A África Negra, também chamada de África Subsaariana, é a região da África que se encontra ao sul do deserto do Saara. A expressão “África Negra” foi criada no século XIX pelos colonizadores europeus para se referir à região da África cuja população era majoritariamente negra e que ainda não tinha sido totalmente “descoberta” pela civilização ocidental.
Essa região é composta por 47 países, a saber: África do Sul, Angola, Benin, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Camarões, Cabo Verde, Chade, Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Guiné Equatorial, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Ilhas Comores, Lesoto, Libéria, Madagascar, Malauí, Mali, Mauritânia, Maurício, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana, Ruanda, República Democrática do Congo, São Tomé e Príncipe, Senegal, Seychelles, Serra Leoa, Somália, Sudão, Suazilândia, Tanzânia, Togo, Uganda, Zâmbia e Zimbábue.
Apesar de ser chamada de “berço da humanidade” e de “África verdadeira”, a África subsaariana é mais conhecida por ser a zona mais pobre do mundo. Dentre os países que compõem a região, 33 deles estão entre os mais pobres do planeta. A queda do padrão de vida constante é visível: salas de aula lotadas (apesar dos elevados índices de evasão escolar), hospitais em condições sub-humanas, cidades saturadas de favelas, entre outros problemas. No entanto, as principais economias de todo o continente africano são da África do Sul e da Nigéria, respectivamente.
Muito dependentes da exportação de bens agrícolas e minerais, as economias dos países da África Negra sofreram uma profunda crise a partir da década de 1980, em razão da queda do valor dos produtos usados nas exportações. Tal fator, aliado aos constantes conflitos étnicos e guerras civis, além da corrupção dos governos, crescente endividamento e insuficiência agrícola alimentar, colaborou para agravar a situação precária da sociedade.
A expectativa de vida é muito baixa e as taxas de mortalidade infantil são elevadas. Apesar disso, registra-se um enorme crescimento populacional na região, o que, aliado à grande concentração de renda, poderá agravar ainda mais os problemas sociais. Mais de 300 milhões de habitantes vivem em extrema pobreza, com menos de um dólar por dia.
Entre outras várias adjetivações, a África Negra é colocada como a “última fronteira do capitalismo”, embora a região conte com a presença de muitas empresas multinacionais, que extraem recursos naturais e se aproveitam da mão de obra barata e abundante.
Especialistas apontam que a origem das condições de pobreza extrema e de instabilidade política na região deve-se à dominação colonial realizada a partir do século XIX, que resultou na partilha do continente entre algumas poucas potências econômicas. Esses países dividiram o continente em territórios obedecendo apenas aos seus próprios interesses, desconsiderando as territorialidades dos grupos étnicos locais que, desde tempos remotos, eram rivais e lutavam pelo poder.
O resultado foi a inclusão de diferentes grupos e etnias, algumas delas rivais, em um mesmo território político, configurando vários Estados multinacionais e inúmeras nações sem Estado. Especialistas apontam que as condições de miséria só diminuirão caso a região passe por transições democráticas e conte com a ajuda das nações desenvolvidas, através de investimentos e ajudas em cooperações econômicas internacionais.