Diferença entre desertificação e arenização

Desertificação e arenização são conceitos diferentes para representar distintas formas de esgotamento dos solos, que se tornam improdutivos.

Tanto a desertificação quanto a arenização prejudicam o solo. Na imagem, a desertificação
Tanto a desertificação quanto a arenização prejudicam o solo. Na imagem, a desertificação

É comum haver uma grande confusão envolvendo os termos desertificação e arenização. Essa dificuldade acontece tanto com o “público leigo” quanto com muitos estudantes e até profissionais de áreas do conhecimento relacionadas com as Ciências da Terra. De todo modo, é importante compreender que existem diferenças básicas que determinam não só a tipificação dos dois fenômenos, como também suas áreas de ocorrência e as medidas necessárias para evitar tais problemas.

Em comum, a desertificação e a arenização causam danos ao solo, ocasionando a formação de áreas predominantemente compostas por areia ou solos arenosos. Além disso, ambos os fenômenos são processos naturais, mas que se intensificam em função das atividades humanas, provocando prejuízos não só aos solos, mas também àqueles que dependem deles para a sobrevivência, tais como os agricultores.

A diferença básica entre desertificação e arenização está, principalmente, no clima da região de ocorrência. A desertificação ocorre em regiões de clima árido, semiárido e subúmido, onde os índices de precipitação são muito baixos, geralmente inferiores aos 1400 mm anuais. Já a arenização, ao contrário, é típica de regiões com climas mais úmidos, que costumam apresentar um regime de chuvas que supera os 1400 mm anuais.

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Resumindo: a desertificação ocorre em regiões secas, com poucas chuvas; já a arenização ocorre em regiões onde a falta de água não é problema.

No caso da desertificação, o problema acontece com a seca extrema, pois os solos rapidamente têm os seus recursos e nutrientes esgotados, tornando-se improdutivos e gradativamente ganhando contornos de desertos. Já no caso da arenização, os solos arenosos ou com tendência prévia à arenização sofrem com as sucessivas “lavagens” provocadas pelo escoamento da água das chuvas, principalmente quando não há vegetação para proteger a superfície.

Compreendendo essas características, seria, por exemplo, impossível dizer que existe arenizações no sertão nordestino e desertificações no Rio Grande do Sul. No nordeste, o clima semiárido é propício para a desertificação, enquanto o clima mais frio e úmido da região sul favorece a arenização de alguns locais.

De todo modo, em ambos os casos, é preciso tomar medidas de contenção da exploração dos solos a fim de não torná-los improdutivos. Nesse caso, a receita é a máxima preservação da vegetação, o uso de técnicas adequadas na agricultura em substituição ao plantio direto intensivo e a preocupação em manter preservado esse importante recurso natural, que é o solo.

Por: Rodolfo F. Alves Pena

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