O Capitalismo Financeiro representa a terceira fase ou período da história do sistema capitalista. Não existe um consenso quanto ao seu início, mas estima-se que ele tenha se iniciado a partir do final do século XIX e se consolidado ao longo de todo o século XX.
Essa fase do capitalismo é marcada pela união entre vários investidores em uma mesma empresa, a fim de ampliar o capital de giro (isto é, o dinheiro investido na empresa para ampliar os lucros) e expandir a aplicação de novas tecnologias no processo produtivo.
Em linhas gerais, podemos dizer que o sistema foi assim implantado: ao invés de um único empresário ser dono de uma fábrica ou empresa, é melhor ele vender parte dela para outros investidores. Para isso, o dono divide a empresa em ações, vendendo 49% delas e permanecendo com 51% (o que faz com que ele seja o sócio majoritário, com maior poder de decisão e lucro). O dinheiro ganho na venda dessas ações é usado em prol da própria empresa no sentido de ampliar os lucros, que serão divididos entre os sócios conforme a percentagem de ações que cada um possui.
Esse processo de divisão de empresas em ações marcou a grande participação entre os setores industrial e bancário, formando, então, um grande setor financeiro, que passou a ser o centro da economia desde então. Tal processo foi denominado por financeirização da economia.
O resultado disso foi a aplicação de vultosas somas de dinheiro em modernização produtiva e expansão de empresas, que se tornaram gigantes econômicos, o que se intensificou com a Terceira Revolução Industrial e a Globalização. A partir de então, essas empresas passaram a se localizar em dois ou mais países, transformando-se nas grandes multinacionais que atualmente ditam os rumos da economia global.
Não por acaso o Capitalismo Financeiro também é chamado de capitalismo monopolista, em virtude da dificuldade de empresas de menor porte em concorrer com as grandes marcas. Outro fator são as recorrentes fusões entre diferentes empresas ou a compra de pequenas fábricas por companhias maiores para eliminar a concorrência.
Pode-se concluir, então, que o Capitalismo Financeiro vem contribuindo para a eliminação ou diminuição da antiga lei da livre concorrência.
Um bom exemplo é o caso do Guaraná Jesus, um refrigerante marcado por sua coloração rosa e pelo grande mercado que possuía na região Nordeste, mais especificadamente no estado do Maranhão. Diante da ameaça de ter um concorrente em ascensão, a Coca-Cola comprou a marca em 2002, restringindo a sua venda, a partir de então, apenas para algumas poucas regiões do país. Tal prática é recorrentemente adotada por essa e outras grandes empresas multinacionais e marcam a atual fase financeira do capitalismo mundial.
O guaraná Jesus, assim como muitas outras marcas de bebidas, agora pertence à Coca-Cola ¹
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¹ Créditos da imagem: Marco Gomes