Na regionalização da África baseada em fatores étnicos e culturais, o continente foi geograficamente dividido em África Branca e África Negra ou Subsaariana.
A África Branca – também conhecida como África do Norte ou Setentrional – é a porção do continente que se localiza acima do Saara, marcada pela predominância de povos brancos, de origem caucasoide, e pela hegemonia do islamismo. É composta pelos seguintes países: Egito, Líbia, Tunísia, Argélia, Marrocos, Saara Ocidental e Mauritânia.
A população dessa região é superior a 160 milhões de habitantes, equivalendo a menos de 20% de toda a população africana. Os principais troncos étnicos são os israelitas, os camitas e os turcos. O clima predominante é o desértico, excetuando-se as zonas litorâneas e as proximidades de grandes rios.
Em muitos aspectos, essa região é comparada ao Oriente Médio que, em algumas abordagens, inclui também o norte da África. Tais semelhanças ocorrem em virtude da proximidade entre os países árabes da Ásia e os africanos, separados apenas pelo Canal de Suez.
As semelhanças entre as duas regiões estão nos troncos étnicos, na religião, nos idiomas, em alguns costumes e até mesmo no clima. As economias também são um ponto em comum, uma vez que se baseiam na exportação de petróleo e na prática do turismo. Outra questão são os frequentes conflitos territoriais que acontecem em ambas as faixas regionais, a exemplo dos recentes eventos que demarcaram a Primavera Árabe.
Historicamente, essa região surgiu do domínio do Império Romano após a conquista da cidade de Cartago, que se localizava em uma região muito próxima ao que hoje é a cidade de Túnis, capital da Tunísia. Cartago passou, então, a ser a sede administrativa de uma província romana chamada África, que mais tarde veio dar nome a todo o continente. A partir dos séculos VII e VIII, foram os árabes que exerceram o domínio sobre o norte africano, deixando como legado o idioma árabe e o islamismo.
No que se refere ao relevo e à Geografia Física, a África Branca apresenta três áreas: o Magreb, o Saara e o Vale do Nilo. A primeira localiza-se na faixa oeste, a segunda estende-se do Oceano Atlântico ao Mar Vermelho e a terceira estende-se ao longo de todo o Nilo, nas terras do Sudão e do Egito.
Essa região protagonizou o início da chamada Primavera Árabe, que delineou a derrocada de algumas ditaduras militares que persistiam no poder há vários anos. O primeiro país a realizar a sua revolta popular foi a Tunísia, em dezembro de 2010, revolta que teve seu fim no mês seguinte, com a derrubada do ditador Zine El Abidini Ben Ali, que governou o país durante 24 anos. Após a Tunísia, os protestos ocorreram também no Egito e na Líbia, derrubando os ditadores Hosni Mubarak e Muammar Kadhafi, respectivamente.