A energia geotérmica – também chamada de energia geotermal – é o aproveitamento do calor existente no interior da Terra para a produção de energia através de técnicas de engenharia que permitem a conversão da energia proveniente das elevadas temperaturas em eletricidade. Trata-se da aplicação dos conhecimentos geográficos, químicos e geológicos sobre a dinâmica terrestre para o aproveitamento nas atividades humanas.
O planeta Terra é dividido em camadas. Em seu interior, temos o núcleo e, acima dele, o manto. A crosta terrestre, por sua vez, representa uma fina camada que envolve o planeta e abriga as diferentes formas de relevo. Mas, como sabemos, essa crosta terrestre, camada sólida composta por rochas, não é única, sendo dividida em várias “partes”, as placas tectônicas.
Geralmente, quanto mais abaixo um ponto se encontra na crosta terrestre, maiores tendem a ser as temperaturas – lembrando que essa camada possui até 12 km de extensão nas áreas continentais –, pois mais próximo se está do magma terrestre, onde as temperaturas são acentuadas e as rochas derretidas em um aspecto pastoso.
Não obstante, existem alguns pontos onde ocorrem algumas intrusões magmáticas. Nessas áreas, as rochas aquecem-se mesmo em pontos não tão profundos, tornando-se ideais para a transformação de todo o calor produzido em eletricidade.
Mas como se realiza a produção de energia geotérmica?
Existem várias formas de aproveitamento dessa importante fonte de energia renovável. A primeira delas é o uso das águas termais, que se formam em áreas onde a temperatura interna do terreno é muito alta, o que resulta no superaquecimento da água, que emerge na superfície em forma de fontes, minas e pequenos lagos de água quente. Nesses casos, utiliza-se a água quente para abastecimento de residências e, principalmente, para o aproveitamento turístico, a exemplo do que ocorre nas cidades de Caldas Novas (GO) e Poços de Caldas (MG).
Em outros casos, a energia geotérmica é utilizada para a geração de eletricidade, que são os casos mais comuns, embora não existam no Brasil nesse aspecto.
Esquema do funcionamento de uma usina geotérmica
Como podemos notar no esquema acima, uma usina geotérmica funciona através da drenagem da água quente existente no subsolo, geralmente aproveitada em forma de vapor. A emergência desse vapor ocorre em uma pressão tão elevada que ele emerge na superfície em alta velocidade e com grande força, o suficiente para fazer girar a turbina onde se liga o gerador responsável por transformar o giro da turbina em eletricidade.
Em alguns casos, como na imagem acima, utiliza-se um reservatório para depositar a água nas profundidades do terreno. Dessa forma, mais vapor quente é produzido. Em outros casos, o próprio vapor é armazenado, convertido em água e novamente reinserido no subsolo para a produção de mais energia. Como é possível perceber, uma das vantagens da energia geotérmica é a não queima de combustíveis fósseis, poluindo, assim, em menor quantidade o ar atmosférico.
Dentre as demais vantagens da energia geotérmica, podemos também citar o fato de não agredir o solo, não depender de matérias-primas específicas, possuir uma produção flexível, não estar à mercê dos eventos climáticos e ser renovável.
Já dentre as desvantagens da energia geotérmica, citam-se a emissão de dióxido de enxofre, poluição sonora, aquecimento da região de entorno, possibilidade de contaminação dos cursos d'água próximos em virtude de minerais do solo, além do alto custo de investimento para a sua construção.
A usina de Ngatamariki, que é a maior usina de produção de energia geotérmica do mundo, encontra-se na Nova Zelândia e possui uma produção total de 100 MW. Já o país que mais possui usinas geotérmicas é a Suíça, com mais de 50 obras para a exploração do calor do subsolo.