O Ceará é um estado da região Nordeste do Brasil. Faz fronteiras com quatro estados da mesma região:
- Piauí (oeste);
- Rio Grande do Norte (leste);
- Paraíba (sudeste);
- Pernambuco (sul).
O estado também conta com fronteira litorânea, ao norte, sendo banhado pelo Oceano Atlântico.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Dados gerais do Ceará
- 2 - Geografia do Ceará
- 3 - Breve história do Ceará
- 4 - Mapa do Ceará
- 5 - Demografia do Ceará
- 6 - Divisão geográfica do Ceará
- 7 - Economia do Ceará
- 8 - Governo do Ceará
- 9 - Infraestrutura do Ceará
- 10 - Cultura do Ceará
Dados gerais do Ceará
- Região: Nordeste.
- Capital: Fortaleza.
- Gentílico: cearense.
- Governo: democrático representativo, com eleições periódicas.
- Área territorial: 148.894,441 km² (IBGE, 2019).
- População: 9.187.103 habitantes (estimativa IBGE, 2020).
- Densidade demográfica: 56,76 hab./km² (IBGE, 2010).
- Fuso: GMT -3, ou seja, atrasado 3 horas em relação ao Meridiano de Greenwich.
Geografia do Ceará
A área central do estado do Ceará é chamada de Depressão Sertaneja, devido ao relevo. A oeste temos a fronteira física da Serra da Ibiapaba, uma fronteira natural com o Piauí. Já a leste há a Chapada do Apodi, divisa com Rio Grande do Norte, e, ao sul, a Chapada do Araripe, que faz fronteira com Pernambuco e Piauí.
Com altitudes moderadas, esses relevos contribuem para a baixa pluviosidade do estado, atuando como barreiras orográficas. Assim, o estado é o único do Nordeste que está completamente situado na sub-região nordestina do Sertão.
A Caatinga, bioma típico do Nordeste, marca presença forte no Ceará. Com baixos índices pluviométricos e altas temperaturas, esse bioma possui plantas xerófilas, que são acostumadas ao clima quente e seco, sobrevivendo com baixa quantidade de água. O período chuvoso é restrito, durando entre três e quatro meses por ano.
Devido ao clima seco, açudes são comuns na região, uma vez que grande parte dos rios é intermitente, ou seja, seca nos períodos de estiagem. O rio Jaguaribe é o maior do estado e abrange cerca de 50% do território cearense.
Nos anos de 1940, o estado foi incluído no Polígono das Secas, área territorial nordestina que abriga estados com níveis críticos de água potável e extrema aridez. O Ceará e o Rio Grande do Norte são os estados que possuem a maior área proporcional territorial inclusa nesse polígono.
A seca no Ceará é tão forte que serviu de inspiração para manifestações culturais, como a música Asa Branca, de Luiz Gonzaga, um ícone da cultura cearense.
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Breve história do Ceará
A história do Ceará é bem semelhante à de outros estados brasileiros no que tange à sua formação inicial. Com uma miscigenação envolvendo africanos, indígenas e europeus, o estado se formou a partir de uma elite agrária, principalmente nas serras do estado, haja vista a característica de seca natural da região.
Muitos coronéis se instalaram no Ceará, no século XVI, o que solidificou uma oligarquia no estado que sempre rondou as decisões políticas e econômicas, de forma direta ou indireta.
Até 1799, a região do atual estado do Ceará era território pernambucano. Nesse ano, o Ceará adquiriu sua independência administrativa, e o cultivo do algodão atingiu índices elevados no campo econômico.
No século XVIII, movimentos revolucionários ganharam força no Ceará, como o apoio à Revolução Pernambucana, em 1817, e à Confederação do Equador, em 1824. Ambos os movimentos demostravam insatisfação com o governo imperial, chegando a ser proclamada, em 1826, a República do Ceará, mas foi rapidamente dissolvida pelas tropas de D. Pedro I.
Nos anos 1870, o estado foi atingido por uma grande seca. Essa seca fez parte da população cearense emigrar para a região do Amazonas, o que favoreceu o Ciclo da Borracha, devido ao aumento de mão de obra. Para amenizar as migrações maciças, o governo imperial criou a Comissão de Açudes e Irrigação, que investia na construção de açudes no Nordeste. Atualmente, esse órgão chama-se Departamento Nacional de Obras Contra as Secas, e sua sede é em Fortaleza.
O fim do século XIX e início do XX foram marcados por movimentos populares messiânicos, como os de Padre Ibiapina, Padre Cícero, Beato Zé Lourenço, entre outros. Esses movimentos iam na contramão da oligarquia que governava o Ceará. Essa oligarquia era chamada de oligarquia acciolina, devido a Antônio Pinto Nogueira Accioli, que abusava do autoritarismo e da crueldade.
Padre Cicero, ícone da história cearense, criou um movimento durante a década de 1930 chamado de Caldeirão. Com a ajuda de Zé Lourenço, ele reuniu cerca de 3 mil pessoas em Juazeiro do Norte.
Essas pessoas eram, em sua maioria, camponeses que fugiam da fome em busca de terra e de paz para continuar a labuta pela vida. Após a morte de Padre Cícero, em 1934, os camponeses foram expulsos de onde estavam pelas autoridades locais, o que resultou em confronto e mortes de alguns policiais. Como resposta, houve um massacre feito pela polícia, resultando na morte de muitos camponeses. Os números apontam entre 300 e 1000 óbitos.
Mapa do Ceará
Demografia do Ceará
A população cearense é de, aproximadamente, 9,1 milhões, de acordo com o IBGE. Essa população não está distribuída de forma uniforme pelo estado, concentrando-se nas regiões metropolitanas de Fortaleza e de Cariri, em especial na primeira.
A capital do Ceará abriga o maior contingente populacional do estado, com 2,6 milhões de habitantes. A segunda cidade mais populosa é Caucaia, com pouco mais de 320 mil habitantes, e está localizada na região metropolitana de Fortaleza.
De acordo com dados do IBGE (2010), o estado conta com 75% da população vivendo em áreas urbanas, percentual acima da região Nordeste (73,1%), mas inferior à média nacional (84,3%).
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Divisão geográfica do Ceará
O estado do Ceará é composto por 184 municípios, divididos em 14 regiões de planejamento, de acordo com a Secretaria do Planejamento e Gestão (Seplag) do estado. São elas, em ordem alfabética:
- Cariri;
- Centro Sul;
- Grande Fortaleza;
- Litoral Leste;
- Litoral Norte;
- Litoral Oeste / Vale do Curu;
- Maciço de Baturité,
- Serra da Ibiapaba;
- Sertão Central;
- Sertão de Canindé;
- Sertão dos Crateús;
- Sertão dos Inhamuns;
- Sertão de Sobral;
- Vale do Jaguaribe.
O Ceará é o 4º maior estado do Nordeste em extensão territorial, abrangendo 1,75% de todo o território nacional, o que o coloca em 17º no ranking nacional.
Há no estado duas regiões metropolitanas, nas cidades de Fortaleza e Cariri, além de 18 microrregiões administrativas. Segundo a regionalização do IBGE, o estado cearense é subdivido em 7 mesorregiões e 33 microrregiões geográficas, divididas de acordo com aspectos geográficos e físicos.
Internamente, há outras subdivisões estaduais, de acordo com os anseios das secretarias de governo, como Saúde e Educação.
Economia do Ceará
A economia do Ceará gira em torno do setor terciário, que chega a ter 75% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) estadual. O setor turístico é um dos mais importantes, com a geração de emprego e renda para a população local, aproveitando as belezas naturais que existem no Ceará, além de atrativos religiosos, arqueológicos e históricos.
Na agropecuária, o estado possui uma plantação significativa de banana, coco-da-baía, castanha-de-caju, mamão, maracujá e manga. Esses produtos abastecem tanto o mercado regional quanto o nacional, exportando para estados vizinhos. A criação de gado é modesta se compararmos a outros estados nacionais, mas contribui para a economia local.
Rebanhos bovinos, caprinos, ovinos, suínos e asininos são criados no estado, mas o destaque fica por conta dos galináceos, que atingiram cerca de 31 milhões de cabeças em 2019, o que levou ao 10º lugar na produção nacional e ficando como o 3º maior produtor da região, atrás de Pernambuco e Bahia, segundo e primeiro lugar regional, respectivamente.
Governo do Ceará
O governo do estado do Ceará possui eleições periódicas realizadas de 4 em 4 anos, assim como as outras unidades da federação.
Com uma democracia representativa, o estado é governado pelo então governador Camilo Santana, que está à frente da governadoria estatal desde 2015, sendo reeleito em 2018 com a maior votação proporcional do Brasil (79,9%) para um mandato de mais quatro anos, que findará em 2022. A vice-governadora é Izolda Cela.
Infraestrutura do Ceará
O estado do Ceará conta com boas infraestruturas em seu território. De acordo com o Governo Estadual, no campo do saneamento básico, há evoluções significativas se compararmos ao século passado. Cerca de 91% dos domicílios urbanos possuem abastecimento de água; 45% das residências são contempladas pela cobertura urbana de esgotamento sanitário; e 81% utilizam o serviço de coleta de lixo.
O Aeroporto Internacional de Fortaleza está entre os mais movimentados do país, com cerca de 5 milhões de passageiros por ano. Na malha rodoviária, o estado conta com, aproximadamente, 55 mil quilômetros, assim divididos: 4 mil de rodovias federais, 11 mil de rodovias estaduais e 39 mil de rodovias municipais. Do total, apenas 8,7 mil encontram-se pavimentadas.
Das rodovias presentes no estado, quatro são de grande importância: a BR-116, que liga Fortaleza às cidades do sudeste e sul do país; a BR-222, conectando o estado cearense a outros estados nortistas, como Pará; a BR-230, também conhecida como Transamazônica, que corta o estado e faz ligação com o Rio Grande do Norte; e a BR-020, que liga Brasília a Fortaleza.
O Ceará conta com uma posição geográfica privilegiada no campo de geração de energia renovável. Atualmente, o estado é o terceiro maior produtor de energia eólica do país e abriga a primeira usina de energia solar, a Usina de Tauá, localizada no município de mesmo nome, no sertão cearense.
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Cultura do Ceará
A cultura cearense é marcada pela diversidade artística, mas sempre com características marcantes da região Nordeste, sendo bem similar à de estados vizinhos.
Nas artes, os cearenses confeccionam artesanatos baseados nas matérias-primas encontradas no Ceará, como a carnaúba e o cipó. Podemos destacar no campo do artesanato as garrafas de areia, que demostram lindas paisagens a partir de areias coloridas.
A literatura de cordel é uma manifestação típica de vários estados nordestinos, e o Ceará não fica de fora dessa expressão literária. Destacam-se os repentistas e demais poetas populares que se desafiam com rimas improvisadas sobre os mais variados assuntos.
A religião é presença forte na vida dos cearenses. Na cidade de Juazeiro do Norte, por exemplo, tem-se a figura de Padre Cícero, que viveu até 1934 e que muito contribuiu para a religiosidade local/regional. Apelidado de “Padim Ciço”, o Padre Cícero teve sua obra imortalizada de diversas formas, sendo uma delas na cidade de Juazeiro: uma estátua inaugurada em 1969 com 27 metros de altura.
O Brasil conheceu muitos famosos vindos do Ceará nos mais diversos campos artísticos, como: Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Belchior, Falcão e Fagner, na música; Tom Cavalcante, Chico Anísio e Renato Aragão, na comédia televisiva; José de Alencar, Rachel de Queiroz e Domingos Olímpio, na literatura, entre outros.