo, na padronização relativa de modelos arquitetônicos, na reprodução de alguns modelos culturais na moda ou na sociedade em geral, entre outros. A propaganda, por sua vez, ganha um amplo destaque, facilitando assim a proliferação de marcas e empresas por todo o mundo. Estimativas realizadas por ONGs afirmam que, em um ano, vemos atualmente mais propaganda que uma pessoa que viveu na primeira metade do século XX viu a vida toda.
Por esse e outros motivos, percebe-se que a era da informação também é a era do consumo, o que gera mais exploração de recursos naturais e também uma maior produção de lixo, tornando a questão do meio ambiente e do desenvolvimento sustentável um tema delicado no cerne desse processo.
Por outro lado, destaca-se também que essa rede de comunicação global não se consolidou de maneira igualitária ou democrática no mundo, havendo aqueles países ou lugares em que a menor parte da população possui acesso à internet ou, até mesmo, a diversas formas mais convencionais de comunicação e obtenção de notícias. Os países desenvolvidos, como era de se esperar, possuem mais da metade de seus habitantes integrados mundialmente, enquanto os dos países emergentes e subdesenvolvidos caminham a passos lentos em direção a esse progresso.