O continente africano, apesar de comumente apreendido como uma unidade, é, na verdade, uma região dotada de uma ampla diversidade étnico-linguística, com os mais diversos costumes, religiões, hábitos, entre outros elementos. Por esse motivo, existem variadas formas de se regionalizar esse continente. No entanto, a divisão mais utilizada diz respeito à influência cultural e étnica dos povos árabes.
O principal critério utilizado nessa regionalização foi o processo de colonização que se realizou no norte da África por grupos islâmicos durante os séculos VII e VIII, o que corroborou para a propagação do Islã e da língua árabe entre os povos dessa região. Essa influência ocorreu principalmente sobre o norte do Deserto do Saara.
Ao sul desse deserto, os habitantes não foram diretamente colonizados pelos árabes, mas escravizados. Por esse motivo, apesar de alguns contatos envolvendo principalmente os povos sudaneses, não houve uma miscigenação entre os árabes e essas etnias africanas.
Dividiu-se regionalmente o continente em duas áfricas. Essas regiões foram pejorativamente chamadas de “África Branca” e “África Negra”. Atualmente, no entanto, esses termos encontram-se em desuso e foram substituídos, respectivamente, por África do Norte e África Subsaariana.
No entanto, precisa-se considerar que essa divisão observa apenas um critério, que é o grau de influência árabe sobre o continente. O problema é que a maior parte da África, localizada ao sul do Saara, passa a ser vista como se fosse homogênea, o que não é verdade, uma vez que há diversos povos, como os Daomeanos, os Iorubás, os Haussás e tantos outros troncos étnicos.