As leis de Kepler para o movimento planetário revolucionaram a Astronomia, pois determinam o tipo de trajetória executada pelos planetas ao redor do Sol, a relação entre as áreas varridas pela linha que une o planeta ao Sol em intervalos de tempo iguais e a relação entre raio médio da órbita e tempo de translação de um planeta.
Ao publicar a sua obra Astronomia Nova, em 1609, Johannes Kepler apresentou o que hoje chamamos de lei das órbitas (1ª lei de Kepler) e lei das áreas (2ª lei de Kepler), mas existe outro enunciado nessa obra: a 4ª lei de Kepler!
A lei, que não é válida, diz:
“A velocidade de um planeta é, em qualquer instante, inversamente proporcional à sua distância ao Sol”.
Entende-se por velocidade orbital a velocidade que tangencia a trajetória descrita pelo planeta ao redor do Sol. Para que a afirmação acima fosse válida, o vetor velocidade orbital do planeta ao redor do astro maior deveria ser a todo instante perpendicular à linha que une o centro do planeta ao centro do Sol. Como a trajetória de um planeta ao redor do Sol é elíptica, não há tal perpendicularidade, a não ser nos pontos de periélio e afélio. Assim sendo, concluímos que, da forma como foi enunciada a chamada 4ª lei de Kepler, ela não é válida.