Questão Palestina no Enem

A Questão Palestina no Enem é cobrada, principalmente, em relação ao contexto histórico da criação de Israel e as guerras subsequentes.

Gráfico mostrando os assuntos da Questão Palestina, que envolve Israel e Palestina, no Enem.
A Questão Palestina tem sido frequentemente cobrada no Enem.

A Questão Palestina no Enem é cobrada, principalmente, em relação ao contexto histórico da criação de Israel e as guerras subsequentes. Nesse sentido, para o Enem, é essencial compreender o contexto histórico que levou à criação do Estado de Israel, passando pelas guerras de 1948 e 1967, além das Intifadas que marcaram a resistência palestina.

É importante ter em mente que o conflito Israel-Palestina é caracterizado por disputas territoriais, religiosas e políticas, agravadas por fracassos nos acordos de paz e pela contínua ocupação de territórios palestinos por Israel. A crise humanitária, que inclui a questão dos refugiados palestinos, é um dos aspectos centrais dessa complexa situação, que permanece sem solução clara no cenário internacional.

Leia também: Qual é a origem dos conflitos entre Israel e Palestina?

Tópicos deste artigo

O que estudar sobre a Questão Palestina no Enem?

Gráfico mostrando os temas mais recorrentes sobre Israel e Palestina no Enem, situação compreendida como Questão Palestina.
Assuntos mais frequentes sobre Israel e Palestina no Enem.

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é conhecido por abranger uma ampla gama de temas históricos, geopolíticos e sociais em suas questões, e a Questão Palestina é um tópico relevante dentro desse contexto, especialmente no que diz respeito aos conflitos internacionais e às relações de poder no Oriente Médio. Para se preparar adequadamente para o Enem, é importante compreender os aspectos históricos, políticos e sociais que envolvem a Questão Palestina.

Primeiramente, é essencial estudar o contexto histórico que levou à criação do Estado de Israel e ao consequente conflito com os palestinos. A Declaração Balfour, de 1917, é um ponto de partida importante, pois expressa o apoio britânico à criação de um "lar nacional" para o povo judeu na Palestina. Esse documento é crucial para entender as raízes do conflito, visto que a Palestina era uma região habitada por uma população majoritariamente árabe, e a imigração judaica, incentivada pelas políticas britânicas, gerou tensões crescentes.

Outro aspecto relevante é a partição da Palestina pela ONU em 1947. A Assembleia Geral das Nações Unidas propôs a divisão da Palestina em dois Estados, um judeu e um árabe, com Jerusalém sob controle internacional. A aceitação do plano pelos judeus e a rejeição pelos árabes levaram à primeira guerra árabe-israelense em 1948, imediatamente após a proclamação do Estado de Israel. Esse conflito resultou na expansão territorial de Israel e no deslocamento de centenas de milhares de palestinos, evento conhecido como Nakba (catástrofe, em árabe), que marcou o início da crise dos refugiados palestinos, um tema recorrente nas questões do Enem.

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Os estudantes devem ainda compreender a guerra de 1967 (Guerra dos Seis Dias), na qual Israel ocupou a Cisjordânia, Gaza, Jerusalém Oriental, as Colinas de Golã e a Península do Sinai. A ocupação desses territórios é um ponto central no conflito, especialmente em relação à Cisjordânia e Jerusalém Oriental, onde vivem milhões de palestinos sob ocupação militar israelense. O Enem pode explorar a relação entre essa ocupação e os direitos humanos, o direito internacional e as resoluções da ONU que exigem a retirada israelense dos territórios ocupados, como a Resolução 242.

Outro ponto de estudo importante é a primeira e segunda Intifadas. A primeira Intifada (1987-1993) foi um levante popular palestino contra a ocupação israelense, caracterizada por protestos, boicotes e confrontos com as forças israelenses. Esse período viu o surgimento do Hamas, um grupo islâmico que se opõe à existência de Israel e que se tornou uma das principais forças políticas na Faixa de Gaza. A segunda Intifada (2000-2005) foi mais violenta e resultou em uma repressão ainda maior por parte de Israel, incluindo a construção do muro de separação na Cisjordânia, que também é um tema de interesse no Enem por seu impacto sobre a vida dos palestinos e as implicações jurídicas internacionais.

Por fim, é importante estar atento às negociações de paz e aos acordos internacionais, como os Acordos de Oslo (1993) e o papel dos Estados Unidos no processo de paz. Embora tenham gerado expectativas de uma solução de dois Estados, os acordos falharam em resolver questões cruciais, como o status de Jerusalém, o direito de retorno dos refugiados palestinos e a expansão dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.

Conflito entre Israel e Palestina

O conflito entre Israel e Palestina é um dos mais duradouros e complexos da história moderna, envolvendo questões religiosas, territoriais e étnicas que datam de várias décadas, com raízes que podem ser traçadas até o final do século XIX e início do século XX. Esse conflito é central no entendimento das dinâmicas do Oriente Médio e é frequentemente abordado em exames como o Enem devido à sua relevância global.

O conflito pode ser compreendido por meio de sua origem histórica e o surgimento do movimento sionista, que defendia o estabelecimento de um Estado judeu na Palestina, então parte do Império Otomano e, posteriormente, sob mandato britânico após a Primeira Guerra Mundial. A imigração judaica para a Palestina aumentou significativamente durante o período do mandato, exacerbando as tensões entre judeus e árabes locais.

Com a criação do Estado de Israel em 1948, o conflito se intensificou. A proclamação de Israel foi seguida por uma guerra com os Estados árabes vizinhos, que terminou com uma vitória israelense e o controle de mais território do que o originalmente previsto pelo plano de partilha da ONU. Esse evento consolidou a questão dos refugiados palestinos, que foram expulsos ou fugiram das áreas controladas por Israel e que até hoje representam uma questão central no conflito.

As guerras subsequentes entre Israel e os Estados árabes são marcos importantes no desenvolvimento do conflito, particularmente a Guerra dos Seis Dias em 1967, que resultou na ocupação israelense de territórios árabes, incluindo a Cisjordânia, Gaza, e Jerusalém Oriental. A ocupação desses territórios levou ao estabelecimento de assentamentos israelenses, considerados ilegais sob o direito internacional, mas apoiados por sucessivos governos israelenses. Esses assentamentos são um dos principais obstáculos para a paz, pois fragmentam o território palestino e tornam a criação de um Estado palestino viável cada vez mais difícil.

O processo de paz, iniciado com os Acordos de Oslo na década de 1990, representou uma tentativa de resolver o conflito através da negociação e do reconhecimento mútuo. No entanto, o fracasso em abordar questões fundamentais como o status de Jerusalém, o direito de retorno dos refugiados e o futuro dos assentamentos levou ao colapso do processo de paz e ao surgimento de novas ondas de violência, incluindo a segunda Intifada.

O papel das organizações internacionais e dos atores externos, especialmente os Estados Unidos, tem sido crucial no desenvolvimento do conflito. Os EUA, como principal aliado de Israel, têm desempenhado um papel central nas tentativas de mediação, embora muitas vezes sejam vistos como parciais pelos palestinos. As Nações Unidas também têm um papel importante, particularmente através da UNRWA, a agência que cuida dos refugiados palestinos e das várias resoluções do Conselho de Segurança condenando a ocupação israelense.

Finalmente, a situação atual do conflito é marcada por um impasse. A liderança palestina está dividida entre a Autoridade Nacional Palestina, que governa partes da Cisjordânia, e o Hamas, que controla Gaza. Enquanto isso, Israel continua a expandir os assentamentos na Cisjordânia e manter um bloqueio rígido sobre Gaza, exacerbando a crise humanitária. A solução de dois Estados, amplamente defendida pela comunidade internacional, parece cada vez mais distante.

A complexidade do conflito entre Israel e Palestina exige uma compreensão profunda das questões históricas e políticas envolvidas, assim como das perspectivas divergentes das partes em conflito. Esse é um tema que não só é relevante para o Enem, mas também para o entendimento de questões mais amplas de direitos humanos, soberania e justiça internacional.

Para saber mais detalhes sobre os conflitos entre Israel e Palestina, clique aqui.

Questões do Enem sobre a Palestina

Questão 1

(Enem 2023) Escrito durante a Primeira Guerra Mundial, o seguinte trecho faz parte da carta enviada pelo secretário do exterior britânico, Sir Arthur James Balfour, ao banqueiro Lord Rotschild, presidente da Liga Sionista, em 2 de novembro de 1917, a carta ficou conhecida como Declaração Balfour:

"O governo de Sua Majestade vê com aprovação o estabelecimento na Palestina de um lar nacional para o povo judeu, e fará todos os esforços para facilitar tal objetivo. Nada será feito que possa prejudicar os direitos civis e religiosos das comunidades não judaicas na Palestina.”

GATTAZ, A. A Guerra da Palestina. São Paulo: Usina do Livro, 2002 (adaptado).

A análise do resultado do processo em questão revela que o governo inglês foi incapaz de garantir seu objetivo de

A) promover o bem-estar social.

B) negociar o apoio muçulmano.

C) mediar os conflitos territoriais.

D) estimular a cooperação regional.

E) combater os governos autocráticos.

Resposta correta: Alternativa C.

Resolução:

  1. Compreensão do contexto histórico: a Declaração Balfour foi emitida durante a Primeira Guerra Mundial, em um momento de grande tensão global. A Palestina, na época, fazia parte do Império Otomano, e a declaração britânica tinha o objetivo de obter o apoio da comunidade judaica internacional para o esforço de guerra britânico. No entanto, o compromisso britânico criou um conflito com a população árabe da região, que já habitava a Palestina.

  2. Análise da declaração: o texto da Declaração Balfour menciona que o governo britânico apoiava a criação de um "lar nacional" para os judeus na Palestina, mas também afirmava que os direitos das comunidades não judaicas seriam preservados. Na prática, essa tentativa de equilibrar os interesses dos judeus e das comunidades árabes levou a intensos conflitos na região, especialmente no que diz respeito à disputa por terras e à soberania.

  3. Identificação do objetivo não alcançado: o enunciado pede que identifiquemos o objetivo que o governo inglês não conseguiu alcançar. Considerando os acontecimentos históricos posteriores, é evidente que a Inglaterra não conseguiu mediar os conflitos territoriais que surgiram na Palestina. A região se tornou palco de constantes disputas entre judeus e árabes, que culminaram em diversos conflitos ao longo do século XX e que persistem até hoje.

  4. Eliminação das alternativas incorretas:

    • A) promover o bem-estar social: não é o foco principal da Declaração Balfour ou das consequências diretas dela.

    • B) negociar o apoio muçulmano: embora a declaração tenha gerado insatisfação entre a população árabe, essa alternativa não se refere diretamente ao objetivo principal da declaração.

    • D) estimular a cooperação regional: a Declaração Balfour não tinha como objetivo direto promover cooperação regional; na verdade, acabou por intensificar as tensões.

    • E) combater os governos autocráticos: essa alternativa está fora do escopo da questão, já que a Declaração Balfour não aborda o combate a governos autocráticos.

  5. Escolha da alternativa correta: C) mediar os conflitos territoriais: essa é a alternativa correta, pois o governo britânico, ao emitir a Declaração Balfour, criou uma situação complexa que acabou gerando conflitos territoriais entre judeus e árabes, conflitos esses que o governo britânico não conseguiu resolver, resultando em décadas de instabilidade na região.

Comentário sobre os distratores:

  • A) promover o bem-estar social: distrator que pode confundir os candidatos ao sugerir um objetivo mais geral e vago.

  • B) negociar o apoio muçulmano: distrator relevante considerando a população árabe da Palestina, mas não central ao objetivo da declaração.

  • D) estimular a cooperação regional: Pode ser confuso, pois a cooperação não era o foco principal da declaração.

  • E) combater os governos autocráticos: distrator que desvia totalmente o foco, pois não se relaciona com o conteúdo da declaração.

Conclusão:

A resposta correta é C) mediar os conflitos territoriais, pois reflete o fracasso britânico em gerenciar as tensões territoriais resultantes da Declaração Balfour.

Questão 2

(Enem 2017)

Palestinos se agruparam em frente a aparelhos de televisão e telas montadas ao ar livre em Ramalah, na Cisjordânia, para acompanhar o voto da resolução que pedia o reconhecimento da chamada Palestina como um Estado observador não membro da Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo era esperar pelo nascimento, ao menos formal, de um Estado palestino. Depois da aprovação da resolução, centenas de pessoas foram à praça da cidade com bandeiras palestinas, soltaram fogos de artifício, fizeram buzinaços e dançaram pelas ruas. Aprovada com 138 votos dos 193 da Assembleia-Geral, a resolução eleva o status do Estado palestino perante a organização.

Palestinos comemoram elevação de status na ONU com bandeiras e fogos. Disponível em: http://folha.com. Acesso em: 4 dez. 2012 (adaptado).

A mencionada resolução da ONU referendou o(a)

A) delimitação institucional das fronteiras territoriais.

B) aumento da qualidade de vida da população local.

C) implementação do tratado de paz com os israelenses.

D) apoio da comunidade internacional à demanda nacional.

E) equiparação da condição política com a dos demais países.

Resposta correta: Alternativa D.

Resolução:

  1. Compreensão do contexto histórico: em 2012, a Assembleia Geral da ONU aprovou a resolução que elevou o status da Palestina para "Estado observador não membro". Isso não concedeu à Palestina o reconhecimento pleno como Estado-membro da ONU, mas foi um avanço significativo em termos de legitimidade internacional e reconhecimento de suas demandas por soberania.

  2. Análise da situação: o trecho destaca a celebração dos palestinos após a aprovação da resolução. A elevação do status na ONU foi vista como um importante apoio simbólico da comunidade internacional à causa palestina. No entanto, é importante observar que essa resolução não tratava diretamente de questões como fronteiras, qualidade de vida ou tratados de paz.

  3. Identificação da ação da ONU: a resolução da ONU foi essencialmente um reconhecimento simbólico e formal da demanda nacional palestina por um Estado próprio. Não houve, por meio dessa resolução, qualquer mudança prática imediata em termos de fronteiras, qualidade de vida ou implementação de tratados de paz com Israel.

  4. Eliminação das alternativas incorretas:

    • A) delimitação institucional das fronteiras territoriais: essa alternativa está incorreta, pois a resolução não abordou a questão das fronteiras territoriais, que permanecem disputadas.

    • B) aumento da qualidade de vida da população local: também está incorreta, pois a resolução não teve impacto direto e imediato na qualidade de vida dos palestinos.

    • C) implementação do tratado de paz com os israelenses: essa alternativa está errada, pois a resolução não se referia a qualquer tratado de paz; as negociações de paz são um processo separado e contínuo.

    • E) equiparação da condição política com a dos demais países: a alternativa é incorreta, pois a Palestina não foi reconhecida como um Estado-membro pleno, mas sim como um "Estado observador não membro", o que não equivale à condição política dos demais países membros da ONU.

  5. Escolha da alternativa correta: D) apoio da comunidade internacional à demanda nacional: essa é a resposta correta, pois a resolução da ONU foi um gesto de apoio da comunidade internacional à demanda dos palestinos por reconhecimento e autodeterminação, mesmo que apenas de forma simbólica.

Comentário sobre os distratores:

  • A) delimitação institucional das fronteiras territoriais: distrator que pode enganar os candidatos ao sugerir uma ação concreta, mas não relacionada ao conteúdo da resolução.

  • B) aumento da qualidade de vida da população local: distrator que desvia o foco para questões sociais, que não são o centro da resolução.

  • C) implementação do tratado de paz com os israelenses: um distrator plausível, dado o contexto do conflito, mas incorreto, pois a resolução não tratava de um tratado de paz específico.

  • E) equiparação da condição política com a dos demais países: pode confundir os candidatos ao sugerir um status que a Palestina ainda não alcançou.

Conclusão:

A resposta correta é D) apoio da comunidade internacional à demanda nacional, pois a resolução da ONU foi um importante reconhecimento simbólico do direito dos palestinos à autodeterminação, refletindo o apoio da comunidade internacional à sua causa.

Fontes

BRASIL. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Disponível em: https://www.gov.br/inep/pt-br/areas-de-atuacao/avaliacao-e-exames-educacionais/enem.

BERTUZZI, André. Avaliação em História: o uso de questões de História no Enem visando ao ensino para a interculturalidade. In: ANAIS DO II CONGRESSO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA DA UFSM. Disponível em: https://repositorio.ufsm.br/bitstream/handle/1/23756/Anais_do_CIHIS_Congresso_Internacional_Historia.pdf.

Por: Tiago Soares Campos

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