Para aqueles que nunca passaram pelas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), são muitas as dúvidas que permeiam a cabeça em relação ao cálculo da nota. Realmente, é um método complexo e que vai além da consulta ao gabarito.
No Enem, a pontuação das provas objetivas não é determinada pela quantidade de acertos, mas pela consistência das respostas. Isso é possível de ser feito usando o que é chamado de Teoria de Resposta ao Item, a TRI.
Afinal, o que é a TRI?
A TRI é um método que utiliza uma base de dados de uma escala-padrão de conhecimento, a partir dos erros e acertos dos estudantes. Resumidamente, a TRI foca em cada questão, analisando a proficiência dos participantes e não apenas o seu desempenho, levando em consideração três aspectos:
- A capacidade de discriminação;
- O grau de dificuldade de cada questão;
- O controle de acerto casual, o conhecido chute.
Explicaremos melhor sobre esses aspectos nos próximos parágrafos.
No primeiro caso, a TRI consegue distinguir os candidatos que possuem a proficiência requisitada daqueles que não a tem. Por exemplo, em qual disciplina o participante se destaca, se em Ciências Humanas, Ciências da Natureza, Linguagens ou Matemática.
No segundo aspecto, é avaliado se a questão respondida é considerada fácil, média ou difícil. A TRI gera um gráfico no qual constam as questões com maiores e menores números de acertos. Assim, é possível avaliar qual foi o nível de dificuldade de cada questão e ver aquelas áreas com maior grau de dificuldade.
No Enem, somente a prova de redação tem valores pré-estabelecidos, já que a correção dela não é feita com base na TRI.
Saiba como é corrigida a redação do Enem
O último aspecto avalia a probabilidade de o participante ter acertado determinada questão por meio de um “chute”. Se o estudante acertou somente uma questão difícil de Matemática, por exemplo, a TRI pode entender que foi um chute.
Por isso que, com a TRI, não é correto comparar o número de acertos em uma área do conhecimento com o de outra, já que pela teoria, o número de questões por nível de dificuldade em cada prova e as demais características dessas questões influenciam o resultado.
Na TRI, um estudante que acerte 35 questões em uma área, por exemplo, não irá determinar, necessariamente, que ele terá nota maior do que em outra, cujo número de acertos foi um pouco menor. Por serem áreas do conhecimento distintas, não há como fazer uma relação direta entre as escalas de proficiência.
O método também possibilita que estudantes com o mesmo número de acertos tirem notas diferentes, justamente porque depende do padrão de resposta de cada um.
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Como tirar uma boa nota no Enem?
Na TRI, o participante que seguir uma linha de respostas mais coerente, com poucos chutes, consegue obter uma pontuação maior. Essa coerência pode ser obtida acertando muitas questões fáceis e médias e algumas difíceis.
Uma dica é começar separando as questões em fáceis, médias e difíceis. Em seguida, responda todas as questões fáceis, passando depois para as médias e, por último, resolva as difíceis. O objetivo é acertar o máximo de questões fáceis possível.
Uma outra dica é não deixar questões em branco. Uma questão sem resposta vale menos do que o sistema entender que você chutou a questão. O acerto casual diminui a sua pontuação em relação ao acerto coerente, contudo, deixar o item sem responder não dará a oportunidade de casualmente acertar a questão.
Como saber se fui bem no Enem?
Por causa desse método, não é possível calcular a nota do Enem somente com os gabaritos em mãos. No entanto, o estudante pode ter uma noção do seu desempenho com base na porcentagem de acertos. Quem acerta mais de 70% da prova tem grandes chance de conseguir uma vaga no ensino superior.
Como a média das provas é de aproximadamente 500 pontos, caso o participante consiga pontuação acima disso, maior será a chance de ter um desempenho melhor do que outros participantes. O mesmo raciocínio pode ser feito para aqueles que ficarem abaixo desta média.