Anita Malfatti foi uma pintora brasileira. Ela nasceu em 2 de dezembro de 1889, na cidade de São Paulo. Anos depois, morou na Alemanha, Estados Unidos e França. Ela é considerada a precursora da pintura modernista, devido às suas obras expostas em 1917, cinco anos antes da Semana de Arte Moderna.
A artista modernista, que faleceu em 6 de novembro de 1964, sofreu influência do cubismo e do expressionismo, como evidenciam suas primeiras obras. Com a maturidade artística, passou a produzir telas que retratam a cultura popular brasileira. No fim da vida, mesmo distante da estética modernista, ainda valorizava a temática nacional.
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Tópicos deste artigo
- 1 - Resumo sobre Anita Malfatti
- 2 - Biografia de Anita Malfatti
- 3 - Semana de Arte Moderna
- 4 - Principais obras de Anita Malfatti
- 5 - Características da obra de Anita Malfatti
Resumo sobre Anita Malfatti
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A pintora paulistana Anita Malfatti nasceu em 1889 e morreu em 1964.
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Ela estudou arte na Alemanha, Estados Unidos e França.
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Suas principais pinturas estão inseridas no modernismo brasileiro.
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As primeiras obras de Anita possuem traços cubistas e expressionistas.
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A principal característica de suas pinturas é a valorização de temas nacionais.
Biografia de Anita Malfatti
A pintora Anita Malfatti nasceu na cidade de São Paulo, no dia 2 de dezembro de 1889. Era filha de imigrantes: o pai era italiano; e a mãe, estado-unidense. Muito cedo, a artista manifestou interesse pela arte. E, já que seu braço direito era atrofiado, pintava e escrevia com a mão esquerda.
Para desenvolver a habilidade da mão esquerda, contou com a ajuda da governanta alemã miss Browne. Depois, estudou no antigo Colégio São José, na Escola Americana e também no Colégio Mackenzie. Em 1910, estudou no Museu Real de Artes e Ofícios, na Alemanha, onde teve seu primeiro contato com os movimentos de vanguarda.
Também estudou na Liga dos Estudantes de Artes de Nova Iorque e na Escola de Arte Independente, nos Estados Unidos, em 1915. Dois anos depois, recebeu duras críticas do escritor Monteiro Lobato (1882-1948), por obras hoje consideradas precursoras do modernismo brasileiro:
Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura, guardando os eternos ritmos da vida, e adotando para a concretização das emoções estéticas, os processos clássicos dos grandes mestres. [...]. A outra espécie é formada pelos que veem anormalmente a natureza, e interpretam-na à luz de teorias efêmeras, sob a sugestão estrábica de escolas rebeldes, surgidas cá e lá como furúnculos da cultura excessiva. [...]. Estrelas cadentes, brilham um instante, as mais das vezes com a luz de escândalo, e somem-se logo nas trevas do esquecimento.|1|
O tempo mostrou que o criador da série de livros Sítio do Picapau Amarelo estava errado, pois Anita nunca foi uma “estrela cadente” e nem sumiu “nas trevas do esquecimento”. Porém, na época, a pintora ficou bastante abalada com as críticas e quase abandonou definitivamente a arte.
No ano seguinte, conheceu e se tornou amiga da pintora Tarsila do Amaral (1886-1973). Além disso, decidiu ser aluna dos pintores e professores Pedro Alexandrino Borges (1856-1942) e George Fischer Elpons (1865-1939), especialistas em natureza morta. E, depois de participar da Semana de Arte Moderna, em 1922, viajou para a França no ano seguinte.
Depois de cinco anos vivendo em Paris, voltou ao Brasil, em 1928, e passou a atuar como professora de desenho e história da arte. Em 1937, ingressou na Família Artística Paulista (FAP), um grupo de artistas. A partir daí, participou de outras exposições, mas as principais foram aquelas do início de sua carreira artística:
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1914 — primeira exposição individual.
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1917 — Exposição de Pintura Moderna.
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1922 — Semana de Arte Moderna.
Em 1942, Anita Malfatti se tornou presidente do Sindicato dos Artistas Plásticos de São Paulo. Duas décadas depois, a pintora faleceu, em 6 de novembro de 1964, quando morava em uma chácara na cidade de Diadema, em São Paulo.
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Semana de Arte Moderna
A Semana de Arte Moderna foi um evento de suma importância para a arte nacional, pois marcou o início do modernismo brasileiro. Durante essa semana, que comemorava os 100 anos de Independência do Brasil, artistas (entre eles, Anita Malfatti) apresentaram suas obras entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922, no Teatro Municipal de São Paulo.
Seus organizadores estavam conscientes da revolução estética que ocorria na Europa. Assim, inspirados nos movimentos europeus de vanguarda, artistas brasileiros decidiram promover uma nova arte em território nacional. Mas, a princípio, tal atitude não foi bem recebida por artistas mais conservadores.
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Videoaula sobre a Semana de Arte Moderna
Principais obras de Anita Malfatti
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A floresta (1912)
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Menino napolitano (1912)
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O jardim (1912)
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Retrato de um professor (1912)
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Academia (1912)
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Meu irmão Alexandre (1914)
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Georgina (1914)
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O farol (1915)
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A estudante (1915)
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O homem de sete cores (1915)
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A estudante russa (1915)
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Nu cubista no 1 (1915)
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Canal (1915)
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Rochedos, Monhegan Island (1915)
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O farol de Monhegan (1915)
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A onda (1915)
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A boba (1915)
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A ventania (1915)
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A mulher de cabelos verdes (1915)
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O barco (1915)
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Torso/ Ritmo (1915)
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O homem amarelo (1915)
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O japonês (1915)
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Tropical (1917)
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Retrato de Lalive (1917)
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Nu reclinado (1920)
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O toureiro (1921)
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Mário de Andrade I (1921)
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O grupo dos cinco (1922)
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Autorretrato (1922)
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Fernanda de Castro (1922)
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Retrato de Mário de Andrade (1922)
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Baby de Almeida (1922)
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Veneza, canaleto (1924)
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A japonesa (1924)
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Porto de Mônaco (1925)
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La chambre bleue (1925)
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Interior de Mônaco (1925)
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Paisagem dos Pirineus: Cauterets (1926)
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Chanson de Montmartre (1926)
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La rentrée (1927)
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Mulher do Pará (1927)
Características da obra de Anita Malfatti
As obras modernistas de Anita Malfatti, de forma geral, apresentam as seguintes características:
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inovação;
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valorização de elementos nacionais;
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influência cubista e expressionista;
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pinceladas fortes;
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elementos clássicos;
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traços do fauvismo;
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temas regionais;
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enaltecimento da cultura popular.
Nota
|1| MONTEIRO LOBATO. A propósito da exposição Malfatti. O Estado de S. Paulo, São Paulo, 20 dez. 1917.
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