A possibilidade de realizar viagens no tempo e poder viver épocas passadas ou conhecer o futuro desperta a imaginação de muitos de nós. Várias obras cinematográficas trouxeram a viagem no tempo como tema central. Filmes como De Volta para o Futuro (1985), A Máquina do Tempo (2002) e Camisa de força (2005) tratam das consequências de viagens feitas através do tempo.
Relatividade do tempo
As teorias propostas por Albert Einstein abrem espaço para a possibilidade de viagens no tempo, mas existe uma diferença muito grande entre algo ser teoricamente possível e ser executável. Os estudos da relatividade propostos por Einstein trouxeram a ideia da dilatação temporal e mostraram que o tempo é um conceito relativo. Um intervalo de tempo de um minuto na Terra não é igual em todos os cantos do universo.
A teoria da dilatação temporal mostra que, quando um objeto viaja com velocidade próxima à da luz, a marcação do tempo é alterada em comparação a objetos em repouso. Corpos com velocidades muito altas sempre marcam intervalos de tempo menores que os referenciais em repouso.
Suponha que seja possível lançar um astronauta para o espaço com uma velocidade próxima à da luz. Caso o astronauta permaneça um ano viajando com a mesma velocidade, ao retornar para a Terra, um referencial parado, o intervalo de tempo medido seria de sete anos. Assim, poderíamos afirmar que esse astronauta é um viajante do tempo.
Formas de viajar pelo tempo
Caso as viagens no tempo fossem executáveis, elas poderiam ocorrer de duas maneiras. Primeiramente, um objeto deveria ser acelerado até que atingisse velocidades próximas à da luz e sofresse os efeitos da dilatação temporal.
Outra forma de viajar pelo tempo seria por meio das dobras criadas no espaço-tempo pela presença de um corpo muito massivo. Para a Física, além da altura, largura e profundidade, também estamos presos à dimensão do tempo. O universo seria composto por um entrelaçamento do espaço e do tempo, então, a gravidade gerada por um corpo muito massivo, como um buraco negro, poderia gerar uma curvatura no espaço e proporcionar uma viagem temporal por meio dos chamados buracos de minhoca.
As viagens temporais não ocorreriam como na ficção científica, em que a travessia feita por uma espécie de portal garante a viagem. Caso esse tipo de fenômeno fosse possível, o viajante teria uma percepção e marcação de tempo diferentes daquelas dos observadores em repouso.
Existem alguns paradoxos a partir da ideia de viagens temporais. Imagine alguém que voltasse no tempo e matasse o próprio avô. Se isso acontecesse, esse indivíduo nunca nasceria e, portanto, jamais teria feito a viagem no tempo. Se viagens temporais fossem possíveis, alguma lei natural deveria impedir que o curso da história fosse alterado. Para Stephen Hawking, as leis da Física atuam para impedir as viagens no tempo e nos livrar de seus possíveis efeitos catastróficos.