A União Europeia é, sem dúvidas, o bloco econômico mais importante do mundo, pois além de ter sido capaz de reunir as maiores potências do continente europeu, conseguiu atingir o nível de integração que nenhum outro acordo transnacional conseguiu almejar até o presente momento. Para entender como esse bloco consolidou-se como tal, é importante conhecer suas sucessivas etapas de evolução, que vão da criação do Benelux até a formação da Zona do Euro.
O Benelux
Antes da criação do bloco europeu, primeiramente surgiu um acordo regional anterior a ele, o Benelux, sigla com as iniciais de seus três países integrantes: Bélgica, Holanda (Netherlands) e Luxemburgo. Esse pequeno acordo surgiu no ano de 1943, durante a Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de facilitar o comércio entre os membros e promover uma maior integração econômica, principalmente com a redução ou eliminação das barreiras alfandegárias
A CECA
Com o sucesso do Benelux, novas tentativas no mesmo sentido passaram a acontecer por outros países europeus no pós-guerra, com o intuito de promoverem uma maior evolução e cooperação econômica entre si. Assim, foi criada a CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço) no ano de 1952, envolvendo os países do Benelux, a Alemanha, a França e também a Itália. Esses três últimos foram justamente os países europeus mais afetados com as grandes guerras do século XX, além da Inglaterra, que, até então, não integrava o bloco.
Como o próprio nome diz, a CECA promoveu uma maior cooperação econômica no âmbito da produção de recursos naturais, notadamente o carvão e o aço, o que era simbólico naquela época, haja vista que franceses e alemães disputaram arduamente territórios que continham esses minerais, tais como o Vale do Ruhr e a Alsácia-Lorena.
O Tratado de Roma
A maior integração promovida pela CECA logou serviu de exemplo para outros países europeus, que passaram a encaminhar vários acordos que culminaram na assinatura do Tratado de Roma no ano de 1957. Esse acordo instituiu a criação do Mercado Comum Europeu, também chamado de Comunidade Econômica Europeia.
A criação desse novo bloco foi inovadora por ir muito além de um mero acordo econômico, pois propiciava uma livre circulação entre mercadorias, capitais, serviços e pessoas, algo impensável para o mundo até então. A força das fronteiras foi deixada de lado para a promoção de uma maior integração política, econômica e territorial entre diferentes países.
Posteriormente, ingressaram no Mercado Comum Europeu a Dinamarca, o Reino Unido e a Irlanda, em 1973. Já no ano de 1981, ingressou a Grécia e, em 1986, a Espanha e Portugal, tornando-se aquilo que na época ficou conhecido como a Europa dos Doze.
O Tratado de Maastricht
No início dos anos 1990, após a reunificação alemã e o fim do sistema soviético capitalista de Estado, ampliaram-se as discussões para que se aprofundassem ainda mais os níveis de integração do bloco econômico europeu. Em 1992, foi assinado o Tratado de Maastricht, que transformava o bloco de mercado comum em uma união econômica e monetária, que recebeu o nome, então, de União Europeia.
Dessa forma, além da livre circulação de mercadorias, bens, capitais e pessoas, foram estabelecidas novas medidas de integração, tais como a adoção de um passaporte único para os cidadãos e a união monetária, ou seja, a criação de uma moeda única, o euro, com a consequente criação de um Banco Central Europeu, órgão responsável por regular a moeda em questão. Inicialmente, no ano de 1999, o euro envolvia apenas alguns acordos comerciais do bloco e não circulava entre a população, o que só ocorreu posteriormente.
Em 1995, Suécia, Finlândia e Áustria ingressaram na União Europeia, passando a adotar todos os seus termos, totalizando quinze membros no bloco.
No ano de 2002, conforme previsto pelo Tratado de Maastricht, o euro começou a vigorar, passando a circular em todos os países da UE, com exceção da Inglaterra e Dinamarca. Os demais membros então adotaram integralmente a moeda e constituíram aquilo que se convencionou chamar de “Zona do Euro”.
Depois do ingresso de vários países na União Europeia, todos esses gradativamente cumprindo acordos para a também adoção do Euro, o bloco passou a contar com 28 países-membros em 2014.
A seguir está a lista de todos os países-membros da União Europeia, com o ano de suas respectivas adesões:
Alemanha (1952), Áustria (1995), Bélgica (1952), Bulgária (2007), Chipre (2004), Croácia (2013), Dinamarca (1973), Eslováquia (2004), Eslovênia (2004), Espanha (1986), Estônia (2004), Finlândia (1995), França (1952), Grécia (1981), Hungria (2004), Irlanda (1973), Itália (1952), Letônia (2004), Lituânia (2004), Luxemburgo (1952), Malta (2004), Países Baixos (1952), Polônia (2004), Portugal (1986), Reino Unido (1973), República Checa (2004), Romênia (2007) e Suécia (1995).