Agrossistemas

Os agrossistemas envolvem as variadas classificações dos tipos de produção agropecuária.

Os agrossistemas variam conforme os critérios utilizados em sua classificação
Os agrossistemas variam conforme os critérios utilizados em sua classificação

Um agrossistema – também conhecido como sistema agrário – é um tipo ou modelo de produção agropecuária cuja elaboração obedece a uma classificação pautada em critérios específicos que variam conforme a abordagem desejada. Em geral, eles revelam a relação da produção no campo com o índice de aproveitamento do espaço, as técnicas utilizadas, as estratégias desenvolvidas e os objetivos adotados.

Um primeiro critério utilizado para classificar os agrossistemas é a intensidade de utilização do terreno. Nesse ínterim, divide-se a agropecuária em intensiva e extensiva. A agropecuária intensiva é aquela em que se realiza o máximo aproveitamento do terreno, concentrando a produção de gêneros agrícolas e a criação do gado, o que provoca um maior desgaste do solo. Já a agropecuária extensiva é aquela que se utiliza de maiores espaços, com menor concentração produtiva, o que provoca o alargamento das terras e o aumento do índice de desmatamento.

Outro critério é o destino ou o objetivo da produção, em que há a agropecuária comercial e a de subsistência. A agropecuária comercial é aquela voltada para atender ao mercado, seja para exportação, seja para o consumo interno. Já a agropecuária de subsistência procura abastecer as necessidades dos seus trabalhadores e comercializar apenas o excedente, quando houver.

Além disso, também é possível considerar o tamanho das propriedades como forma de classificação. As grandes propriedades constituem os latifúndios e as médias e pequenas áreas são chamadas de minifúndios. O conceito e o tamanho utilizados para cada uma dessas expressões variam de um lugar para o outro, a depender do valor da terra e do tamanho do território do país ou região em questão.

O tipo de propriedade também se configura como uma tipologia. Existem, assim, as propriedades privadas (predominantes, atualmente), em que a posse da Terra pertence a pessoas físicas ou jurídicas e que são destinadas aos interesses de seus proprietários. A propriedade estatal, por sua vez, é aquela em que a posse e a produção pertencem ao Estado, algo muito comum, por exemplo, na China e em países de economia planificada. Por fim, temos a propriedade coletiva, em que a posse da produção é de uma comunidade ampla de pessoas, o que é mais comum em tribos indígenas ou assentamentos realizados por movimentos sociais do campo.

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Apesar de todas essas classificações, existe uma tipificação mais comumente utilizada e que se refere às técnicas, tecnologias, funções dos trabalhadores e outras características concernentes ao modo de produção adotado. Nessa divisão, há os agrossistemas tradicionais, modernos e alternativos.

Os agrossistemas tradicionais são aqueles em que há uma menor presença dos aparatos tecnológicos e, consequentemente, uma maior quantidade de trabalhadores. São muito comuns em alguns países subdesenvolvidos, em que a modernização agrícola ainda não chegou com intensidade, e em outros países desenvolvidos em que houve um predomínio por essa opção, a exemplo do Japão. Geralmente, a produção costuma não apresentar uma grande quantidade de agrotóxicos e quase nenhum maquinário, além de ser geralmente voltada para a produção interna ou, em alguns casos, apenas para subsistência.

Agricultura tradicional: sem a presença de maquinários e tecnologia
Agricultura tradicional: sem a presença de maquinários e tecnologia

Os agrossistemas modernos são aqueles em que há uma ampla presença de maquinários e tecnologia avançada no contexto da produção, exigindo menor quantidade de mão de obra. Há, nesses sistemas, uma grande quantidade de produtos químicos e biológicos e uma produção sistematicamente controlada, geralmente voltada para atender ao mercado internacional. A modernização dos agrossistemas é chamada de revolução verde.

Os agrossistemas modernos possuem mais maquinários e menos trabalhadores
Os agrossistemas modernos possuem mais maquinários e menos trabalhadores

Os agrossistemas alternativos são aqueles elaborados para serem ecologicamente sustentáveis, procurando causar menores danos em relação aos outros dois tipos acima apresentados. A escala e o destino da produção variam muito, mas a opção é quase sempre pela agropecuária orgânica, ou seja, sem nenhum tipo de produto ou técnica que provoque uma agressão ao meio ambiente.

Os agrossistemas alternativos visam a uma maior harmonia com o meio ambiente
Os agrossistemas alternativos visam a uma maior harmonia com o meio ambiente

Por: Rodolfo F. Alves Pena

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