A agricultura é uma atividade milenar e pode ser definida como o conjunto de técnicas e métodos de cultivo com o objetivo de produzir alimentos e produtos para a indústria. Desde a sua origem, a finalidade principal da agricultura foi a produção de alimentos, entretanto, para satisfazer as necessidades humanas, o cultivo da terra tem sido utilizado também para a produção de outros gêneros, além dos alimentícios.
A agricultura tem sido cada vez mais útil ao fornecimento de matéria-prima para a produção de tecidos (fibras vegetais como o linho e algodão), energia, biocombustíveis (cana-de-açúcar), ferramentas, mobiliário, materiais de construção (eucalipto e outros tipos de madeira), materiais para decoração e paisagismo (plantas ornamentais) e incontáveis outros usos.
A agricultura, além de alimentos, produz matéria-prima para a indústria, como a de biocombustíveis
Origem e História
A atividade agrícola é um dos ofícios primários da humanidade e provavelmente responsável pela primeira grande transformação no espaço geográfico. Surgiu há cerca de 12 mil anos, no período Neolítico, quando as comunidades primitivas passaram de um modo de vida nômade, baseado na caça e coleta de alimentos, para um modo de vida sedentário, propiciado pelo cultivo de alimentos e pela domesticação de animais.
Inicialmente praticada às margens de grandes rios, como o Tigre e Eufrates (na antiga Mesopotâmia, atual Iraque), o Nilo (no Egito), o Yang-Tsé-Kiang (na China), o Ganges e o Indo (na Índia). Foi justamente nessas áreas que se desenvolveram as primeiras grandes civilizações.
A história da agricultura é marcada por uma série de transformações nos métodos e na tecnologia
A grande transformação nas atividades produtivas ocorreu a partir da geração de excedentes. Gradativamente, com o aperfeiçoamento das técnicas e métodos de produção, foi possível a obtenção de excedente de alimentos (rendimento além daquilo que se necessitava para a própria subsistência). Daí foi possível o desenvolvimento do comércio, inicialmente baseado na troca de produtos. Nos locais onde ocorriam as trocas, desenvolveram-se as primeiras cidades.
Além da criação do comércio e do surgimento das cidades, a produção de excedentes propiciou à humanidade tempo para dedicar-se a outras atividades, como a construção, mineração, aperfeiçoamento da caça, pesca e coleta, criação de ferramentas e objetos e tecnologia para a melhoria na qualidade de vida e condições de trabalho. Essas atividades propiciaram uma transformação mais rápida e profunda no espaço geográfico.
Evolução e modernização da agricultura
Com o desenvolvimento e modernização de técnicas produtivas, houve o processual aumento da produtividade (quantidade de produção por unidade de área) e a diminuição das perdas em razão de fatores naturais. As principais técnicas responsáveis por essa vitória do homem sobre a natureza foram:
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Seleção de sementes, adequando-as ao tipo de solo, clima, relevo e altitude;
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Utilização de defensivos agrícolas químicos, como inseticidas, fungicidas e herbicidas;
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Aperfeiçoamento de tecnologias de irrigação e drenagem dos terrenos;
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Fertilização e correção do solo, em muitos casos adaptando os nutrientes ao tipo de cultura;
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Mecanização de todas as etapas da atividade agrícola: preparação do solo, plantio, adubação, combate a pragas e colheita;
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Desenvolvimento da biotecnologia, que possibilitou a modificação genética de sementes e plantas, com o objetivo de garantir a resistência a doenças e pragas, e o aumento da produtividade das culturas.
A biotecnologia aplicada à agricultura tornou as plantas e sementes mais resistentes e aumentou a produtividade
Embora tenha ocorrido uma verdadeira revolução nas técnicas e métodos de produção, nem todos os agricultores tiveram acesso a essas transformações. Ainda existem disparidades expressivas entre países e dentro de um mesmo país no que diz respeito ao alcance das modernas técnicas de produção agrícola.
Agricultura intensiva
A agricultura intensiva é o sistema de produção agrícola que faz uso intenso de técnicas de produção. O objetivo é o aumento da produtividade e a diminuição das perdas por causas naturais, como secas ou pragas. A mão de obra utilizada é pequena (em virtude da mecanização) e é qualificada.
A mecanização das etapas de produção agrícola é uma característica da agricultura intensiva
Nessa modalidade, há a utilização de fertilizantes do solo, seleção de sementes, biotecnologia, mecanização da produção, irrigação, processos de drenagem e demais técnicas modernas de produção agrícola. É comum nos países desenvolvidos, mas também está presente nos países subdesenvolvidos, especialmente quando a produção, nessas nações, é destinada ao mercado externo (exportação).
Agricultura extensiva
Ocorre principalmente nos casos em que o produtor não possui recursos financeiros para investir em métodos e técnicas modernas de produção, como a mecanização, o uso de fertilizantes, pesticidas e irrigação. É comum nos países subdesenvolvidos e, geralmente, a produção é destinada ao consumo interno. A extensão do terreno, muitas vezes, garante uma grande produção, embora o rendimento por hectare seja baixo. É grande a utilização de trabalhadores com baixa qualificação.
A agricultura extensiva utiliza muita mão de obra, mas com baixa qualificação
A agricultura extensiva é o oposto da agricultura intensiva, que envolve o uso intensivo de recursos para aumentar a produtividade por hectare. Ela está mais vulnerável às condições naturais, como as secas, pragas (insetos, ervas daninhas, fungos) e excesso de chuvas.