A deriva continental é uma das teorias mais importantes sobre a evolução do planeta Terra e foi formulada, no início do século XX, pelo alemão Alfred Wegener. Ela explicou que os continentes foram reunidos em um só bloco continental, denominado Pangeia. A fragmentação da Pangeia deu origem à atual configuração dos continentes e oceanos do nosso planeta na atualidade.
Embora Wegener não tenha conseguido explicar como a movimentação continental ocorre de fato, seus estudos evoluíram para a formulação da teoria das placas tectônicas, que explica, atualmente, a formação e evolução da crosta terrestre.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre a deriva continental
- 2 - Videoaula sobre a deriva continental
- 3 - O que é deriva continental?
- 4 - Quais as características da deriva continental?
- 5 - Qual a origem da deriva continental?
- 6 - Exercícios resolvidos sobre a deriva continental
Resumo sobre a deriva continental
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É a teoria formulada, em 1912, pelo alemão Alfred Wegener, que buscou explicar a evolução dos continentes e dos oceanos da Terra.
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Ela estabeleceu que os continentes atuais eram reunidos em um único: a Pangeia, que se fragmentou a partir de 200 milhões de anos.
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As formas dos continentes, a estrutura geológica e fósseis coletados são as evidências que justificam a fragmentação e a movimentação continentais.
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A explicação da movimentação continental é a principal crítica que se fez a respeito da teoria de Wegener.
Videoaula sobre a deriva continental
O que é deriva continental?
A deriva continental é uma teoria formulada, no início do século XX, pelo alemão meteorologista Alfred Wegener (1880-1930), que buscava explicar como os continentes da Terra evoluíram para a disposição que apresentam atualmente.
A teoria foi apresentada em 1912, e a proposta foi oficialmente estabelecida em 1915, quando Wegener publicou o livro A origem dos continentes e dos oceanos. A base da teoria da deriva continental foi a forma dos continentes, especialmente África e América do Sul, que pareciam se encaixar, na visão do autor.
Quais as características da deriva continental?
A teoria da deriva continental é pautada na ideia de que, há cerca de 200 milhões de anos, todos os continentes do planeta Terra formavam um único bloco continental, chamado por Wegener de Pangeia ou Pangea (do grego, pan = toda e geo = terra). Movimentos imperceptíveis teriam feito, em um longo intervalo de tempo, a Pangeia se fragmentar, criando inicialmente dois supercontinentes: Laurásia e Gondwana. Com a movimentação continuada, a fragmentação evoluiu para a atual configuração dos continentes no planeta.
Durante a existência da Pangeia, havia um único oceano: Pantalassa. A partir da fragmentação continental, os oceanos também foram surgindo até a configuração atual. A imagem ilustra tal evolução:
As bases da teoria de Wegener foram:
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A forma dos continentes: em vários pontos do planeta, os continentes apresentam a fisionomia que permite estabelecer a similaridade entre as linhas costeiras. Especialmente entre a América do Sul e África, o contorno litorâneo indica a possibilidade real de encaixe entre eles.
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Estruturas geológicas: fósseis e tipos de rochas presentes nos continentes que evidenciam uma continuidade espacial entre eles.
Embora a teoria da deriva continental seja um marco científico na explicação da movimentação continental, ela foi amplamente criticada pela comunidade científica. A principal crítica referia-se à forma como a movimentação dos continentes foi defendida por Wegener. Segundo ele, as massas continentais se movimentavam pelos oceanos, daí o nome “deriva continental”. Os continentes estariam “boiando”, à deriva nas águas oceânicas.
A morte de Wegener, em 1930, durante uma expedição na Groenlândia, impossibilitou avanços na explicação da movimentação continental. A partir de 1950, seus estudos foram retomados por vários grupos de cientistas, criando-se a base para o desenvolvimento da teoria atualmente mais aceita: a tectônica de placas. Hoje, sabe-se que a movimentação dos continentes resulta dos movimentos das placas tectônicas, promovidos pela força do magma, no manto terrestre.
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Qual a origem da deriva continental?
Assim como acontece com várias teorias, a deriva continental foi iniciada com base na observação da paisagem geográfica. Ainda no século XVI, o cartógrafo Abraham Ortelius sugeriu que os continentes estavam ligados em função do encaixe das suas formas. A produção dos mapas permitiu que Ortelius apresentasse essa curiosidade, que não evoluiu para uma teoria.
No século XVII, o cientista Francis Bacon também apontou o encaixe perfeito das costas da África e América do Sul e levantou novamente a hipótese de união entre os dois continentes.
O geógrafo Antonio Snider-Pellegrini, no século XIX, desenhou o mapa-múndi com os continentes encaixados, porém, mais uma vez, não passou de uma curiosidade.
No século XX, Alfred Wegener tornou a possibilidade dos continentes reunidos em estudos científicos. Por dois anos, ele levantou dados, por meio de suas expedições, que comprovaram a hipótese dos continentes reunidos no passado. Fósseis encontrados em diversos continentes assinalaram a continuidade de seres vivos entre regiões hoje separadas. As observações sobre as estruturas rochosas, além das formas similares das costas continentais, serviram de base científica para a teoria da deriva continental.
Exercícios resolvidos sobre a deriva continental
Questão 1
(UFMG)
Leia o texto.
“Embora a evidência de deslocamentos laterais dos continentes fosse mais ou menos forte, a maioria dos geólogos resistiu, durante muito tempo, à ideia desses deslocamentos. Essa resistência era, em grande parte, ideológica, a julgar pela extraordinária ira da controvérsia contra o principal proponente da deriva continental, Alfred Wegener. De qualquer modo, o argumento de que esses deslocamentos não eram verdadeiros porque não se conhecia nenhum mecanismo geofísico para causar tais movimentos – não era mais convincente a priori, em vista da evidência acima referida. Contudo, desde a década de 1960, o antes impensável se tornou a ortodoxia da geologia do dia a dia: um globo de placas gigantescas mudando de lugar, às vezes, rapidamente (placas tectônicas).”
Adaptado de: HOBSBAWN, E. ERA DOS EXTREMOS. O BREVE SÉCULO XX: 1914-1991. São Paulo: Companhia das Letras, 1995. p.530.
Todas as alternativas contêm afirmações que podem ser comprovadas pelo texto, EXCETO.
a) A teoria da deriva continental foi, por muito tempo, considerada inaceitável por se desconhecer o mecanismo geofísico que pudesse explicá-la.
b) A teoria das placas tectônicas é considerada, atualmente, a explicação mais aceitável e defensável sobre a posição das massas continentais e a configuração da litosfera.
c) As evidências de que as terras emersas se deslocavam lateralmente sugeriram a teoria segundo a qual a litosfera era formada por várias placas, em vez de uma única, imóvel sobre o manto.
d) O relato sobre a aceitação de uma nova teoria sugere que observações, embora inexplicáveis pelo conhecimento científico de uma época, são prontamente aceitas pelos cientistas.
Resolução:
Letra D
A aceitação de uma teoria deve só ocorrer com base em diversas comprovações científicas.
Questão 2
(Udesc) A Teoria da Deriva dos Continentes foi enunciada pelo cientista alemão Alfred Lothar Wegener, em 1912. Segundo este autor a Terra teria sido formada inicialmente por um único e enorme supercontinente que foi se fragmentando e se deslocando continuamente desde o período Mesozoico, como se fosse uma espécie de nata flutuando sobre um magma semilíquido e passeando em diferentes direções. Assinale a alternativa que contém o nome com o qual foi batizado este supercontinente inicial.
a) Gaia
b) Placas Tectônicas
c) Folhelhos de Wegener
d) Riftis
e) Pangeia
Resolução:
Letra E
Pangeia ou Pangea é o nome dado por Alfred Wegener ao único bloco continental existente no planeta há cerca de 200 milhões de anos. A partir da fragmentação da Pangeia, os continentes atuais foram formados.