As estrelas de nêutrons estão entre os mais exóticos corpos celestes conhecidos. Geralmente apresentam um diâmetro de 20 km – são muito pequenas se comparadas com estrelas como o Sol, que apresenta um diâmetro de cerca de 1.391.400 km. Elas podem girar com frequências de até 43.000 rotações por minuto e estão entre os corpos celestes mais densos de todo o universo: apesar de seu tamanho reduzido, podem apresentar massas até 50% maiores que a massa solar.
Em virtude de seu pequeno raio e grande massa, o campo gravitacional na superfície das estrelas de nêutrons pode ser até 200 bilhões de vezes mais intenso que o terrestre. Sua alta rotação também confere a essa classe de estrelas um campo magnético cerca de um milhão de vezes mais intenso que o da Terra.
De onde surgem as estrelas de nêutrons?
Quando as estrelas que apresentam massas entre 4 e 8 massas solares chegam em seu estágio final de vida, seu fim é uma supernova – uma enorme explosão que lança grande parte de sua composição através do espaço em velocidades próximas à da luz, deixando um pequeno núcleo em colapso gravitacional. O raio desse núcleo diminui continuamente até que a sua gravidade acaba unindo os prótons aos elétrons presentes na estrela, transformando-os em nêutrons.
Enquanto seu raio diminui, assim como um patinador de gelo que fecha os braços durante uma rotação, sua velocidade de rotação aumenta gradativamente, em virtude da conservação do momento angular, atingindo as maiores frequências de rotação entre todos os corpos celestes conhecidos.
Estrelas de nêutrons pulsantes
O comportamento rotacional das estrelas de nêutrons faz com que algumas delas emitam grandes “jatos” formados por partículas e luz através dos seus polos magnéticos norte e sul. Os pesquisadores que observaram esses fenômenos pela primeira vez, em 1967, perceberam uma grande regularidade com a qual esses “jatos cósmicos” chegavam até nós, como se fossem verdadeiros faróis pulsantes – daí o nome dessa subdivisão de estrelas de nêutrons: os pulsares.
Estima-se que os pulsares emitam radiação durante um tempo de 10 a 100 milhões de anos. Dessa forma, cerca de 99,9% de todas as estrelas de nêutrons que já surgiram desde o início do universo já pararam de pulsar, o que tornou esses pequenos corpos celestes ainda mais raros e difíceis de se detectar.
O conhecimento e as novas descobertas sobre os pulsares permitem medições de tempo extremamente precisas em virtude de sua frequência de pulsação ser mais precisa que a dos relógios atômicos usados na Terra. Além disso, por serem tão singulares, mapas celestes estão sendo construídos com base na posição de diversos pulsares espalhados por nossa galáxia.