cartografia cobrados no Enem estão ligados à interpretação dos mapas. Desse modo, torna-se importante estudar as principais características das representações cartográficas. Além disso, o Enem costuma usar em suas questões habilidades relacionadas à interpretação das coordenadas e projeções geográficas, bem como o conhecimento das ferramentas de informação geográfica.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Como a cartografia é cobrada no Enem?
- 2 - O que é cartografia?
- 3 - Questões do Enem sobre cartografia
Como a cartografia é cobrada no Enem?
A cartografia é abordada de forma bastante diversificada no Enem, com destaque para a leitura, compreensão e interpretação de mapas e outras representações do espaço, assim como pela aplicação de conceitos ligados à ciência cartográfica. Em um primeiro momento, torna-se importante enfatizar o conceito e a aplicação das principais formas de representação da superfície terrestre utilizadas pela cartografia. São elas:
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Mapa: representação plana de um determinado espaço da superfície terrestre. Tradicionalmente é a representação do espaço mais utilizada, comumente em uma escala pequena, devido ao tamanho da realidade representada. Os mapas podem representar características naturais, históricas, políticas, econômicas, entre outras, e o conjunto de mapas é denominado atlas geográfico. Os mapas possuem uma série de elementos obrigatórios: título, escala, legenda e orientação. Esses elementos possibilitam a leitura e a correta compreensão do mapa.
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Carta: representação da superfície terrestre confeccionada em escala média ou grande. Ela apresenta o detalhamento da superfície terrestre por meio de simbologias e é considerada mais detalhada que um mapa.
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Planta: representação de uma área muito limitada da superfície terrestre com um altíssimo grau de detalhamento. É concebida com uma escala muito grande e é amplamente utilizada no campo da engenharia.
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Croqui: representação cartográfica sem escala e que não possui padronização técnica. É utilizado para indicar informações sobre uma determinada área.
A leitura correta desses elementos é fundamental para a interpretação e resolução de questões do Enem que abordam a cartografia. A representação mais cobrada no Enem é o mapa, amplamente utilizado não somente nas questões de cartografia, mas também para representar e abordar diferentes fenômenos geográficos.
A chamada cartografia temática é muito utilizada no Enem, sendo esta uma área da cartografia que utiliza símbolos para representar elementos quantitativos e qualitativos no espaço. No que toca aos mapas, torna-se importante destacar dois elementos básicos para a sua confecção.
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Coordenadas geográficas: são utilizadas para localizar um determinado ponto da superfície terrestre. Elas são empregadas por meio de um sistema de linhas imaginárias. Para tal são utilizados os meridianos, linhas verticais que variam de 0º a 180º para leste ou para oeste, sendo o meridiano inicial o Meridiano de Greenwich; e os paralelos, linhas horizontais que variam de 0º a 90º para norte ou para sul, sendo o paralelo inicial a Linha do Equador.
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Projeções cartográficas: indicam as formas de representação do planeta Terra em uma superfície plana. Essa representação provoca distorções na concepção de um mapa. As projeções cartográficas podem ser classificadas conforme as suas propriedades: primeiro, em relação à distorção entre o real e o plano (conforme, equivalente, equidistante); ou em relação à superfície de contato (cilíndrica, cônica, azimutal).
Por sua vez, para além do emprego de termos técnicos e da adoção de ferramentas tradicionais de representação do espaço, o Enem, por ser uma avaliação muito voltada para a atualidade, utiliza nas suas questões o entendimento das chamadas novas tecnologias cartográficas. Dessa forma, o estudante deve-se atentar para o emprego e o funcionamento do chamado Sistema de Informações Geográficas (SIG), que são um conjunto de meios e ferramentas tecnológicas utilizados para o estudo da superfície terrestre. São exemplos de sistemas geográficos de informação:
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sensoriamento remoto (fotografia aérea e imagem de satélite);
Essas ferramentas são utilizadas para levantamentos técnicos com um elevado grau de precisão, como monitoramento de queimadas e desmatamentos; para a localização exata de pontos no espaço e, ainda, para levantamentos ligados às novas técnicas de cartografia social.
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O que é cartografia?
O termo cartografia corresponde a um amplo campo de estudo baseado nas diferentes representações da superfície terrestre. Desse modo, constitui-se como uma ciência que trabalha a confecção, a interpretação e a difusão de mapas, assim como de outras representações cartográficas, sendo as mais utilizadas as cartas, as plantas e os croquis. A cartografia pode ser dividida em duas grandes áreas:
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a cartografia sistemática, focada na representação mais precisa do espaço geográfico, com destaque para seus aspectos naturais;
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a cartografia temática, utilizada para representação e interpretação de dados analíticos do espaço.
A cartografia facilita a compreensão do espaço geográfico por meio da representação dos fenômenos naturais e humanos em superfícies planas. Conforme um conjunto de convenções cartográficas, são utilizadas simbologias para representar elementos indicativos de características da superfície terrestre. Porém, torna-se importante destacar que os produtos cartográficos, como os mapas e as plantas, são concebidos conforme os interesses dos seus elaboradores. Desse modo, eles retratam uma visão de mundo e não devem ser entendidos como instrumentos neutros de comunicação e representação.
Os estudos cartográficos foram iniciados por meio da necessidade de representação dos territórios, em especial para fins de localização e delimitação de pontos estratégicos para os povos antigos. Por sua vez, com o advento das Grandes Navegações, a cartografia se tornou ainda mais importante, visto que por meio dela eram representadas as principais rotas de navegação dos mares, assim como os novos territórios ocupados.
Na atualidade, o campo de estudo da ciência cartográfica foi ampliado com o desenvolvimento de sistemas de informação geográfica. Sendo assim, as novas tecnologias foram incorporadas à produção e difusão dos mapas, contribuindo para a modernização das técnicas de representação do espaço. Logo, a cartografia adquiriu grande importância nas ações de planejamento urbano e territorial, assim como nos sistemas de transporte e logística utilizados pela sociedade.
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Questões do Enem sobre cartografia
Questão 1 – (Enem 2015) O Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia ensina indígenas, quilombolas e outros grupos tradicionais a empregar o GPS e técnicas modernas de georreferenciamento para produzir mapas artesanais, mas bastante precisos, de suas próprias terras.
LOPES, R. J. O novo mapa da floresta. Folha de S. Paulo, 7 maio 2011 (adaptado).
A existência de um projeto como o apresentado no texto indica a importância da cartografia como elemento promotor da
A) expansão da fronteira agrícola.
B) remoção de populações nativas.
C) superação da condição de pobreza.
D) valorização de identidades coletivas.
E) implantação de modernos projetos agroindustriais.
Resolução
Alternativa D. No caso dessa questão, o emprego da cartografia está voltado para a valorização da identidade dos povos tradicionais. Desse modo, esses povos foram incentivados a utilizar as modernas ferramentas do sistema de informações geográficas para representar e valorizar o seu território. Esse é um dos usos da cartografia — nesse caso, voltado para a chamada cartografia social.
Questão 2 – (Enem 2010) Pensando nas correntes e prestes a entrar no braço que deriva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-me de um vidro de café solúvel vazio. Coloquei no vidro uma nota cheia de zeros, uma bola cor rosa choque. Anotei a posição e data: Latitude 49º49′ N, Longitude 23º49′ W. Tampei e joguei na água. Nunca imaginei que receberia uma carta com a foto de um menino norueguês, segurando a bolinha e a estranha nota.
KLINK, A. Parati: entre dois polos. São Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado).
No texto, o autor anota sua coordenada geográfica, que é
A) a relação que se estabelece entre as distâncias representadas no mapa e as distâncias reais da superfície cartografada.
B) o registro de que os paralelos são verticais e o convergem para os polos, e os meridianos são círculos imaginários, horizontais e equidistantes.
C) a informação de um conjunto de linhas imaginárias que permitem localizar um ponto ou acidente geográfico na superfície terrestre.
D) a latitude como distância em graus entre um ponto e o Meridiano de Greenwich, e a longitude como a distância em graus entre um ponto e o Equador.
E) a forma de projeção cartográfica, usado para navegação, onde os meridianos e paralelos distorcem a superfície do planeta.
Resolução
Alternativa C. O texto utilizado como suporte informa uma coordenada geográfica, ou seja, o conjunto de linhas imaginárias que estão distribuídas ao longo do planeta nos sentidos leste-oeste e norte-sul. Essas linhas permitem a localização de qualquer ponto da superfície terrestre.
Questão 3 – (Enem 2011) Os mapas árabes ainda desenhavam o sul em cima e o norte embaixo, mas no século XIII a Europa já havia restabelecido a ordem natural do universo. O norte estava em cima e o sul embaixo. O mundo era um corpo, ao norte estava o rosto, limpo, que olhava o céu. Ao sul estavam as partes baixas, sujas, onde iam parar as imundícies e os seres escuros que eram a imagem invertida dos luminosos habitantes do norte.
GALEANO, E. Espelhos: Sul. Porto Alegre: L &PM, 2008 (adaptado).
A confecção de um mapa pode significar uma leitura ideológica do espaço. Assim, a Projeção de Mercator, muito utilizada para a visualização dos continentes, caracteriza-se por
A) apresentar um hemisfério terrestre envolvido por um cone. As deformações aumentam na direção da base do cone.
B) partir de um plano tangente sobre a esfera terrestre. Seus paralelos e meridianos são projetados a partir do centro do plano.
C) conservar as formas, mas distorcer as superfícies das massas continentais. Seus paralelos e meridianos formam ângulos retos.
D) alterar a forma dos continentes, preservando a área. Seus paralelos e meridianos formam ângulos retos.
E) representar as formas e as superfícies dos continentes proporcionais à realidade. As linhas de meridianos acompanham a curvatura da terra.
Resolução
Alternativa C. A Projeção de Mercator, que leva esse nome devido ao seu autor, é classificada como conforme. Desse modo, a sua relação entre o real e o plano é caracterizada pela manutenção do formato dos continentes, mas pela distorção da superfície dessas porções de terra do planeta. Ela é muito utilizada em razão do emprego dos paralelos e meridianos.
Questão 4 – (Enem 2016) A imagem apresenta um exemplo de croqui de síntese sobre o turismo na França.
Os croquis são esquemas gráficos que
A) têm as medidas representadas em escala uniforme.
B) ressaltam a distribuição espacial dos fenômenos e os fatores de localização.
C) têm a representação gráfica de distâncias do terreno feita sobre uma linha reta graduada.
D) indicam a relação entre a dimensão do espaço real e a do espaço representado, por meio de uma proporção numérica.
E) proporcionam a obtenção de informações acerca de um objeto, área ou fenômeno localizado na Terra, sem que haja contato físico.
Resolução
Alternativa B. O croqui é uma representação cartográfica que não possui escala e que não adota padrões técnicos de elaboração. Ele é muito utilizado para informar a localização de diferentes elementos da superfície, conforme posto no croqui utilizado na questão.
Questão 5 – (Enem 2016)
A ONU faz referência a uma projeção cartográfica em seu logotipo. A figura que ilustra o modelo dessa projeção é:
A)
B)
C)
D)
E)
Resolução
Alternativa A. Com relação à superfície de contato, a projeção utilizada como símbolo da ONU é a azimutal, conforme indica o esquema ilustrado da primeira alternativa. A projeção azimutal também é chamada de plana e é muito utilizada para representar as regiões polares do planeta.